CPI: inflação dos EUA atinge 0,2% em setembro e desacalera para 2,4% no acumulado de 12 meses
Baixa é puxada por queda nos preços de energia, como combustíveis
Repórter de macroeconomia
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 09h35.
Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 10h09.
O índice de preços ao consumidor ( CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,2% em setembro. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 1o, pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho.
Em agosto, o indicador também havia subido 0,2% em agosto na comparação com julho. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação no país desacalerou de 2,5% para 2,4%.
A baixa é puxada pelos preços de energia, incluindo combustíveis. O custo de energia caiu 1,9% no mês, após ter baixado 0,8% em agosto. O índice de preços de habitação subiu 0,2% em setembro, e o de preços de alimentos subiu 0,4%.
O núcleo do índice, que exclui energia e comida, subiu 0,3%, mesmo patamar do mês anterior.
Esta foi a última divulgação dos dados do CPI antes das eleições presidenciais de 5 de novembro. A inflação é um dos principais temas da disputa, e os candidatos Kamala Harris e Donald Trump fazem várias promessas para tentar baixar os preços e a alta do custo de vida.
Inflação em queda
A inflação nos EUA chegou a 9,1% ao ano em junho de 2022, na esteira da crise gerada pela pandemia, e vem caindo. A meta do Fed, o banco central americano, é trazer a inflação para 2%. No começo do ano, ela estava acima de 3%, e agora está em 2,4%.
Em setembro, o Fed deu início ao corte de juros e baixou a taxa principal em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Foi a primeira baixa em quatro anos.
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.
“Os dados da CPI deixam algumas dúvidas sobre o processo de desinflação nos EUA. De um lado temos o índice cheio mantendo a trajetória de queda e se aproximando da meta de 2%. De outro, a medida de núcleo voltou a acelerar, ainda que marginalmente", disse Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
"Os dados não alteram a percepção de que é provável termos dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros até o final do ano, mas o ajuste pra cima no núcleo certamente vai aumentar a ansiedade com relação à próxima divulgação do PCE", afirma Igliori.