Cohen e Trump: fiel escudeiro de Trump, o ex-advogado insinuou que colaboraria com Mueller, afirmando que deve lealdade a sua "família e ao país" e não ao presidente (Lucas Jackson/Leah Millis/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de julho de 2018 às 11h01.
Última atualização em 27 de julho de 2018 às 11h07.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, soube com antecedência da reunião realizada durante a campanha presidencial por membros do seu círculo íntimo com uma advogada russa, que supostamente tinha informações comprometedoras de Hillary Clinton obtidas pelo Kremlin, assegura o ex-advogado do republicano, Michael Cohen.
Em junho de 2016, o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., o assessor e genro no presidente, Jared Kuschner e o então chefe da campanha, Paul Manafort, estiveram reunidos com a advogada russa Natalia Veselnitskaya.
Tanto Trump, como seu filho e sua defesa, negaram que o então candidato e agora presidente tivesse sido informado do encontro, quando o jornal "The New York Times" revelou, no ano seguinte, a tal reunião.
"Não havia nada que contar. Foi uma total perda de 20 minutos, o que foi uma pena", disse Trump Jr. sobre a reunião em entrevista à emissora "Fox News".
No entanto, Cohen revela que Trump soube com antecedência da reunião e, embora não tenha provas disso, está disposto a depor ao promotor que investiga a trama russa, Robert Mueller, informaram a "CNN" e "NBC".
Fiel escudeiro de Trump (chegou a dizer que receberia um tiro por ele), Cohen insinuou no início deste mês que colaboraria com Mueller, afirmando que deve lealdade a sua "família e ao país" e não ao presidente.
Pouco depois, foi descoberto que Michael Cohen tinha em seu poder gravações de conversas com Trump, e esta semana vazou uma onde os dois falam sobre um pagamento a uma ex-modelo da Playboy para silenciar um suposto caso com o presidente americano.
Esta e outras gravações foram apreendidas pelo FBI durante uma revista no escritório de Cohen, em abril, que é investigado pela sua participação em diversos pagamentos para supostamente silenciar mulheres durante a campanha presidencial de 2016.