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Começa libertação de prisioneiros anistiados na Síria

O regime sírio iniciou a libertação de dezenas de prisioneiros detidos, muitos deles sem julgamento, após a anistia decretada pelo presidente Bashar al-Assad

Cidade de Homs, na Síria: mais de 100.000 pessoas estão detidas no país (Khaled al-Hariri/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 13h20.

Damasco - O regime sírio iniciou nesta terça-feira a libertação de dezenas de prisioneiros detidos, muitos deles sem julgamento, em diferentes cárceres do país, após a anistia decretada pelo presidente Bashar al-Assad .

Assad decretou segunda-feira uma "anistia geral" para todos os crimes cometidos até dia 9 no país, na tentativa de se apresentar como o líder "da reconciliação", após sua polêmica reeleição à presidência.

A anistia, a mais ampla das cinco decretadas por Damasco desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011, acontece uma semana depois da vitória de Assad.

"Trata-de da mais importante anistia desde a chegada ao poder de Hafez al-Assad (pai de Bashar) há 45 anos", afirmou o advogado Anwar al-Buni.

Segundo o jurista, a anistia beneficiará tanto as pessoas que já foram julgadas como as que ainda se encontram presas pelos serviços de inteligência do regime.

O texto cita pela primeira vez os crimes incluídos na lei sobre "terrorismo" de julho de 2012, que tem como alvo os rebeldes.

O regime também inclui na anistia os combatentes estrangeiros, em sua maioria jihadistas, que se entregarem em até três meses.

Mais de 100.000 pessoas detidas

Segundo Bunni, "dezenas de prisioneiros da prisão de Adra (perto da capital Damasco) foram libertados na segunda-feira, e o processo continua hoje.

As organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram, no entanto, que as anistias anteriores não foram totalmente aplicadas e muitos prisioneiros ainda estão atrás das grades.

Mais de 100.000 pessoas estão detidas, incluindo 18.000 consideradas desaparecidas porque suas famílias não sabem o seu destino.


De acordo com Bunni, o jornalista e defensor dos direitos humanos, Mazen Darwich, bem como seus colegas Hussein Ghreir e Hani Zaitani, detidos há dois anos na prisão de Adra, devem ser libertados.

"O tribunal anti-terrorismo e os tribunais criminais estão revisando os nomes dos prisioneiros que podem se beneficiar da anistia e enviarão suas listas para diferentes prisões", como Adra e Saydnaya, ou a de Tadmor (Palmira), segundo o advogado.

Contudo, "os serviços de segurança têm as suas próprias listas", indicou, Bunni. Segundo o advogado Michel Chammas, 50.000 pessoas estão nas prisões dos serviços de segurança.

Em Homs (centro), o governador Talal Barazi afirmou à AFP que uma centena de prisioneiros no centro de Al-Andalus também foram anistiados.

Esses presos, ex-rebeldes de Homs, que "não cumpriram seu serviço militar estarão em casa em 72 horas", disse ele.

Assad, que viu seu poder vacilar em 2012 ante os rebeldes cuja influência se espalhou em torno de Damasco, Aleppo, no norte e no leste, sente confiança após uma série de vitórias no campo de batalha com o apoio da milícia xiita do Hezbollah, e com o apoio político e diplomático de Moscou e Teerã.

Ele recebeu nesta terça-feira Hassan al-Nuri e Maher al-Hajjar, os outros dois candidatos à presidência.

Assad, que sempre chamou os protestos pacíficos contra o seu gorverno de "conspiração estrangeira", declarou que "o fluxo de pessoas às urnas mostrou muito claramente o compromisso do povo sírio em decidir seu destino sozinho, apesar de circunstâncias difíceis e excepcionais através da Síria".

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Damasco - O regime sírio iniciou nesta terça-feira a libertação de dezenas de prisioneiros detidos, muitos deles sem julgamento, em diferentes cárceres do país, após a anistia decretada pelo presidente Bashar al-Assad .

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A anistia, a mais ampla das cinco decretadas por Damasco desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011, acontece uma semana depois da vitória de Assad.

"Trata-de da mais importante anistia desde a chegada ao poder de Hafez al-Assad (pai de Bashar) há 45 anos", afirmou o advogado Anwar al-Buni.

Segundo o jurista, a anistia beneficiará tanto as pessoas que já foram julgadas como as que ainda se encontram presas pelos serviços de inteligência do regime.

O texto cita pela primeira vez os crimes incluídos na lei sobre "terrorismo" de julho de 2012, que tem como alvo os rebeldes.

O regime também inclui na anistia os combatentes estrangeiros, em sua maioria jihadistas, que se entregarem em até três meses.

Mais de 100.000 pessoas detidas

Segundo Bunni, "dezenas de prisioneiros da prisão de Adra (perto da capital Damasco) foram libertados na segunda-feira, e o processo continua hoje.

As organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram, no entanto, que as anistias anteriores não foram totalmente aplicadas e muitos prisioneiros ainda estão atrás das grades.

Mais de 100.000 pessoas estão detidas, incluindo 18.000 consideradas desaparecidas porque suas famílias não sabem o seu destino.


De acordo com Bunni, o jornalista e defensor dos direitos humanos, Mazen Darwich, bem como seus colegas Hussein Ghreir e Hani Zaitani, detidos há dois anos na prisão de Adra, devem ser libertados.

"O tribunal anti-terrorismo e os tribunais criminais estão revisando os nomes dos prisioneiros que podem se beneficiar da anistia e enviarão suas listas para diferentes prisões", como Adra e Saydnaya, ou a de Tadmor (Palmira), segundo o advogado.

Contudo, "os serviços de segurança têm as suas próprias listas", indicou, Bunni. Segundo o advogado Michel Chammas, 50.000 pessoas estão nas prisões dos serviços de segurança.

Em Homs (centro), o governador Talal Barazi afirmou à AFP que uma centena de prisioneiros no centro de Al-Andalus também foram anistiados.

Esses presos, ex-rebeldes de Homs, que "não cumpriram seu serviço militar estarão em casa em 72 horas", disse ele.

Assad, que viu seu poder vacilar em 2012 ante os rebeldes cuja influência se espalhou em torno de Damasco, Aleppo, no norte e no leste, sente confiança após uma série de vitórias no campo de batalha com o apoio da milícia xiita do Hezbollah, e com o apoio político e diplomático de Moscou e Teerã.

Ele recebeu nesta terça-feira Hassan al-Nuri e Maher al-Hajjar, os outros dois candidatos à presidência.

Assad, que sempre chamou os protestos pacíficos contra o seu gorverno de "conspiração estrangeira", declarou que "o fluxo de pessoas às urnas mostrou muito claramente o compromisso do povo sírio em decidir seu destino sozinho, apesar de circunstâncias difíceis e excepcionais através da Síria".

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