Com vitória socialista nas legislativas, Hollande recebe novo aval na França
Maioria absoluta foi para o Partido Socialista, do presidente François Hollande
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 14h26.
Paris - O presidente francês, François Hollande, recebeu de seus compatriotas neste domingo o aval para aplicar sua política graças à maioria absoluta conquistada pelo Partido Socialista no segundo turno das eleições legislativas.
Os eleitores franceses deram aos socialistas e seus aliados mais próximos os instrumentos necessários para atuar sem as limitações de acordos com os ecologistas e a Frente de Esquerda.
Assim indicou imediatamente, antes mesmo de conhecer os resultados definitivos, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, assegurando que os cidadãos elegeram neste domingo 'a coerência' e disse que na nova etapa 'serão respeitadas escrupulosamente as prerrogativas do Parlamento'.
O chefe do governo lembrou ainda que agora ficam pela frente os 'grandes desafios europeus', antes de insistir nos pilares da política de Hollande: 'O objetivo é reorientar a Europa rumo ao crescimento e evitar as consequências da especulação'.
Segundo as projeções de cadeiras antecipadas por vários institutos de pesquisas, o Partido Socialista poderia obter entre 312 e 321 deputados, muito acima dos 289 que fixam o limite da maioria absoluta na Assembleia Nacional, composta por 577 cadeiras.
Esse nível de respaldo por parte dos eleitores isenta o partido de Hollande de ter de pactuar com os ecologistas e com os deputados da Frente de Esquerda as linhas fundamentais de suas políticas de reforma e as medidas de ajuste que permitam evitar as consequências da crise econômica.
O ministro de Finanças francês, Pierre Moscovici, declarou que no dia seguinte desta vitória dos socialistas não haverá 'uma mensagem diferente' e lembrou que 'há um calendário europeu', que culmina com o Conselho Europeu do final de mês, e um 'calendário nacional', onde o objetivo está em 'restabelecer o equilíbrio' das contas públicas.
'Nosso projeto não é de austeridade', advertiu Moscovici, que adiantou que o governo de Ayrault aplicará 'esforços fiscais e sobre as despesas'.
Os ecologistas são parte da surpresa nas legislativas, já que poderiam obter 20 deputados e formar um grupo próprio na Assembleia, onde a conservadora União por um Movimento Popular (UMP), a grande derrotada, ficaria com cerca de 218 assentos.
Outro fator inesperado foi o fato de três dos políticos mais conhecidos da França, a socialista Ségolène Royal, a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, e o centrista François Bayrou, terem ficado de fora do novo Parlamento francês.
Ségolène, ex-candidata às eleições presidenciais de 2007, foi derrotada por Olivier Falorni, um dissidente socialista, na circunscrição de Rochelle, após uma polêmica suscitada pelo suposto apoio da namorada do presidente da República, Valérie Trierweiler, a seu oponente.
A candidata opinou que o tweet que supostamente a primeira-dama emitiu em apoio de Falorni a prejudicou.
'Poderia dizer com pudor que esse tipo de intromissão não facilita as coisas. Nunca é bom que haja intrusões na vida política, sobretudo quando enfrentamos disputas tão difíceis', disse
Já Marine Le Pen, derrotada na circunscrição de Hénin-Beaumont (norte) pelo prefeito socialista Philippe Kemel, deixou aberta a porta para um possível pedido de recontagem dos votos, já que disse que ambos estavam separados por apenas 114 sufrágios.
A presidente do partido ultradireitista, no entanto, assegurou que os resultados são 'espetaculares', em aparente alusão ao acesso à Assembleia Nacional de sua sobrinha, Marion Maréchal-Le Pen.
Esta se apresentava na circunscrição de Vaucluse (sudeste) contra candidatos da conservadora União por um Movimento Popular (UMP) e do Partido Socialista.
Quanto a Bayrou, presidente do centrista MoDem, derrotado na circunscrição do departamento dos Pirineus-Atlânticos, reconheceu ter ficado fora da Assembleia Nacional e disse que assume uma 'mudança na forma do compromisso' perante seus eleitores.
Bayrou, antigo aliado da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), surpreendeu nas últimas eleições presidenciais ao recomendar o voto para o socialista François Hollande, o que suscitou críticas da direita francesa. EFE.
Paris - O presidente francês, François Hollande, recebeu de seus compatriotas neste domingo o aval para aplicar sua política graças à maioria absoluta conquistada pelo Partido Socialista no segundo turno das eleições legislativas.
Os eleitores franceses deram aos socialistas e seus aliados mais próximos os instrumentos necessários para atuar sem as limitações de acordos com os ecologistas e a Frente de Esquerda.
Assim indicou imediatamente, antes mesmo de conhecer os resultados definitivos, o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, assegurando que os cidadãos elegeram neste domingo 'a coerência' e disse que na nova etapa 'serão respeitadas escrupulosamente as prerrogativas do Parlamento'.
O chefe do governo lembrou ainda que agora ficam pela frente os 'grandes desafios europeus', antes de insistir nos pilares da política de Hollande: 'O objetivo é reorientar a Europa rumo ao crescimento e evitar as consequências da especulação'.
Segundo as projeções de cadeiras antecipadas por vários institutos de pesquisas, o Partido Socialista poderia obter entre 312 e 321 deputados, muito acima dos 289 que fixam o limite da maioria absoluta na Assembleia Nacional, composta por 577 cadeiras.
Esse nível de respaldo por parte dos eleitores isenta o partido de Hollande de ter de pactuar com os ecologistas e com os deputados da Frente de Esquerda as linhas fundamentais de suas políticas de reforma e as medidas de ajuste que permitam evitar as consequências da crise econômica.
O ministro de Finanças francês, Pierre Moscovici, declarou que no dia seguinte desta vitória dos socialistas não haverá 'uma mensagem diferente' e lembrou que 'há um calendário europeu', que culmina com o Conselho Europeu do final de mês, e um 'calendário nacional', onde o objetivo está em 'restabelecer o equilíbrio' das contas públicas.
'Nosso projeto não é de austeridade', advertiu Moscovici, que adiantou que o governo de Ayrault aplicará 'esforços fiscais e sobre as despesas'.
Os ecologistas são parte da surpresa nas legislativas, já que poderiam obter 20 deputados e formar um grupo próprio na Assembleia, onde a conservadora União por um Movimento Popular (UMP), a grande derrotada, ficaria com cerca de 218 assentos.
Outro fator inesperado foi o fato de três dos políticos mais conhecidos da França, a socialista Ségolène Royal, a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, e o centrista François Bayrou, terem ficado de fora do novo Parlamento francês.
Ségolène, ex-candidata às eleições presidenciais de 2007, foi derrotada por Olivier Falorni, um dissidente socialista, na circunscrição de Rochelle, após uma polêmica suscitada pelo suposto apoio da namorada do presidente da República, Valérie Trierweiler, a seu oponente.
A candidata opinou que o tweet que supostamente a primeira-dama emitiu em apoio de Falorni a prejudicou.
'Poderia dizer com pudor que esse tipo de intromissão não facilita as coisas. Nunca é bom que haja intrusões na vida política, sobretudo quando enfrentamos disputas tão difíceis', disse
Já Marine Le Pen, derrotada na circunscrição de Hénin-Beaumont (norte) pelo prefeito socialista Philippe Kemel, deixou aberta a porta para um possível pedido de recontagem dos votos, já que disse que ambos estavam separados por apenas 114 sufrágios.
A presidente do partido ultradireitista, no entanto, assegurou que os resultados são 'espetaculares', em aparente alusão ao acesso à Assembleia Nacional de sua sobrinha, Marion Maréchal-Le Pen.
Esta se apresentava na circunscrição de Vaucluse (sudeste) contra candidatos da conservadora União por um Movimento Popular (UMP) e do Partido Socialista.
Quanto a Bayrou, presidente do centrista MoDem, derrotado na circunscrição do departamento dos Pirineus-Atlânticos, reconheceu ter ficado fora da Assembleia Nacional e disse que assume uma 'mudança na forma do compromisso' perante seus eleitores.
Bayrou, antigo aliado da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), surpreendeu nas últimas eleições presidenciais ao recomendar o voto para o socialista François Hollande, o que suscitou críticas da direita francesa. EFE.