Crianças palestinas ficam sem 'Vila Sésamo' após suspensão de ajuda dos EUA
A produtora do popular programa infantil anunciou que não recebeu dos Estados Unidos os fundos necessários para continuar fazendo novos capítulos
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2012 às 09h52.
Ramala - As crianças normalmente vivem alheias à política dos adultos mas, nesse caso, os pequenos palestinos sofrerão as consequências dos conflitos institucionais: ficarão sem o programa 'Vila Sésamo' por causa da suspensão da ajuda americana à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
A produtora do popular programa infantil anunciou que não recebeu dos Estados Unidos (cuja agência de cooperação oficial USAID financia o projeto) os fundos necessários para continuar fazendo novos capítulos e que dificilmente poderá exibir a temporada de 2012.
''Shara Simsim' (nome em árabe de 'Vila Sésamo') substituiu o papel das creches e jardins de infância na Palestina, onde apenas 30% das crianças têm acesso a esses centros', disse à Agência Efe Layla Sayegh, produtora do programa em Ramala.
'Para 70% das crianças palestinas, nosso programa representa uma experiência interessante e educativa muito importante. Não é justo que fiquem sem ele', destacou Layla.
O Congresso dos EUA ordenou o congelamento das ajudas à ANP no último mês de outubro em represália ao pedido que seu presidente, Mahmoud Abbas, apresentou à ONU em 23 de setembro de 2011 para a entrada da Palestina como Estado-membro de pleno direito.
No início de novembro, Abbas solicitou, e conseguiu, a entrada da Palestina na Unesco, o que incomodou ainda mais o Governo americano e, principalmente, o Congresso, que controla, entre outros fundos, a cooperação internacional.
A medida provocou o congelamento de US$ 200 milhões que deviam ser transferidos pela agência de cooperação USAID para projetos na ANP, entre eles o educativo programa 'Vila Sésamo' em sua versão palestina.
'Em Shara Simsim ensinamos às crianças os números e as letras e como devem se comportar com a família e outras crianças', explicou Layla, que considerou 'irônico que os EUA cortem os fundos de um projeto educativo na Palestina, mas continuem financiando um programa similar em Israel'.
Consultada pela Efe, uma porta-voz do Escritório da USAID responsável pela cooperação nos territórios palestinos se recusou a fazer qualquer comentário sobre a suspensão do financiamento.
Essas verbas afetam diretamente as instituições públicas na Cisjordânia, que, em muitos casos, dependem exclusivamente delas para continuar com suas atividades.
O popular programa, com seus famosos personagens locais Hanin e Karim, foi exibido pela primeira vez na região em 1996 como parte das iniciativas para promover a paz entre israelenses e palestinos, mas nem sempre contou com financiamento e por isso foram produzidas apenas cinco temporadas.
A verba de quase US$ 2,5 milhões que a USAID destinou ao programa entre 2008 e 2011 permitiu sua continuidade e uma soma similar estava esperando aprovação para que sua exibição fosse até 2014.
'Demoramos muito para aceitar doações da USAID por seu conceito de ajuda condicionada e agora que nos mostramos favoráveis e fizemos um programa excelente, os EUA suspendem o financiamento', lamentou Layla, que se viu obrigada a interromper a produção de 'Vila Sésamo'.
Ramala - As crianças normalmente vivem alheias à política dos adultos mas, nesse caso, os pequenos palestinos sofrerão as consequências dos conflitos institucionais: ficarão sem o programa 'Vila Sésamo' por causa da suspensão da ajuda americana à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
A produtora do popular programa infantil anunciou que não recebeu dos Estados Unidos (cuja agência de cooperação oficial USAID financia o projeto) os fundos necessários para continuar fazendo novos capítulos e que dificilmente poderá exibir a temporada de 2012.
''Shara Simsim' (nome em árabe de 'Vila Sésamo') substituiu o papel das creches e jardins de infância na Palestina, onde apenas 30% das crianças têm acesso a esses centros', disse à Agência Efe Layla Sayegh, produtora do programa em Ramala.
'Para 70% das crianças palestinas, nosso programa representa uma experiência interessante e educativa muito importante. Não é justo que fiquem sem ele', destacou Layla.
O Congresso dos EUA ordenou o congelamento das ajudas à ANP no último mês de outubro em represália ao pedido que seu presidente, Mahmoud Abbas, apresentou à ONU em 23 de setembro de 2011 para a entrada da Palestina como Estado-membro de pleno direito.
No início de novembro, Abbas solicitou, e conseguiu, a entrada da Palestina na Unesco, o que incomodou ainda mais o Governo americano e, principalmente, o Congresso, que controla, entre outros fundos, a cooperação internacional.
A medida provocou o congelamento de US$ 200 milhões que deviam ser transferidos pela agência de cooperação USAID para projetos na ANP, entre eles o educativo programa 'Vila Sésamo' em sua versão palestina.
'Em Shara Simsim ensinamos às crianças os números e as letras e como devem se comportar com a família e outras crianças', explicou Layla, que considerou 'irônico que os EUA cortem os fundos de um projeto educativo na Palestina, mas continuem financiando um programa similar em Israel'.
Consultada pela Efe, uma porta-voz do Escritório da USAID responsável pela cooperação nos territórios palestinos se recusou a fazer qualquer comentário sobre a suspensão do financiamento.
Essas verbas afetam diretamente as instituições públicas na Cisjordânia, que, em muitos casos, dependem exclusivamente delas para continuar com suas atividades.
O popular programa, com seus famosos personagens locais Hanin e Karim, foi exibido pela primeira vez na região em 1996 como parte das iniciativas para promover a paz entre israelenses e palestinos, mas nem sempre contou com financiamento e por isso foram produzidas apenas cinco temporadas.
A verba de quase US$ 2,5 milhões que a USAID destinou ao programa entre 2008 e 2011 permitiu sua continuidade e uma soma similar estava esperando aprovação para que sua exibição fosse até 2014.
'Demoramos muito para aceitar doações da USAID por seu conceito de ajuda condicionada e agora que nos mostramos favoráveis e fizemos um programa excelente, os EUA suspendem o financiamento', lamentou Layla, que se viu obrigada a interromper a produção de 'Vila Sésamo'.