Exame Logo

Cuba denuncia recrudescimento do embargo em governo de Obama

''A realidade dos últimos quatro anos se caracterizou por um persistente recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro'', disse o chanceler cubano

Obama em seu discurso da vitória: chanceler declarou que Obama pode pôr fim ao embargo através de ''decisões executivas'' (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 18h35.

Nações Unidas - O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reivindicou nesta terça-feira ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, que inicie ''uma nova política'' em relação a Cuba em seu segundo mandato com a suspensão do embargo, após denunciar um endurecimento dessas medidas.

''A realidade dos últimos quatro anos se caracterizou por um persistente recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro, em particular de sua dimensão extraterritorial'', afirmou Rodríguez perante o plenário da Assembleia Geral da ONU, que hoje aprovou uma nova resolução de condenação ao embargo americano.

A resolução foi aprovada com 188 votos a favor, três contra, e duas abstenções, segundo anunciou o presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic, ao término de um debate que se estendeu por quase três horas.

O ministro cubano disse que o uso de retórica ''menos estridente e ameaçadora'' por parte da Administração Obama e a aprovação de medidas ''parciais'' de flexibilização das viagens ''não conseguem ocultar o endurecimento do bloqueio'' nos últimos quatro anos.

''O presidente Obama tem a oportunidade de iniciar uma nova política em relação a Cuba, distinta da de seus dez antecessores, durante mais de meio século'', declarou Rodríguez, reconhecendo que será ''difícil'' e enfrentará ''robustos obstáculos''.

Neste sentido, o chanceler declarou que Obama, reeleito para um segundo mandato no último dia 6 de novembro, pode pôr fim ao embargo através de ''decisões executivas'' e sem necessidade de ter de passar pelo Congresso.

Rodríguez denunciou que durante o primeiro mandato de Obama as multas por sanções a governos e empresas estrangeiras que cooperam e trabalham com a ilha somam ''mais de US$ 2 bilhões'' e ''duplicam'' as correspondentes dos dois mandatos de George W. Bush.


''Não existe nenhum motivo legítimo ou moral para manter este bloqueio que está ancorado na Guerra Fria. É só a arma de uma minoria cada vez mais exígua, isolada, violenta e soberba que lucra eleitoralmente com ela'', advertiu o chefe da diplomacia cubana.

Além disso, lembrou um relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que calcula ''de maneira rigorosa e conservadora'' em mais de US$ 1 trilhão os danos econômicos acumulados durante mais de 50 anos de embargo.

''Qualquer pessoa sensata pode imaginar os níveis de vida e de desenvolvimento que teríamos alcançado se contássemos com esses recursos'', lamentou Rodríguez.

O chanceler reiterou a vontade da ilha de avançar rumo à normalização das relações com os EUA mediante um diálogo ''respeitoso, incondicional, sobre bases recíprocas e de igualdade soberana''.

Veja também

Nações Unidas - O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reivindicou nesta terça-feira ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, que inicie ''uma nova política'' em relação a Cuba em seu segundo mandato com a suspensão do embargo, após denunciar um endurecimento dessas medidas.

''A realidade dos últimos quatro anos se caracterizou por um persistente recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro, em particular de sua dimensão extraterritorial'', afirmou Rodríguez perante o plenário da Assembleia Geral da ONU, que hoje aprovou uma nova resolução de condenação ao embargo americano.

A resolução foi aprovada com 188 votos a favor, três contra, e duas abstenções, segundo anunciou o presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic, ao término de um debate que se estendeu por quase três horas.

O ministro cubano disse que o uso de retórica ''menos estridente e ameaçadora'' por parte da Administração Obama e a aprovação de medidas ''parciais'' de flexibilização das viagens ''não conseguem ocultar o endurecimento do bloqueio'' nos últimos quatro anos.

''O presidente Obama tem a oportunidade de iniciar uma nova política em relação a Cuba, distinta da de seus dez antecessores, durante mais de meio século'', declarou Rodríguez, reconhecendo que será ''difícil'' e enfrentará ''robustos obstáculos''.

Neste sentido, o chanceler declarou que Obama, reeleito para um segundo mandato no último dia 6 de novembro, pode pôr fim ao embargo através de ''decisões executivas'' e sem necessidade de ter de passar pelo Congresso.

Rodríguez denunciou que durante o primeiro mandato de Obama as multas por sanções a governos e empresas estrangeiras que cooperam e trabalham com a ilha somam ''mais de US$ 2 bilhões'' e ''duplicam'' as correspondentes dos dois mandatos de George W. Bush.


''Não existe nenhum motivo legítimo ou moral para manter este bloqueio que está ancorado na Guerra Fria. É só a arma de uma minoria cada vez mais exígua, isolada, violenta e soberba que lucra eleitoralmente com ela'', advertiu o chefe da diplomacia cubana.

Além disso, lembrou um relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que calcula ''de maneira rigorosa e conservadora'' em mais de US$ 1 trilhão os danos econômicos acumulados durante mais de 50 anos de embargo.

''Qualquer pessoa sensata pode imaginar os níveis de vida e de desenvolvimento que teríamos alcançado se contássemos com esses recursos'', lamentou Rodríguez.

O chanceler reiterou a vontade da ilha de avançar rumo à normalização das relações com os EUA mediante um diálogo ''respeitoso, incondicional, sobre bases recíprocas e de igualdade soberana''.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBarack ObamaCubaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame