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Crise faz metade de NY sofrer para chegar ao fim do mês

46% dos nova-iorquinos estão a um passo entrar na linha de pobreza, com renda abaixo de US$ 46,5 mil, o que os impede de beneficiar-se de ajudas sociais

Relatório publicado na semana passada mostra um aumento dos níveis de pobreza em Nova York desde que foi decretado oficialmente o final da crise, em 2009 (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Nova York - Para muitos, Nova York é a capital mundial das finanças, o símbolo do capitalismo, o lar dos 'tubarões' de Wall Street e das celebridades, mas quase metade dos habitantes da cidade dos arranha-céus passa apuros para chegar ao fim do mês.

'A história de Nova York sempre foi assim. Lar de ricos e pobres por igual, onde as desigualdades fazem parte da paisagem de uma cidade que oferece uma riqueza imensa para alguns e pobreza e miséria para muitos outros', afirmou em entrevista à Agência Efe o presidente da Federação Hispânica, José Calderón.

Uma realidade de contrastes que voltou a ficar patente no relatório publicado na semana passada pelo escritório do prefeito, Michael Bloomberg, a partir de estatísticas de 2005 a 2011, e que reflete um aumento dos níveis de pobreza em Nova York desde que foi decretado oficialmente o final da crise, em 2009.

Para fazer essas estatísticas, os responsáveis pelo estudo fixaram como linha de pobreza a renda anual de quase US$ 31 mil para uma família de dois adultos e dois menores de idade, a realidade de pouco mais de um em cada cinco nova-iorquinos em 2011, número 2% superior ao de 2009.

Os dados recolhidos pelo Center for Economic Opoortunity (CEO) para o relatório sobre a pobreza em Nova York oferecem pistas sobre outra realidade menos conhecida da cidade, na qual quase metade da população tem sérios problemas para chegar ao fim do mês.

Oficialmente, não são pobres porque ganham mais de US$ 31 mil por ano, mas 46% dos nova-iorquinos estão a um passo de ser, com renda abaixo de US$ 46,5 mil, o que os impede de beneficiar-se de ajudas sociais.

'Não faz sentido que estejam cortando os serviços sociais em nível federal e local quando temos mais necessidades devido à situação de crise. É algo trágico a grande desigualdade social que vemos em Nova York', criticou o presidente da Federação Hispânica.

A pobreza na 'Big Apple' segue o mesmo padrão de sempre. Asiáticos (26,5%) e hispânicos (25,1%) lideram os grupos raciais com maiores níveis de pobreza, à frente de afro-americanos (21,4%) e brancos (15,4%), segundo os últimos números disponíveis.

O estudo põe em evidência outra realidade com a qual os nova-iorquinos estão bastante familiarizados. Os níveis de pobreza desceram entre 2005 e 2008, aumentaram significativamente durante a pior fase da crise e seguiram crescendo até 2011, a um ritmo de 1,8% no caso dos latinos.

'Não é nada surpreendente. Já sabemos que a recessão afetou de forma grave e muito especialmente a nossa comunidade', indicou Calderón.

As organizações que trabalham com as pessoas mais desfavorecidas insistem que a receita para reduzir os níveis de pobreza tem três ingredientes principais: 'Educação, educação e mais educação', assegura Patrick Markee, da Coalizão pelos Indigentes de Nova York.

'Estamos vendo cada vez mais latinos chegando à universidade, mas a deserção escolar continua muito alta, tanto em nível de ensino médio como de bacharelado', lamenta o presidente da Federação Hispânica, que lembra a 'conexão direta' entre menos educação e maiores níveis de pobreza. EFE

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Nova York - Para muitos, Nova York é a capital mundial das finanças, o símbolo do capitalismo, o lar dos 'tubarões' de Wall Street e das celebridades, mas quase metade dos habitantes da cidade dos arranha-céus passa apuros para chegar ao fim do mês.

'A história de Nova York sempre foi assim. Lar de ricos e pobres por igual, onde as desigualdades fazem parte da paisagem de uma cidade que oferece uma riqueza imensa para alguns e pobreza e miséria para muitos outros', afirmou em entrevista à Agência Efe o presidente da Federação Hispânica, José Calderón.

Uma realidade de contrastes que voltou a ficar patente no relatório publicado na semana passada pelo escritório do prefeito, Michael Bloomberg, a partir de estatísticas de 2005 a 2011, e que reflete um aumento dos níveis de pobreza em Nova York desde que foi decretado oficialmente o final da crise, em 2009.

Para fazer essas estatísticas, os responsáveis pelo estudo fixaram como linha de pobreza a renda anual de quase US$ 31 mil para uma família de dois adultos e dois menores de idade, a realidade de pouco mais de um em cada cinco nova-iorquinos em 2011, número 2% superior ao de 2009.

Os dados recolhidos pelo Center for Economic Opoortunity (CEO) para o relatório sobre a pobreza em Nova York oferecem pistas sobre outra realidade menos conhecida da cidade, na qual quase metade da população tem sérios problemas para chegar ao fim do mês.

Oficialmente, não são pobres porque ganham mais de US$ 31 mil por ano, mas 46% dos nova-iorquinos estão a um passo de ser, com renda abaixo de US$ 46,5 mil, o que os impede de beneficiar-se de ajudas sociais.

'Não faz sentido que estejam cortando os serviços sociais em nível federal e local quando temos mais necessidades devido à situação de crise. É algo trágico a grande desigualdade social que vemos em Nova York', criticou o presidente da Federação Hispânica.

A pobreza na 'Big Apple' segue o mesmo padrão de sempre. Asiáticos (26,5%) e hispânicos (25,1%) lideram os grupos raciais com maiores níveis de pobreza, à frente de afro-americanos (21,4%) e brancos (15,4%), segundo os últimos números disponíveis.

O estudo põe em evidência outra realidade com a qual os nova-iorquinos estão bastante familiarizados. Os níveis de pobreza desceram entre 2005 e 2008, aumentaram significativamente durante a pior fase da crise e seguiram crescendo até 2011, a um ritmo de 1,8% no caso dos latinos.

'Não é nada surpreendente. Já sabemos que a recessão afetou de forma grave e muito especialmente a nossa comunidade', indicou Calderón.

As organizações que trabalham com as pessoas mais desfavorecidas insistem que a receita para reduzir os níveis de pobreza tem três ingredientes principais: 'Educação, educação e mais educação', assegura Patrick Markee, da Coalizão pelos Indigentes de Nova York.

'Estamos vendo cada vez mais latinos chegando à universidade, mas a deserção escolar continua muito alta, tanto em nível de ensino médio como de bacharelado', lamenta o presidente da Federação Hispânica, que lembra a 'conexão direta' entre menos educação e maiores níveis de pobreza. EFE

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