Cristina Kirchner obtém apoio do Senado argentino em caso de corrupção
Ex-presidente manteve imunidade que impede Justiça de confiscar algumas de suas propriedades como parte de investigação de subornos durante seu governo
Reuters
Publicado em 15 de agosto de 2018 às 17h31.
Buenos Aires - A ex-presidente e senadora argentina Cristina Kirchner obteve nesta quarta-feira o apoio do Senado, onde manteve a imunidade que impede a Justiça de confiscar algumas de suas propriedades como parte de uma investigação de subornos durante seu governo.
A Justiça tenta determinar se Cristina liderou uma ampla rede de corrupção que implicou políticos e empresas importantes, um escândalo que estourou neste mês graças às cópias de cadernos com anotações que o motorista de um dos acusados guardava.
Para registrar as propriedades da ex-presidente a Justiça precisa da chancela do Senado, que também deveria decidir se a privará de imunidade caso o juiz Claudio Bonadio, responsável pela investigação, peça a prisão da atual senadora no futuro.
Mas a Câmara Alta do Congresso não reuniu a quantidade necessária de parlamentares para tratar do pedido da Justiça.
"Lamentavelmente não tivemos o quórum necessário, e vamos pedir uma sessão por escrito para a próxima quarta-feira", disse Ángel Rozas, senador da coalizão governista Cambiemos, aos repórteres.
Executivos de empresas importantes e ex-funcionários se declararam "arrependidos" recentemente para obter benefícios judiciais.
Suas declarações expuseram o sistema de corrupção que visava financiar o peronismo governante entre 2003 e 2015 com pagamentos ilegais realizados por empreiteiras para conseguir licitações de obras, segundo a imprensa local.
Várias testemunhas apontaram o falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e sua sucessora e viúva Cristina (2007-2015) como líderes do sistema.