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Confrontos na Líbia deixam 23 mortos em antigo reduto de Kadafi

Bani Walid, cidade situada a 150 quilômetros de Trípoli, resistiu à pressão dos milicianos do novo regime após a queda da capital, no dia 23 de agosto passado

Local é conhecido como um dos últimos antigos redutos do ex-ditador Muammar Kadafi (Khaled Desouki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 06h19.

Bani Walid - Pelo menos dez milicianos do novo regime líbio e 13 moradores da cidade de Bani Walid, um dos últimos antigos redutos do ditador Muammar Kadafi a ser tomado pela revolução, morreram em um confronto armado que terminou nesta quinta-feira com a mediação das autoridades locais e nacionais.

Os milicianos teriam caído em uma armadilha na quarta-feira, explicou à Agência Efe o revolucionário Abderraouf Kara, líder da brigada Mártires do Souk al Juma, de Trípoli. 'O ocorrido ontem foi preparado e premeditado'.

Ele afirmou que os membros da revolução não confiam mais no Conselho Militar de Bani Walid, cidade situada a 150 quilômetros de Trípoli, que resistiu durante semanas à pressão dos milicianos do novo regime após a queda da capital, no dia 23 de agosto passado.

Segundo seu relato, o Conselho Militar da cidade entrou em contato com sua brigada para solicitar apoio para deter vários supostos seguidores do antigo regime que se encontravam na cidade.

A brigada enviou 62 milicianos que, acompanhados por um membro do Conselho local, se aproximaram até a casa onde supostamente se escondiam os suspeitos.

Quando chegaram lá, segundo Kara, receberam disparos de dentro e de fora da casa. Responderam também com tiros.

Após o tiroteio, que matou dez milicianos e outras 13 pessoas, a brigada se retirou com dois reféns, enquanto 14 milicianos da revolução, alguns deles feridos, foram capturados pelos homens armados de Bani Walid.

Os enfrentamentos foram seguidos por um processo de mediação conduzido por personalidades da cidade de Zintan, lideradas pelo xeque Asur al Nouri.

Após horas de negociação, depois de o presidente do Conselho Nacional Transitório, Mustafa Abdel Jalil, entrou em contato pessoalmente com Abderrauf Kara, houve um princípio de acordo e uma trégua de uma semana para pôr fim ao conflito. O pacto foi aceito pelo presidente da união de brigadas rebeldes, Muhamad Hetwaush.

O xeque Nouri disse à Efe que, num prazo de uma semana, a população de Bani Walid entregará os corpos das vítimas e os reféns em troca de duas pessoas detidas pelos revolucionários. A troca será realizada em Zintan.


Os revolucionários aceitaram a trégua sob a condição de que todas as pessoas que participaram dos combates se entreguem às autoridades do novo regime, assim como o presidente do Conselho Militar de Bani Walid, para que o CNT investigue seu envolvimento no ocorrido.

Os homens de Trípoli também exigiram que a Brigada 93 de Bani Walid seja dissolvida e suas armas confiscadas, da mesma forma que todo o armamento da cidade. Eles reivindicam ainda que as vias de acesso a Bani Walid sejam protegidas por membros do Exército ou das brigadas do CNT.

'Se não forem cumpridas essas condições, os revolucionários da Líbia acabarão com os focos do antigo regime que permanecem dentro da cidade', disse Abderraouf Kara.

Desde o fim da guerra civil, em 20 de outubro, confrontos armados atingiram diversos locais da Líbia, por vezes caracterizados como acerto de contas.

A proliferação de armas no país e a ausência de um corpo profissional de Polícia causam grande preocupação entre as novas autoridades líbias, cuja prioridade após o anúncio do novo governo é devolver a estabilidade ao país o mais rápido possível.

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Bani Walid - Pelo menos dez milicianos do novo regime líbio e 13 moradores da cidade de Bani Walid, um dos últimos antigos redutos do ditador Muammar Kadafi a ser tomado pela revolução, morreram em um confronto armado que terminou nesta quinta-feira com a mediação das autoridades locais e nacionais.

Os milicianos teriam caído em uma armadilha na quarta-feira, explicou à Agência Efe o revolucionário Abderraouf Kara, líder da brigada Mártires do Souk al Juma, de Trípoli. 'O ocorrido ontem foi preparado e premeditado'.

Ele afirmou que os membros da revolução não confiam mais no Conselho Militar de Bani Walid, cidade situada a 150 quilômetros de Trípoli, que resistiu durante semanas à pressão dos milicianos do novo regime após a queda da capital, no dia 23 de agosto passado.

Segundo seu relato, o Conselho Militar da cidade entrou em contato com sua brigada para solicitar apoio para deter vários supostos seguidores do antigo regime que se encontravam na cidade.

A brigada enviou 62 milicianos que, acompanhados por um membro do Conselho local, se aproximaram até a casa onde supostamente se escondiam os suspeitos.

Quando chegaram lá, segundo Kara, receberam disparos de dentro e de fora da casa. Responderam também com tiros.

Após o tiroteio, que matou dez milicianos e outras 13 pessoas, a brigada se retirou com dois reféns, enquanto 14 milicianos da revolução, alguns deles feridos, foram capturados pelos homens armados de Bani Walid.

Os enfrentamentos foram seguidos por um processo de mediação conduzido por personalidades da cidade de Zintan, lideradas pelo xeque Asur al Nouri.

Após horas de negociação, depois de o presidente do Conselho Nacional Transitório, Mustafa Abdel Jalil, entrou em contato pessoalmente com Abderrauf Kara, houve um princípio de acordo e uma trégua de uma semana para pôr fim ao conflito. O pacto foi aceito pelo presidente da união de brigadas rebeldes, Muhamad Hetwaush.

O xeque Nouri disse à Efe que, num prazo de uma semana, a população de Bani Walid entregará os corpos das vítimas e os reféns em troca de duas pessoas detidas pelos revolucionários. A troca será realizada em Zintan.


Os revolucionários aceitaram a trégua sob a condição de que todas as pessoas que participaram dos combates se entreguem às autoridades do novo regime, assim como o presidente do Conselho Militar de Bani Walid, para que o CNT investigue seu envolvimento no ocorrido.

Os homens de Trípoli também exigiram que a Brigada 93 de Bani Walid seja dissolvida e suas armas confiscadas, da mesma forma que todo o armamento da cidade. Eles reivindicam ainda que as vias de acesso a Bani Walid sejam protegidas por membros do Exército ou das brigadas do CNT.

'Se não forem cumpridas essas condições, os revolucionários da Líbia acabarão com os focos do antigo regime que permanecem dentro da cidade', disse Abderraouf Kara.

Desde o fim da guerra civil, em 20 de outubro, confrontos armados atingiram diversos locais da Líbia, por vezes caracterizados como acerto de contas.

A proliferação de armas no país e a ausência de um corpo profissional de Polícia causam grande preocupação entre as novas autoridades líbias, cuja prioridade após o anúncio do novo governo é devolver a estabilidade ao país o mais rápido possível.

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