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Cidades dão o bom exemplo, para a COP19 do Clima

O bom exemplo vem de 414 cidades de 45 países, com uma população combinada de 438 milhões de pessoas

Buenos Aires: cidade recebeu destaque pela implementação de política de controle da construção civil, que melhorou em 40% a eficiência energética em edifícios (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 16h28.

Se as negociações entre nações ainda estão mornas ou até parecem estagnadas na 19ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas ( COP 19 do Clima), em Varsóvia, na Polônia, o mesmo não se pode dizer do compromisso assumido pelas cidades e autoridades locais desde 2010, na iniciativa carbono neutro, conhecido em inglês como carbono-n - Cities Climate Registry (cCCR).

O bom exemplo vem de 414 cidades de 45 países, com uma população combinada de 438 milhões de pessoas, cujas emissões de gases do efeito estufa somam mais de 2.2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano (G tCO2e/ano).

Isso corresponde a 4,2% das emissões mundiais, que em 2012 somaram 52 G tCO2e. E é mais do que as emissões totais do Brasil, de 1,6 Gt CO2e, também em 2012.

O resultado de 4.208 ações urbanas de controle de gases do efeito estufa nessas 414 cidades é a redução das emissões locais em 1% ao ano, um índice que pouquíssimos países têm obtido, mesmo entre os comprometidos com o Protocolo de Kyoto.

Esses números foram apresentados em evento paralelo às negociações oficiais, em Varsóvia, na última quinta feira (14/11), coordenado pelo Instituto Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI).

Cidades como Oslo, Helsinki, Estocolmo e Copenhague, entre muitas outras, “servem de modelo para demonstrar como autoridades locais podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono e para o desenvolvimento resiliente”, disse o presidente do ICLEI, David Cadman.

Ele também destacou o conjunto de medidas adotadas na cidade Vancouver, no Canadá, líder na estratégia de adaptações às mudanças climáticas e projetos de investimento em resiliência (capacidade de voltar à vida normal depois de um desastre climático), empregos verdes, meios de transportes sustentáveis e segurança alimentar urbana.


Outro destaque foi para Buenos Aires, na Argentina, pela implementação de uma política de controle da construção civil, que melhorou em 40% a eficiência energética em edifícios.

Na Índia, as diversas cidades participantes da iniciativa investem fortemente em energia solar e na captura de biogás de aterros sanitários e estações de tratamento de esgotos para usar como combustível. Em Nagpur, na região central do país, por exemplo, já está instalado e funcionando um modelo de cidade inteiramente movida a energia solar, que deve ser replicado em outras localidades.

De maneira especial, a grande preocupação nas cidades são as emissões do setor de transportes, que hoje já correspondem a um quarto das emissões globais e tendem a se tornar mais representativas.

Se as tendências atuais não forem alteradas por políticas urbanas de baixo carbono, as emissões decorrentes do transporte crescerão 80% até 2030, em comparação a 2002. E tais emissões serão mais problemáticas nos países em desenvolvimento, onde o mercado de veículos leves cresce rapidamente e já deve ultrapassar o dos países desenvolvidos em 2015.

O uso de transporte público e as restrições à circulação de automóveis são as soluções óbvias, mas cada cidade pede uma adaptação própria, resultante de um sério comprometimento de seus governantes e da população, trabalhando juntos.

Tirar vias de circulação de automóveis sem oferecer opções decentes de transporte público definitivamente não é o caminho, como puderam notar os milhões de brasileiros engarrafados na saída deste feriado, emitindo quantidades absurdas de gases sem nenhum tipo de compensação.

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Se as negociações entre nações ainda estão mornas ou até parecem estagnadas na 19ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas ( COP 19 do Clima), em Varsóvia, na Polônia, o mesmo não se pode dizer do compromisso assumido pelas cidades e autoridades locais desde 2010, na iniciativa carbono neutro, conhecido em inglês como carbono-n - Cities Climate Registry (cCCR).

O bom exemplo vem de 414 cidades de 45 países, com uma população combinada de 438 milhões de pessoas, cujas emissões de gases do efeito estufa somam mais de 2.2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano (G tCO2e/ano).

Isso corresponde a 4,2% das emissões mundiais, que em 2012 somaram 52 G tCO2e. E é mais do que as emissões totais do Brasil, de 1,6 Gt CO2e, também em 2012.

O resultado de 4.208 ações urbanas de controle de gases do efeito estufa nessas 414 cidades é a redução das emissões locais em 1% ao ano, um índice que pouquíssimos países têm obtido, mesmo entre os comprometidos com o Protocolo de Kyoto.

Esses números foram apresentados em evento paralelo às negociações oficiais, em Varsóvia, na última quinta feira (14/11), coordenado pelo Instituto Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI).

Cidades como Oslo, Helsinki, Estocolmo e Copenhague, entre muitas outras, “servem de modelo para demonstrar como autoridades locais podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono e para o desenvolvimento resiliente”, disse o presidente do ICLEI, David Cadman.

Ele também destacou o conjunto de medidas adotadas na cidade Vancouver, no Canadá, líder na estratégia de adaptações às mudanças climáticas e projetos de investimento em resiliência (capacidade de voltar à vida normal depois de um desastre climático), empregos verdes, meios de transportes sustentáveis e segurança alimentar urbana.


Outro destaque foi para Buenos Aires, na Argentina, pela implementação de uma política de controle da construção civil, que melhorou em 40% a eficiência energética em edifícios.

Na Índia, as diversas cidades participantes da iniciativa investem fortemente em energia solar e na captura de biogás de aterros sanitários e estações de tratamento de esgotos para usar como combustível. Em Nagpur, na região central do país, por exemplo, já está instalado e funcionando um modelo de cidade inteiramente movida a energia solar, que deve ser replicado em outras localidades.

De maneira especial, a grande preocupação nas cidades são as emissões do setor de transportes, que hoje já correspondem a um quarto das emissões globais e tendem a se tornar mais representativas.

Se as tendências atuais não forem alteradas por políticas urbanas de baixo carbono, as emissões decorrentes do transporte crescerão 80% até 2030, em comparação a 2002. E tais emissões serão mais problemáticas nos países em desenvolvimento, onde o mercado de veículos leves cresce rapidamente e já deve ultrapassar o dos países desenvolvidos em 2015.

O uso de transporte público e as restrições à circulação de automóveis são as soluções óbvias, mas cada cidade pede uma adaptação própria, resultante de um sério comprometimento de seus governantes e da população, trabalhando juntos.

Tirar vias de circulação de automóveis sem oferecer opções decentes de transporte público definitivamente não é o caminho, como puderam notar os milhões de brasileiros engarrafados na saída deste feriado, emitindo quantidades absurdas de gases sem nenhum tipo de compensação.

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