Crianças presas em caverna são encontradas sãs e salvas na Tailândia
A evacuação das crianças não acontecerá de imediato; as equipes de resgate vão levar comida e médicos que saibam mergulhar para o resgate
AFP
Publicado em 2 de julho de 2018 às 15h32.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 15h33.
As 12 crianças membros de uma equipe de futebol e seu treinador presos em uma caverna inundada na Tailândia há mais de nove dias foram "encontrados sãos e salvos" nesta segunda-feira (2), após dias de buscas.
Não haviam conseguido contato com as crianças, de entre 11 e 16 anos, nem com seu treinador, de 25, desde que desapareceram no sábado, 23 de junho.
Os amplos esforços de resgate foram dificultados pelas fortes chuvas, que inundaram a caverna de Tham Luang, situada no norte da Tailândia, e bloquearam o acesso às câmeras onde esperavam encontrar o grupo.
O governador provincial de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn, anunciou a notícia nesta segunda-feira à noite (horário local) a uma nação que acompanha de perto cada esforço mobilizado para salvá-los.
"Encontramos os 13 sãos e salvos", anunciou à imprensa, que aplaudiu fortemente.
Não obstante, a evacuação não acontecerá de imediato, detalhou. "Levaremos comida para eles, mas não estamos seguros de que possam se alimentar, já que não comem há muito tempo. Também levaremos um médico que saiba mergulhar", explicou.
Os mergulhadores aproveitaram um breve período de tempo bom nesta segunda para adentrar mais a caverna, onde o nível de água reduz lenta, mas incessantemente, a cada hora graças ao bombeamento contínuo.
Esperavam encontrar a equipe em uma saída elevada conhecida como Pattaya beach.
Mas o grupo havia ido cerca de 300 a 400 metros mais longe já que a saída ficou submersa, acrescentou Narongsak.
A notícia se propagou rapidamente nesta segunda-feira pelas redes sociais e os pais das crianças, alguns dos quais estavam há dias dormindo perto da caverna, expressaram a sua alegria.
"Estou tão feliz. Quero vê-lo em bom estado físico e mental", disse à AFP Thinnakorn Boonpiem, pai de um dos desaparecidos.
Os jovens jogadores e seu treinador se aventuraram na noite de 23 de junho, após o treino, na caverna de Tham Luang, situada em uma zona de densa floresta tropical na fronteira com Mianmar e Lagos.
Mas ficaram bloqueados pelas fortes chuvas de monção e não conseguiram contato com eles.
Alívio nacional
Seu drama foi acompanhado ao vivo pela televisão tailandesa e os internautas não falavam em outra coisa durante dias.
Nesta segunda-feira organizaram uma cerimônia na escola das crianças.
"Deixem que voltem a jogar futebol conosco, sentimos muito a sua falta", implorou Tilek Jana, de 14 anos, uma das 200 crianças reunidas e cujo amigo Prajak está entre os desaparecidos.
"Rezo todas as noites para que essas 13 vidas sejam resgatadas" logo, acrescentou Jakkrit Muenghong, um dos professores de Prajak.
Um conhecido cantor da Tailândia, Kong Huayrai, escreveu uma música em homenagem às crianças e ao treinador: "Não sabemos quem são, como são, mas onde estão? Estão com frio e fome?", diz a canção difundida na televisão, que enfatiza que há um país esperando por eles.
Nesta segunda, membros da tribo Lisu se reuniram perto da caverna para sacrificar frangos e porcos, uma oferenda aos espíritos do rio e da floresta para implorar que permitam o retorno das crianças sãs e salvas.
Dezenas de escafandristas, incluindo efetivos internacionais, estão mobilizados há mais de uma semana para tentar encontrar as crianças.
Equipes de especialistas chegados de Austrália, Reino Unido, Japão e China, assim como 30 soldados americanos, se deslocaram até essa remota região montanhosa para apoiar as equipes de resgate tailandesas.