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Com redução de neve no Himalaia, 25% da população global pode enfrentar escassez de água em 2024

Baixo acúmulo de neve na cordilheira preocupa especialistas e milhares de pessoas dependem desta fonte de água

Maciço de Annapurna: um dos picos mais altos do Himalaia (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 17 de junho de 2024 às 18h23.

Última atualização em 17 de junho de 2024 às 18h45.

Um quarto da população mundial, que depende do degelo do Himalaia para seu abastecimento de água, enfrenta forte risco de escassez este ano devido à significativa diminuição das nevascas no topo da cordilheira, localizada na Ásia, alertaram cientistas nesta segunda-feira.

A neve e o gelo do Himalaia são uma fonte de água essencial para os 240 milhões de pessoas que vivem nas regiões montanhosas e para 1 bilhão e meio de pessoas que habitam suas bacias em vários países, segundo um relatório do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas (Icimod, em inglês).

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"Trata-se de um sinal de alerta para os pesquisadores, os responsáveis políticos e as comunidades que vivem abaixo da cordilheira", disse o autor do relatório, Sher Muhammad, do Icimod, com sede no Nepal.

Na região, o derretimento contribui com aproximadamente um quarto do volume total de 12 grandes bacias hidrográficas que nascem em altitudes elevadas, de acordo com o relatório da organização.

"O menor acúmulo de neve e a flutuação dos níveis aumentam consideravelmente o risco de escassez de água, especialmente neste ano", ressaltou Muhammad.

Baixa persistência da neve no solo

O relatório mediu o tempo que a neve permanece no solo e concluiu que, este ano, os níveis diminuíram em quase um quinto do normal em toda a região de Hindu Kush, na cordilheira que leva o mesmo nome no Paquistão e no Afeganistão, assim como na região do Himalaia.

"Este ano, a persistência da neve (que está 18,5% abaixo do normal) é a segunda mais baixa dos últimos 22 anos, logo após o recorde de 19% estabelecido em 2018", indicou Muhammad à AFP.

Além do Nepal, a organização inclui Afeganistão, Bangladesh, Butão, China, Índia, Mianmar e Paquistão. De acordo com a entidade, que tem monitorado a neve na região há mais de 20 anos, o ano de 2024 é particularmente incomum.

A bacia do Ganges, que atravessa a Índia, apresenta a persistência da neve mais baixa já registrada pelo Icimod, 17% abaixo da média. No Afeganistão, por sua vez, a bacia do rio Helmand também registrou seus segundos níveis mais baixos de persistência da neve, o equivalente a 32% abaixo do normal. Já a bacia do rio Indo caiu 23% em relação ao normal, enquanto a do Brahmaputra, que chega a Bangladesh, registrou uma persistência da neve de 15%, “notavelmente inferior ao normal".

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