Colômbia busca 10 desaparecidos após deslizamento que matou 33 pessoas
Cinquenta pessoas conseguiram se refugiar em uma casa adjacente, mas outro deslizamento causou 33 mortes
Agência de notícias
Publicado em 14 de janeiro de 2024 às 16h07.
Com cães farejadores e escavadeiras, socorristas buscam dez desaparecidos sob os escombros de um deslizamento que matou 33 pessoas e deixou outras 20 feridas em uma comunidade indígena do noroeste da Colômbia, segundo um balanço oficial deste domingo (14).
"A todas as famílias das vítimas, meu sentimento de pêsames [...] Esperamos encontrar" os desaparecidos e "que as pessoas não estejam mortas", disse o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no município de Carmen de Atrato, no departamento de Chocó, onde ocorreu o deslizamento na sexta-feira.
Imagens compartilhadas nas redes sociais e em canais de televisão mostram o momento em que um pedaço gigantesco da montanha se desprende e soterra uma fila de carros, enquanto se ouvem gritos.
Cinquenta pessoas conseguiram se refugiar em uma casa adjacente, mas outro deslizamento causou 33 mortes, explicou o mandatário.
Os trabalhos de resgate foram suspensos à noite pelo risco de novos deslizamentos em uma região próxima ao Pacífico, onde está uma das florestas mais chuvosas do mundo.
Mais de 200 pessoas entre bombeiros, socorristas, militares e indígenas trabalham contra o relógio, enquanto os parentes dos desaparecidos aguardam notícias nos arredores.
"Precisamos saber do meu sobrinho, porque não sabemos nada dele, nem vivo nem morto", disse à AFP Clara Estrada no sábado.
'Seguem em risco'
A estrada ficou dividida ao meio. Ao longo da encosta, veem-se carros enterrados, árvores destruídas, lama e pedras. Os socorristas carregam corpos em macas, e helicópteros sobrevoam a área.
"A possibilidade de mais deslizamentos está presente aqui, neste mesmo ponto. Houve dois dias de sol, o risco é menor, mas assim que começarem as chuvas, todo o pessoal envolvido na atividade e quem estiver aqui ainda estará em risco", disse o presidente Petro.
Apesar de a Colômbia atravessar uma temporada de seca, o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM) registrou fortes chuvas na sexta-feira em alguns departamentos do Pacífico e da Amazônia.
"Declara-se desastre natural em Chocó. Como consequência, serão destinados meio bilhão de pesos (R$ 606 milhões) para concluir a estrada este ano e realizar obras de segurança que nunca foram contratadas em 20 anos", escreveu o presidente de esquerda na rede social X.
Os deslizamentos bloquearam o caminho de Quibdó, a capital do departamento de Chocó, para Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia.
"Não sei nem o que pensar, estou aqui preocupado, em busca dos meus familiares", disse Andrés Asprilla. Quatro de seus parentes ainda estavam desaparecidos no sábado.