Corpo de jornalista saudita desaparecido foi mutilado, diz CNN
Jamal Khashoggi trabalhava no The Washington Post e desapareceu em 2 de outubro após entrar no consulado saudita em Istambul
Gabriela Ruic
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 14h33.
Última atualização em 26 de outubro de 2018 às 12h13.
São Paulo – O corpo do jornalista saudita que teria sido morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, foi mutilado depois de morto. A informação foi divulgada pela rede de notícias CNN, que disse ter ouvido um oficial turco envolvido nas investigações. O prédio no qual o consulado funciona foi alvo de perícia no início desta semana.
Jamal Khashoggi residia nos Estados Unidos e trabalhava para o jornal The Washington Post. Ele desapareceu depois de ir ao consulado saudita em solo turco para resolver pendências documentais no último dia 2 de outubro. Nunca mais foi visto.Como colaborador do jornal, escreveu diversas vezes sobre sua terra natal, incluindo críticas à guerra do país no Iêmen, a recente disputa diplomática com o Canadá e a prisão de ativistas dos direitos das mulheres.
Ainda segundo a CNN, a expectativa é a de que a Arábia Saudita reconheça que Khashoggi tenha morrido durante interrogatório realizado no consulado, marcando uma mudança na postura do país, que antes negava veementemente qualquer envolvimento no sumiço do jornalista.
O desaparecimento de Khashoggi desencadeou uma crise diplomática entre Arábia Saudita, Estados Unidos e Turquia e repercutiu negativamente mundo afora. Na ONU, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu os governos da Arábia Saudita e Turquia que “revelem tudo o que sabem” sobre o caso. No mercado financeiro, executivos-chefes dos bancos HSBC, Credit Suisse e Standard Chartered, desistiram de participar de uma conferência na Arábia Saudita, conhecida como Iniciativa de Investimento Financeiro.