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Coreia do Norte faz manobras com munição real em fronteira

Coreia do Norte realizou um breve exercício com munição real perto da disputada fronteira marítima com o Sul

Teste realizado pela Coreia do Norte em um local não confirmado: Pyongyang efetuou vários disparos similares em 31 de março (AFP)
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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 11h17.

Seul - A Coreia do Norte realizou nesta terça-feira um breve exercício com munição real perto da disputada fronteira marítima com o Sul, sem provocar incidentes, antes de um possível quarto teste nuclear .

Pyongyang efetuou vários disparos similares em 31 de março.

Vários obuses caíram em águas territoriais sul-coreanas.

O Sul respondeu, os dois inimigos trocaram salvas de artilharia e os residentes das ilhas da região foram obrigados a buscar proteção dentro dos refúgios.

O incidente não provocou vítimas ou danos materiais, mas aumentou ainda mais a tensão na península depois da ameaça norte-coreana de executar um novo teste nuclear.

Desta vez os disparos norte-coreanos duraram apenas 10 minutos.

"Dispararam 50 obuses. Nenhum caiu no Sul", disse uma fonte do ministério sul-coreano da Defesa.

As autoridades haviam recomendado prudência aos habitantes das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong. Também afirmaram que deveriam seguir para os refúgios "em caso de necessidade".

"Estou realmente cansado", lamentou o proprietário de um restaurante local.

"A única coisa que isto tudo consegue é assustar meus clientes. É mais provável que morra pelo que não vou faturar do que por um ataque do norte", completou.

A Coreia do Sul advertiu que considera o exercício uma agressão e que responderia com "firmeza".

A fronteira marítima foi cenário de várias disputas violentas.

Em novembro de 2010, o Norte bombardeou uma ilha sul-coreana na fronteira marítima, matando quatro pessoas, o que deixou a península à beira do conflito.


Batizada de "Linha de Limite do Norte", a fronteira foi traçada por forças das Nações Unidas e dos Estados Unidos em 1953, ao final da Guerra da Coreia, mas Pyongyang se nega a reconhecê-la.

A tensão diminuiu ano passado, quando a Coreia do Norte aumentou os gestos para retornar à mesa de negociações.

Mas recentemente, o ambiente voltou a ficar nervoso com as manobras militares anuais conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

O Norte multiplicou os lançamentos de testes de mísseis ao mar e parece estar perto do quarto teste nuclear, segundo imagens obtidas por satélites que mostram um aumento das atividades em Punggye-ri, onde o regime norte-coreano realiza seus testes nucleares

Durante uma viagem pela Ásia, o presidente americano Barack Obama advertiu na semana passada que a Coreia do Norte conseguirá "mais isolamento" com a continuidade do programa militar nuclear. Também chamou o Norte de Estado "pária frágil"

Pyongyang reagiu e considerou as declarações "insultos intoleráveis" a seu dirigente, Kim Jong-un.

A visita de Obama "veio confirmar nossa antiga convicção de que a maneira forte, mais que as palavras, é a única opção para tratar com o velho inimigo americano", afirmou o Comitê Norte-Coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia, que se declarou disposto a fazer uma "guerra nuclear total".

Em um texto particularmente agressivo divulgado no domingo, o comitê comparou a presidente sul-coreana Park Geun-hye a uma "prostituta" e Barack Obama a um "cafetão".

A Coreia do Norte já executou três testes nucleares: em outubro de 2006, em maio de 2009 e em fevereiro de 2013, ações proibidas pela ONU e que, em cada uma dessas ocasiões, provocou um aumento das sanções internacionais contra o país asiático.

São Paulo — Tudo seria mais tranquilo se Kim Jong-un fosse apenas o vilão de um filme de James Bond. Mas o líder da Coreia do Norte não só é real como governa um país armado até os dentes. Nesta semana, o Estado-Maior do Exército local disse que os americanos serão esmagados utilizando "meios nucleares", segundo um comunicado citado pela agência oficial norte-coreana, KCNA. Veja as temíveis armas que o país poderia usar num ataque.
  • 2. Bomba atômica

    2 /8(Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

  • Veja também

    A Coreia do Norte já realizou três testes com armas nucleares: em 2006, em 2009 e neste ano. O mais recente foi divulgado e comemorado nas ruas do país. Muitos especialistas acreditam que as bombas atômicas norte-coreanas sejam grandes demais para serem transportadas em mísseis. Mas a cortina de segredo que cobre o país deixa uma enorme margem para dúvidas.
  • 3. Armas biológicas

    3 /8(Divulgação/Wikimedia Commons)

  • Embora tenha assinado, em 1987, a convenção sobre armas biológicas e tóxicas (BTWC, na sigla em inglês), existem suspeitas de que a Coreia do Norte desenvolva esse tipo de armamento em segredo. Um relatório de 2010, feito pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, afirma que Kim Jong-un e sua turma cultivam, para uso militar, agentes causadores de antrax, cólera, varíola e outras doenças.
  • 4. Armas químicas

    4 /8(Força de Defesa de Israel / Wikimedia Commons)

    A Coreia do Norte tem um amplo programa de fabricação de armas químicas, com capacidade estimada em 5 mil toneladas por ano. O arsenal inclui os temidos gases mostarda, fosgênio e sarin. Segundo a organização Nuclear Threat Initiative (NTI), o país tem 12 plantas de fabricação e estocagem de agentes químicos e mais seis depósitos adicionais ondem essas armas são mantidas.
  • 5. Mísseis de curto alcance

    5 /8(US Navy / Wikimedia Commons)

    A Coreia do Norte tem diversos tipos de mísseis de curta distância. O arsenal inclui duas variantes dos Scud soviéticos: Scud-C, com alcance de 500 quilômetros; e Scud-D, de 700 quilômetros. Já o menorzinho KN-02 teria 120 quilômetros de alcance. Os três poderiam ser usados para atacar a Coreia do Sul. Os Scud têm fama de imprecisos e pouco confiáveis. Mas os norte-coreanos podem tê-los aperfeiçoado.
  • 6. Míssil Musudan

    6 /8(Wikipedia)

    O Musudan é o míssil de médio alcance da Coreia do Norte. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul estima que tenha alcance de 3 mil quilômetros, mas alguns especialistas falam em 4 mil quilômetros (mapa). Uma bateria desses mísseis teria sido instalada na costa leste do país, de onde poderia atingir o Japão. O míssil já foi exibido em desfiles militares mas não há notícia de que tenha sido testado.
  • 7. Mísseis intercontinentais

    7 /8(Fabe27 / Wikimedia Commons)

    Voando a cerca de 25 mil km/h, um míssil intercontinental disparado da Coreia do Norte chegaria ao Alasca em 14 minutos e ao Havaí em 17 minutos. Sabe-se que o país desenvolve esses mísseis, mas há dúvidas sobre suas condições de operação. O mais antigo deles, o Taepodong-2, falhou durante seu único teste conhecido, em 2006. O KN-08 foi visto apenas em desfiles militares. O Unha-3 foi usado para colocar um satélite em órbita no ano passado (na ilustração, o Unha-2).
  • 8. Agora veja os aviões de combate que agiram na Líbia em 2011:

    8 /8(Divulgação)

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