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Comunidade judaica está traumatizada por "ato antissemita"

Evidências iniciais apontam que o tiroteio foi trabalho de um atirador sozinho em uma moto

Pais e crianças expressaram choque e raiva nesta segunda-feira após um ataque antissemita que golpeou a França (Remy Gabalda/AFP)

Pais e crianças expressaram choque e raiva nesta segunda-feira após um ataque antissemita que golpeou a França (Remy Gabalda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 10h54.

Toulouse - Pais e crianças apavorados e desnorteados da escola Ozar Hatorah, em Toulouse, expressaram choque e raiva nesta segunda-feira após um ataque antissemita que golpeou a França.

"Viemos para a escola nesta manhã para as orações. Cinco minutos depois ouvimos tiros, e ficamos com muito medo. Fomos colocados em uma sala e rezamos juntos enquanto esperávamos nossos pais", disse Alexia, de seis anos.

Enquanto ela falava, crianças da escola primária e secundária judaica eram levadas para fora dos corredores onde buscaram refúgio se escondendo do tiroteio que deixou quatro mortos, e corriam para os braços de seus pais.

Juízes antiterroristas tomaram o controle da investigação, mas evidências iniciais apontam que o tiroteio foi trabalho de um atirador sozinho em uma moto, que já era procurado pela morte de três soldados paraquedistas.

O alvo desta segunda-feira - uma escola religiosa judaica particular com 200 pessoas em uma região tranquila de Toulouse - mudou a natureza do inquérito.

"É um ataque abominável, obscurantista e antissemita do pior tipo. Eles estão atirando em crianças", declarou o pai Charles Bensemoun, esperando ansiosamente sua filha sair do cordão de isolamento.

"Como você pode explicar isso? Estamos lidando com o antissemitismo mais brutal e mais repugnante", disse.

Com os olhos vermelhos com lágrimas, outros parentes se reuniram não muito longe da escola, discutindo as semelhanças entre o ataque contra as crianças na escola e o tiroteio da última semana contra soldados franceses.

Karine Tordjman tem um filho e uma sobrinha na escola. A mulher, de 44 anos, afirmou que estava "muito, muito chocada", mas, para ela, as notícias eram boas. "Os meus estão bem, mas as vítimas poderiam ser meus filhos", disse.


"Todos aqui conhecem um ao outro", ela ressaltou. "Como você pode esperar que eu explique o que aconteceu. Não tem explicação. Obviamente é o mesmo método do bastardo que atirou nos soldados, mas isso não significa nada".

"Não podemos ter certeza de que era antissemita", ressaltou, mas foi logo silenciada por outra mulher, que declarou: "Estamos sendo alvos!".

Patrick Roumi, líder da associação de pais, foi além, vendo o ataque como resultado do que ele vê como a estigmatização de Israel.

"Precisamos admitir que a mídia de esquerda é cúmplice", declarou. "Nós nos tornamos um alvo dos políticos. Quando 250 foguetes foram lançados em Israel, ouvimos apenas sobre as vítimas palestinas, não sobre aqueles bombardeados diariamente".

Os três soldados paraquedistas que foram mortos na última semana em dois ataques eram árabes franceses, e o soldado ferido era um francês das Índias Ocidentais, mas Roumi não acredita que os ataques sejam obra de um simples racismo.

"Podemos realmente imaginar que isso foi extrema direita?", se perguntou. "Não acho que já tenhamos chegado a este ponto na França".

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