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Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 18h37.
A Coreia do Norte continua a cultivar o clima de tensão com o possível disparo de míssil para celebrar seus líderes mortos e vivos, em meio a uma verdadeira tormenta na península coreana, que foi alvo nesta quinta-feira das críticas do G8.
O governo dos Estados Unidos e a Coreia do Sul recomendaram que a Coreia do Norte pare de "brincar com fogo" e renuncie ao disparo de míssil com o qual ameaça a região, apesar das sanções internacionais.
Na noite desta quinta-feira, o presidente Barack Obama pediu a Pyongyang que detenha sua "atitude agressiva", por ocasião de um encontro na Casa Branca com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"Ninguém quer ver um conflito" com a Coreia do Norte, mas "os Estados Unidos darão todos os passos necessários para proteger seu povo e cumprir as obrigações em virtude de nossas alianças na região", disse o presidente durante breve discurso no Salão Oval.
"Ambos (eu e Ban) estamos de acordo em que agora é o momento de a Coreia do Norte por fim ao tipo de atitude agressiva que vem tendo", afirmou Obama.
Embora o presidente americano tenha dito que Washington continuará tentando "trabalhar para resolver alguns destes assuntos de forma diplomática", deixou claro que seu país estará pronto para defender qualquer eventualidade e defender seus aliados.
Segundo Obama, "é importante para a Coreia do Norte, como para qualquer outro país do mundo, observar as regras e normas básicas".
Mais cedo, os ministros das Relações Exteriores do G8, reunidos em Londres, "condenaram nos termos mais fortes possíveis" a atitude norte-coreana e ameaçaram impor novas sanções em caso de lançamento de mísseis.
Em um comunicado, os chefes da diplomacia das oito grandes potências "condenaram o desenvolvimento contínuo de seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos da Coreia do do Norte, incluindo o enriquecimento de urânio". As atitudes da Coreia do Norte "constituem uma violação direta das resoluções do Conselho de Segurança da ONU", ressaltaram.
Nesta quinta-feira, os órgãos oficiais da propaganda norte-coreana fizeram uma pausa em suas declarações cheias de insultos e ameaças para cantar os louvores do líder Kim Jong-Un, por ocasião do seu primeiro aniversário no poder supremo.
Terceiro Kim desde a fundação do regime em 1948 por seu avô Il-Sung, Jong-Un, que sucedeu a seu pai Jong-Il após sua morte em dezembro de 2011, foi nomeado em 11 de abril de 2012 à frente do partido do Trabalho, partido único do país ao qual os 24 milhões de habitantes devem obediência absoluta.
O jornal oficial do partido, o Rodong Shinmun, exaltou Jong-Un como um "homem de convicção e vontade número 1", creditando o sucesso do lançamento de um foguete em dezembro e o teste nuclear em fevereiro.
"A história nunca viu um líder socialista como ele", ressaltou o jornal.
A Coreia do Norte se prepara para comemorar na segunda-feira o 101º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, morto em 1994, ocasião para qual as delegações estrangeiras começaram a chegar na capital de Pyongyang, segundo a mídia estatal.
Desde fevereiro de 2012, Pyongyang lançou dois mísseis - um deles com sucesso, em dezembro passado -, considerados pelas potências ocidentais testes disfarçados de mísseis balísticos, executou um teste nuclear - que resultou em novas sanções da ONU -, anunciou a retomada das atividades nucleares e posicionou mísseis de médio alcance em sua costa leste.
"Com sua retórica bélica, suas ações, a Coreia do Norte está deslizando muito perto de uma linha perigosa e não ajuda a acalmar uma situação volátil", disse na quarta-feira o diretor do Pentágono, Chuck Hagel.
"Nosso país está totalmente preparado para enfrentar qualquer eventualidade, qualquer ação que a Coreia do Norte possa executar, todas as provocações", disse.
Ignorando as advertências da vizinha e aliada China, Pyongyang instalou na semana passada em sua costa oriental dois mísseis Musudan de alcance teórico de 3.000 km, capacidade para atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e atingir a ilha americana de Guam, situada a 3.380 km e onde estão 6.000 soldados americanos.
O eventual lançamento pode acontecer até 15 de abril, ou poderia coincidir com a visita a Seul na sexta-feira do secretário de Estado americano, John Kerry, e do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.
Segundo uma fonte do governo sul-coreano, Pyongyang poderia disparar vários projéteis. Foram detectados movimentos de veículos lançadores que transportavam mísseis Scud (alcance de centenas de quilômetros) e de Rodong (alcance pouco mais de 1.000 km).
A Coreia do Sul deslocou os mísseis em várias ocasiões nos últimos dias, com o objetivo de dificultar os trabalhos da inteligência estrangeira e "cansar" os agentes responsáveis pela vigilância das rampas, informou a agência sul-coreana Yonhap.
Uma ou duas rampas de lançamento de míssil de longo alcance apontam para o céu na Coreia do Norte, o que poderia indicar a iminência de um disparo, destacou a imprensa japonesa.
Visivelmente irritado com a reação de parte da comunidade internacional, que chamou suas ameaças de pura retórica, a Coreia do Norte mencionou na terça-feira uma guerra "termonuclear" e aconselhou os estrangeiros na Coreia do Sul a deixar o país.
Ela já havia advertido os países estrangeiros com missão diplomática em Pyongyang que não poderia de garantir a sua segurança após 10 de abril, em caso de conflito.