Com 7 mil assassinatos em três meses, violência se alastra pelo México
Os números são quase 20% maiores do que no mesmo período de 2017, ano que terminou como o mais violento de duas décadas
AFP
Publicado em 23 de abril de 2018 às 07h27.
México - Um total de 7.667 homicídios foram registrados no primeiro trimestre de 2018 no México , quase 20% mais que no mesmo período de 2017, o ano mais violento em duas décadas, segundo dados do governo federal, divulgados neste domingo (22).
O relatório de março do secretariado executivo do Sistema de Segurança Nacional de Governo (Interior) indica que em março foram registradas 2.729 mortes violentas, a maioria por arma de fogo, o que o situa como o mês mais violento desde o início do ano.
No primeiro trimestre de 2017 ocorreram 6.406 mortes violentas, segundo a mesma estatística.
Esta violência acontece em meio à multiplicação de células criminosas ligadas ao narcotráfico, mas também ao roubo de combustível, sequestro, extorsão, entre outros delitos.
Em dados atualizados, o relatório detalha que em janeiro foram contabilizadas 2.549 mortes violentas e em fevereiro 2.389.
O México fechou 2017 com 25.339 homicídios dolosos, a cifra mais alta desde que se iniciaram os registros em nível nacional em 1997.
No último ano, estados que antes eram considerados isolados da criminalidade registraram um aumento repentino, e agora Guanajuato, no centro do país, é o mais violento em números absolutos com 741 assassinatos de janeiro a março, seguido de Guerrero com 651 e Estado de México com 602.
Desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma polêmica operação militar antidrogas, já ocorreram mais de 200 mil assassinatos, segundo dados oficiais, que não detalham o percentual de casos ligados ao narcotráfico.
A ampliação da violência se dá no ano em que os mexicanos vão às urnas eleger presidente, as duas câmaras do Congresso e diversos cargos estaduais e municipais.
Entre as vítimas da violência nos últimos meses estão diversos políticos, entre eles candidatos, que sofreram ataques, foram assassinados, ou denunciaram ameaças de morte.