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Cientista britânico que defendia isolamento se demite após receber visita

O epidemiologista da equipe que assessora o governo do Reino Unido pediu desculpas por ter recebido uma visita durante o isolamento

Reino Unido: "Eu aceito que cometi um erro e tomei o curso de ação equivocado", disse Ferguson (John Sibley/Reuters)
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AFP

Publicado em 6 de maio de 2020 às 12h24.

Última atualização em 6 de maio de 2020 às 16h05.

Um importante cientista que assessorou as autoridades britânicas nas medidas de confinamento contra o novo coronavírus anunciou que renunciou a seu posto em um painel chave do governo, depois de admitir que quebrou as regras do país sobre distanciamento social.

O professor Neil Ferguson, epidemiologista da equipe que assessora o governo na coordenação da resposta à pandemia, renunciou ao posto após a imprensa informar que ele permitiu a visita de uma mulher em sua casa.

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"Eu aceito que cometi um erro de julgamento e tomei o curso de ação equivocado", disse.

"Lamento profundamente qualquer ato que tenha minado as mensagens claras sobre a contínua necessidade de distanciamento social para controlar esta epidemia devastadora", completou.

O cientista disse que "deixou" de seu papel no Grupo Científico de Assessoria para Emergências. Um porta-voz do governo confirmou sua renúncia.

O Reino Unido, segundo país mais afetado do planeta depois dos Estados Unidos e com mais de 32.000 mortes por coronavírus, impôs no fim de março ordens estritas para que as pessoas permanecessem em casa.

O governo intensificou a resposta à crise depois que um estudo coordenado por Ferguson e seus colegas no Imperial College de Londres alertou que as infecções e mortes por COVID-19 registrariam uma alta expressiva sem uma ação drástica.

A renúncia de Ferguson aconteceu depois que o jornal Daily Telegraph informou que uma mulher, supostamente sua "amante", visitou sua casa em Londres em duas oportunidades durante o confinamento.

"Eu agi com crença de que estava imune, depois de testar positivo para o coronavírus e me isolar completamente por quase duas semanas após o desenvolvimento dos sintomas", disse o professor.

Ferguson acrescentou que "a orientação do governo é inequívoca e foi anunciada para proteger a todos".

O primeiro-ministro Boris Johnson, que retomou as atividades depois de ser hospitalizado pela doença, ordenou um confinamento inicial de três semanas em 23 de março.

De acordo com as medidas, as lojas e serviços "não essenciais" foram fechados e os moradores receberam a orientação para não sair de casa, exceto para fazer exercícios e comprar produtos essenciais.

A polícia recebeu poderes para multar as pessoas que não respeitam as regras. O confinamento foi prorrogado por mais três semanas em meados de abril. A imprensa informou que Johnson deve anunciar nos próximos dias a flexibilização das medidas rígidas.

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