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Número de mortes por coronavírus se aproxima de 1,9 mil na China

Número de contaminações na China superou 72,3 mil casos nesta terça (18); quase 900 pessoas foram infectadas em quase 30 países

Coronavírus: as autoridades informaram que mais 1.701 pessoas receberam alta de hospitais ontem (Stringer/Reuters)

Coronavírus: as autoridades informaram que mais 1.701 pessoas receberam alta de hospitais ontem (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 07h56.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 16h10.

O balanço da epidemia de coronavírus atingiu, nesta terça-feira, quase 1.900 mortos, mas a OMS alertou contra qualquer medida desproporcional, citando um estudo que mostra que mais de 80% dos pacientes sofrem uma forma branda da doença.

O número de contaminações na China superou 72.300 casos nesta terça-feira. Em outras partes do mundo, quase 900 pessoas infectadas foram identificadas em quase 30 países.

Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede calma: fora da província central de Hubei, epicentro da epidemia, a doença "afeta uma proporção muito pequena da população", com uma taxa de mortalidade em torno de 2%.

Nas últimas semanas aconteceram vários cancelamentos de eventos (Congresso Mundial de Telecomunicações em Barcelona), competições esportivas (GP de F1 de Xangai) e a suspensão de inúmeras rotas aéreas para a China.

Citando um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China envolvendo mais de 72.000 pessoas, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou na segunda-feira que mais de 80% dos pacientes sofrem de uma forma leve da doença.

Ainda de acordo com esta pesquisa, em pacientes até 39 anos de idade a taxa de mortalidade por COVID-19 permanece muito baixa, em 0,2%. Depois aumenta gradualmente com a idade.

"Progressos visíveis"

Outros sinais encorajadores anunciados nesta terça-feira: na China continental, o número de novas contaminações em 24 horas (1.886) foi o menor desde o início do mês e o número de mortes adicionais (98) diminuiu pelo quarto dia consecutivo.

Nas últimas semanas, a China colocou em quarentena quase toda a província de Hubei.

Fora da província, apenas 79 novos casos foram identificados nesta terça nas últimas 24 horas. Em 4 de fevereiro, ainda havia 890.

No total, o número de mortos na China continental chegou a 1.868. Entre eles, um diretor de hospital faleceu nesta terça-feira em Wuhan, berço do coronavírus.

Em outras partes do mundo, cinco mortes foram registradas até o momento (nas Filipinas, Hong Kong, Japão, Taiwan e França), mas a epidemia ainda gera muito medo.

Por telefone, o presidente chinês Xi Jinping elogiou seu colega Emmanuel Macron pelo apoio da França, que forneceu equipamentos médicos, de acordo com a TV pública CCTV.

Em outra conversa telefônica com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Xi falou de "progressos visíveis" na luta contra a epidemia.

Cruzeiro maldito

A principal fonte de contaminação fora da China continua sendo o navio de cruzeiro Diamond Princess, que foi colocado em quarentena no início de fevereiro perto de Tóquio, com mais de 3.700 passageiros a bordo.

O contágio se estende a 542 pessoas, de acordo com o último relatório anunciado nesta terça-feira pelo Japão - 88 casos a mais que no dia anterior.

Em teoria, o período de quarentena iniciado em 5 de fevereiro termina nesta quarta-feira. Mas, sem querer esperar mais tempo, os Estados Unidos já repatriaram seus cidadãos para colocá-los em quarentena em seu país.

E uma autoridade japonesa anunciou hoje que cerca de 500 passageiros deixarão o navio na quarta-feira depois de testarem negativo para o novo coronavírus.

O diretor da OMS, no entanto, disse na segunda-feira que não era necessário suspender todos os cruzeiros do mundo, dizendo que se opunha a qualquer "medida de alcance geral" contra o coronavírus.

"As medidas devem ser proporcionais à situação, tomadas com base em evidências e elementos de saúde pública", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizando que "o risco zero não existe".

Esse apelo é feito no momento em que o operador de um navio de cruzeiro americano, o Westerdam, procura rastrear cerca de 1.200 viajantes autorizados a desembarcar no Camboja na semana passada, apesar do medo de uma possível contaminação.

Reabertura de cassinos

No sábado, o vírus foi diagnosticado em uma passageira americana de 83 anos. Mas dezenas de outros viajantes, como ela, já deixaram o Camboja, aumentando o medo de uma propagação da epidemia.

"Se tivermos que interromper todos os cruzeiros do mundo onde houve um contato potencial com um possível patógeno, onde vamos parar?", declarou Michael Ryan, diretor de emergências da OMS.

A OMS já havia se pronunciado contra a restrição brutal de viagens, enquanto os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia, em particular, proibiram a entrada em seu território aos estrangeiros que estiveram recentemente na China - dos quais obviamente muitos chineses.

Diante da epidemia, Pequim anunciou nesta terça-feira uma isenção de impostos alfandegários punitivos que impôs no âmbito de sua guerra comercial com Washington sobre certos produtos médicos americanos.

Os equipamentos usados para a transfusão de sangue ou para medir a pressão arterial estarão, portanto, isentos a partir de 2 de março.

Em Macau, os famosos cassinos serão reabertos na quinta-feira, depois que as autoridades decidiram fechá-los por duas semanas.

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