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Correa diz a chanceleres da Unasul que rebelião foi tentativa de golpe

Para o presidente, os amotinados queriam provocar um levante geral da Polícia e dos militares, o que teria levado o país a um caos social

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2010 às 09h52.

Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, ratificou aos chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que o visitaram em Quito para expressar apoio, que a rebelião de policiais de quinta-feira foi uma tentativa de golpe de Estado e, após o fracasso dessa estratégia, o "plano B" era matá-lo.

O líder, que viveu o momento mais difícil em seus mais de três anos e meio no poder, relembrou nesta sexta-feira perante a imprensa e os chanceleres sul-americanos o cativeiro ao que foi submetido durante motim de policiais insatisfeitos por supostos cortes em seus privilégios salariais.

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Os chanceleres da Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela e delegados de Brasil e Guiana ratificaram em Quito sua condenação à tentativa golpista no Equador e anteciparam sua intenção de elaborar um estatuto para enfrentar fenômenos com esse.

"Este fato não é isolado, portanto os mentores e autores desta tentativa de golpe de Estado não devem receber nenhuma proteção nos países-membros da Unasul", afirmou o chanceler boliviano, David Choquehuanca, ao resumir o sentimento de seus colegas da região.

Correa lembrou que "seu povo" e policiais e militares fiéis a seu Governo conseguiram resgatá-lo do cativeiro em um hospital policial, e que por isso saiu vivo.

No entanto, disse que "não há nada para ser comemorado... É um dia de luto para a pátria", pois os confrontos em frente ao hospital terminaram com pelo menos quatro mortes, entre elas a de um estudante universitário atingido por tiros na cabeça.

O líder equatoriano disse que o desfecho do sequestro "foi uma vitória contundente contra os inimigos da democracia, mas a perda foi muito maior", pois esteve em jogo a estabilidade democrática do país, por conta, segundo Correa, de políticos de oposição que inflamaram a revolta.

O presidente citou o grupo de um de seus inimigos políticos declarados, o ex-presidente Lúcio Gutiérrez, que garantiu não ter participação nos fatos e responsabilizou Correa por um eventual mal-estar social.

Correa agradeceu aos policiais fiéis ao Governo que participaram de seu resgate e disse que eles foram os que mais sofreram a fúria dos rebelados.

Os militares que se juntaram para o resgate e a comunidade internacional, que rejeitou unanimemente a tentativa golpista, também receberam elogios do líder equatoriano, que disse que 30 de setembro é uma das datas mais negativas da história de seu país.

Para o presidente, os amotinados queriam provocar um levante geral da Polícia e dos militares, o que teria levado o país a um caos social.

No entanto, "falhou essa estratégia (dos opositores) de desestabilizar o Governo e então o 'plano B' era matar o presidente", destacou o líder, que disse ter escutado em várias ocasiões essas ameaças durante sua retenção.

Durante o resgate militar, o carro no qual o presidente foi retirado do hospital levou cinco tiros de fuzil, alguns deles apontando para o lugar onde ele supostamente estaria, mas a blindagem do carro suportou os impactos.

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