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Coreia do Norte recusa oferta de diálogo dos EUA

O regime considera a oferta um estratagema para manipular a comunidade internacional

Coreia do Norte: na semana passada, o secretário de Estado americano disse que Washington estaria disposto a falar "sem condições prévias" (KCNA/Reuters)
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EFE

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 08h18.

Seul - O regime norte-coreano anunciou nesta terça-feira em editorial que rejeita a recente oferta sugerida por Washington de retomar o diálogo "sem condições prévias", que atribui a um estratagema para manipular a comunidade internacional.

"Os Estados Unidos estão tentando jogar a culpa em outro pelas tensões na península coreana com sua ofensiva de diálogo", afirma o editorial publicado hoje pelo jornal do partido único norte-coreano, o "Rodong Sinmun".

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse na semana passada que Washington estaria disposto a falar "sem condições prévias" com Pyongyang, o que seria um giro na postura que há anos defenderam vários governos dos EUA ao exigir gestos prévios que levassem à desnuclearização.

No entanto, a Casa Branca relativizou estas declarações poucas horas depois, ao assinalar em comunicado que o diálogo não era possível a menos que a Coreia do Norte "mude totalmente seu comportamento".

Pyongyang considera no editorial de hoje que a oferta dos EUA "procura preparar o palco para manipular novas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que possam incluir um bloqueio marítimo se não aceitarmos um diálogo cujo objetivo é que negociemos o abandono das nossas armas nucleares".

O próprio Tillerson sugeriu a possibilidade de interceptar o transporte marítimo de produtos com origem ou destino no país asiático como castigo pelo míssil balístico intercontinental (ICBM) que disparou no último dia 29 de novembro.

"Não há mudança alguma na nossa postura; não cederemos em nada no que diz respeito à nossa marcha destinada a fortalecer nossa força nuclear", conclui o texto do "Rodong".

A Coreia do Norte assegurou após lançar seu último míssil, o ICBM mais avançado que testou agora, que completou sua "força nuclear estatal".

Os contínuos testes de armas da Coreia do Norte e seus avanços neste terreno, unidos à retórica beligerante e à maior presença de ativos estratégicos na região exibida em resposta pelo governo de Donald Trump, levaram a tensão a níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia.

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