Clegg diz não ter sido consultado sobre detenção de Miranda
O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, assegurou neste sábado que não foi consultado previamente sobre a detenção do brasileiro David Miranda
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2013 às 16h05.
Londres - O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, assegurou neste sábado que não foi consultado previamente sobre a detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do repórter que publicou as revelações do ex-técnico da CIA, Edward Snowden , e pediu que seja "revisada" de maneira urgente a legalidade do incidente.
Em artigo escrito por Clegg para o jornal "The Guardian" e publicado hoje, o número dois do governo de coalizão do Reino Unido pede a revisão urgente da legalidade da detenção de Miranda, retido durante nove horas no aeroporto de Heathrow no último domingo em virtude de uma legislação britânica sobre terrorismo, quando fazia escala em Londres em direção ao Rio de Janeiro.
"Não fui consultado sobre os planos de deter-lhe antes que ocorresse", escreveu Clegg sobre Miranda, companheiro do jornalista de "The Guardian", Glenn Greewald, que publicou revelações de Snowden, asilado na Rússia, sobre a espionagem em massa realizada pelos Estados Unidos.
As forças da ordem britânicas confiscaram o material eletrônico do brasileiro, inclusive seu computador e telefone celular, durante a detenção, cuja legalidade foi defendida pela polícia e respaldada pelo governo britânico, que tinha conhecimento prévio da detenção e que provocou um conflito com o Brasil.
No artigo publicado pelo "The Guardian", que divulgou muitas das revelações de Snowden sobre operações de espionagem de EUA e Reino Unido, Clegg se distancia da postura de seus parceiros conservadores no Executivo de coalizão, ao ressaltar que reconhece "as muitas inquietações" que suscitou o uso dessa legislação em casos como o de Miranda.
O líder do Partido Liberal-Democrata considera "imensamente importante" que se revise de maneira independente os poderes outorgados por essa legislação, algo que já estaria acontecendo, e se essa lei "deve ser ajustada".
Além disso, na opinião do político, os direitos individuais não devem ser deixados de lado em prol da segurança.
"Os eventos da semana passada que envolvem o "Guardian" e seus repórteres renovaram o debate e avivaram a preocupação sobre o velho dilema de como conseguir um equilíbrio entre a liberdade individual e a segurança coletiva", considerou.
O número dois do governo ressalta que os poderes outorgados pela lei sobre terrorismo "devem ser empregados de maneira proporcional". EFE
prc/rsd
Londres - O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, assegurou neste sábado que não foi consultado previamente sobre a detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do repórter que publicou as revelações do ex-técnico da CIA, Edward Snowden , e pediu que seja "revisada" de maneira urgente a legalidade do incidente.
Em artigo escrito por Clegg para o jornal "The Guardian" e publicado hoje, o número dois do governo de coalizão do Reino Unido pede a revisão urgente da legalidade da detenção de Miranda, retido durante nove horas no aeroporto de Heathrow no último domingo em virtude de uma legislação britânica sobre terrorismo, quando fazia escala em Londres em direção ao Rio de Janeiro.
"Não fui consultado sobre os planos de deter-lhe antes que ocorresse", escreveu Clegg sobre Miranda, companheiro do jornalista de "The Guardian", Glenn Greewald, que publicou revelações de Snowden, asilado na Rússia, sobre a espionagem em massa realizada pelos Estados Unidos.
As forças da ordem britânicas confiscaram o material eletrônico do brasileiro, inclusive seu computador e telefone celular, durante a detenção, cuja legalidade foi defendida pela polícia e respaldada pelo governo britânico, que tinha conhecimento prévio da detenção e que provocou um conflito com o Brasil.
No artigo publicado pelo "The Guardian", que divulgou muitas das revelações de Snowden sobre operações de espionagem de EUA e Reino Unido, Clegg se distancia da postura de seus parceiros conservadores no Executivo de coalizão, ao ressaltar que reconhece "as muitas inquietações" que suscitou o uso dessa legislação em casos como o de Miranda.
O líder do Partido Liberal-Democrata considera "imensamente importante" que se revise de maneira independente os poderes outorgados por essa legislação, algo que já estaria acontecendo, e se essa lei "deve ser ajustada".
Além disso, na opinião do político, os direitos individuais não devem ser deixados de lado em prol da segurança.
"Os eventos da semana passada que envolvem o "Guardian" e seus repórteres renovaram o debate e avivaram a preocupação sobre o velho dilema de como conseguir um equilíbrio entre a liberdade individual e a segurança coletiva", considerou.
O número dois do governo ressalta que os poderes outorgados pela lei sobre terrorismo "devem ser empregados de maneira proporcional". EFE
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