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Coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeia o Iêmen

A Arábia Saudita e aliados retomaram os bombardeios na segunda-feira e acusaram os rebeldes de terem violado o cessar-fogo que terminou no fim de semana


	Os ataques sobre a capital alcançaram o complexo onde se encontra o palácio presidencial e várias bases das forças leais ao ex-presidente Ali Abdalah Saleh, que apoia os huthis
 (AFP/ Mohammed Huwais)

Os ataques sobre a capital alcançaram o complexo onde se encontra o palácio presidencial e várias bases das forças leais ao ex-presidente Ali Abdalah Saleh, que apoia os huthis (AFP/ Mohammed Huwais)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 17h11.

Sana - Aviões da coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardearam pela primeira vez posições rebeldes na capital do Iêmen nesta terça-feira, após o fim da trégua de cinco dias, que parece ter enterrado as esperanças de uma solução política para o conflito.

Uma conferência de paz para o Iêmen sob os auspícios da ONU prevista para a semana que vem foi suspensa por causa dos combates, que segundo fontes das Nações Unidas deixaram pelo menos 1.850 mortos e mais meio milhão de deslocados.

Na terça-feira foi encerrada uma conferência de três dias em Riad, em que foi manifestado apoio ao governo iemenita no exílio do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, uma reunião que foi boicoteada pelos grupos rebeldes.

A Arábia Saudita e seus aliados retomaram os bombardeios na madrugada de segunda-feira, com incursões contra Áden, a segunda cidade do país, e acusaram os rebeldes de terem violado o cessar-fogo que terminou no fim de semana.

Os ataques desta terça-feira sobre a capital alcançaram o complexo onde se encontra o palácio presidencial e várias bases das forças leais ao ex-presidente Ali Abdalah Saleh, que apoia os rebeldes huthis.

Testemunhas afirmaram que um dos alvos dos bombardeios foi uma base de lançamento de mísseis da Guarda Republicana em Faj Atan, ao sul de Sanaa, onde no mês passado uma série de explosões matou 38 civis.

Os aviões da coalizão também atacaram as bases de defesa aérea e de guarda-costas na província de Hodeida, no litoral do Mar Vermelho, segundo essas testemunhas.

A ONU e organizações de ajuda humanitária advogaram por uma extensão da trégua, a primeira desde o começo da campanha aérea iniciada em março passado para restaurar a Hadi no poder.

O porta-voz da coalizão, o general de brigada Ahmed al Asiri, acusou os rebeldes de ter violado a trégua.

"Não respeitaram a trégua humanitária", disse à AFP.

Negociações propostas pela ONU são suspensas

Um encontro previsto em Genebra entre os diferentes grupos políticos iemenitas, sob patrocínio da ONU, foi postergado indefinidamente.

"Parte do problema consiste em que a luta foi retomada mais uma vez", disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq.

"Queremos que os combates terminem de forma definitiva e então poderemos organizar e convidar os representantes à conferência", acrescentou.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu "um cessar-fogo permanente", segundo o porta-voz.

Além disso, o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Jeffrey Rathke, elogiou a Arábia Saudita por não ter retaliado pelo o que descreveu como uma violação do cessar-fogo por parte dos huthis.

"Os huthis bombardearam o território saudita em numerosas ocasiões durante a trégua. Acreditamos que os sauditas fizeram um exercício de moderação durante esta trégua, o que permitiu que os alimentos, o combustível e toda a ajuda humanitária chegassem aos cidadãos iemenitas mais vulneráveis", destacou.

Rebeldes "sequestram" ajuda

O Irã, aliado-chave dos rebeldes xiitas huthis, pediu o fim dos "bárbaros" bombardeios sauditas, e alertou que Riad não é um lugar adequado para as negociações de paz.

Ali Akbar Velayati, assessor de Relações Exteriores do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse à imprensa em Beirute que é preciso "pôr fim às incursões bárbaras sauditas que têm como alvo civis iemenitas inocentes".

A ONU, citando os serviços de saúde do Iêmen, informou que até 15 de maio morreram pelo menos 1.850 pessoas e que 7.394 ficaram feridas desde o começo dos ataques aéreos no final de março.

O cessar-fogo permitiu que chegassem gasolina e alimentos ao Iêmen, mas grupos contrários aos huthis acusam os rebeldes de ter confiscado a ajuda humanitária.

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