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China opta por compromisso entre o mercado e setor estatal

Alta direção chinesa produziu comunicado em que as únicas medidas são a próxima formação de um "grupo central dirigente" encarregado de supervisionar reformas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 16h47.

A China parece ter optado por um compromisso entre a economia de mercado e o poderoso setor estatal, na diretriz adotada na terça-feira pelo Partido Comunista Chinês (PCC), após uma reunião de quatro dias em Pequim.

A alta direção chinesa, que tinha prometido, por meio da imprensa oficial decisões históricas, produziu um longo comunicado em que as únicas medidas concretas são a próxima formação de um "grupo central dirigente" encarregado de supervisionar as reformas e a criação de um "Conselho de Segurança do Estado".

Além disso, ao longo do texto de 3.500 palavras - segundo uma versão inglesa não oficial- o PCC ignora qualquer evolução política, ao reiterar seu papel em todos os âmbitos e concede no campo econômico - o mais esperado - um "papel decisivo" ao mercado.

Contudo, de imediato, reafirma o "papel dominante do sistema de propriedade do Estado" apesar de o Partido dever "estimular a vitalidade econômica e a criatividade da economia não pública".

Segundo afirmou à AFP Wang Qinwei, analista da Capital Economics em Londres, o comunicado final tem um claro "tom de compromisso", o que prevê obstáculos a qualquer reforma.

"Todo mundo tem algum motivo para estar satisfeito", comenta Kenneth Lieberthal, especialista da China na Brookings Institution de Washington.

"É bastante ambíguo e bastante modesto" afirma Jean-Pierre Cabestan, especialista da China na Hong Kong Baptist University. O comunicado reflete "uma grande prudência no caminho a ser seguido" em relação às reformas e supõe "um compromisso entre reformistas e conservadores".


Apesar de o presidente chinês Xi Jinping se mostrar "mais conservador no plano ideológico e político", em matéria econômica "terá que provar maior valentia se quiser (...) um novo modelo de crescimento", opina Cabestan.

Xi Jinping e o primeiro-ministro, Li Keqiang, reiteraram sua vontade, desde sua chegada em março ao poder, de reequilibrar o crescimento da segunda economia mundial, para que seja menos dependente das exportações e dos investimentos e esteja mais baseada no consumo interno.

O objetivo é duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) e as receitas per capita até 2020.

A afirmação do papel decisivo do mercado - desde 1993, era qualificado como base da política econômica chinesa - "não é uma mudança semântica realmente significativa", opinam Lu Ting e Zhi Xiaojia, economistas do Bank of America Merrill Lynch.

Todo o mundo esperava ansioso esta terceira reunião do PCC. As duas primeiras sessões plenárias que se seguem a um congresso do PCC servem tradicionalmente para nomear os dirigentes do Partido e do Estado, enquanto a terceira fixa as grandes linhas políticas e econômicas.

Em 1978, em uma ocasião como esta, Deng Xiaoping lançou sua grande modernização da economia chinesa.

"Agora que disseram o que tinham que dizer, os novos dirigentes farão o que devem fazer. O verdadeiro teste começa agora", afirma Yao Wei, uma economista do banco francês Société Générale em Hong Kong.

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A China parece ter optado por um compromisso entre a economia de mercado e o poderoso setor estatal, na diretriz adotada na terça-feira pelo Partido Comunista Chinês (PCC), após uma reunião de quatro dias em Pequim.

A alta direção chinesa, que tinha prometido, por meio da imprensa oficial decisões históricas, produziu um longo comunicado em que as únicas medidas concretas são a próxima formação de um "grupo central dirigente" encarregado de supervisionar as reformas e a criação de um "Conselho de Segurança do Estado".

Além disso, ao longo do texto de 3.500 palavras - segundo uma versão inglesa não oficial- o PCC ignora qualquer evolução política, ao reiterar seu papel em todos os âmbitos e concede no campo econômico - o mais esperado - um "papel decisivo" ao mercado.

Contudo, de imediato, reafirma o "papel dominante do sistema de propriedade do Estado" apesar de o Partido dever "estimular a vitalidade econômica e a criatividade da economia não pública".

Segundo afirmou à AFP Wang Qinwei, analista da Capital Economics em Londres, o comunicado final tem um claro "tom de compromisso", o que prevê obstáculos a qualquer reforma.

"Todo mundo tem algum motivo para estar satisfeito", comenta Kenneth Lieberthal, especialista da China na Brookings Institution de Washington.

"É bastante ambíguo e bastante modesto" afirma Jean-Pierre Cabestan, especialista da China na Hong Kong Baptist University. O comunicado reflete "uma grande prudência no caminho a ser seguido" em relação às reformas e supõe "um compromisso entre reformistas e conservadores".


Apesar de o presidente chinês Xi Jinping se mostrar "mais conservador no plano ideológico e político", em matéria econômica "terá que provar maior valentia se quiser (...) um novo modelo de crescimento", opina Cabestan.

Xi Jinping e o primeiro-ministro, Li Keqiang, reiteraram sua vontade, desde sua chegada em março ao poder, de reequilibrar o crescimento da segunda economia mundial, para que seja menos dependente das exportações e dos investimentos e esteja mais baseada no consumo interno.

O objetivo é duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) e as receitas per capita até 2020.

A afirmação do papel decisivo do mercado - desde 1993, era qualificado como base da política econômica chinesa - "não é uma mudança semântica realmente significativa", opinam Lu Ting e Zhi Xiaojia, economistas do Bank of America Merrill Lynch.

Todo o mundo esperava ansioso esta terceira reunião do PCC. As duas primeiras sessões plenárias que se seguem a um congresso do PCC servem tradicionalmente para nomear os dirigentes do Partido e do Estado, enquanto a terceira fixa as grandes linhas políticas e econômicas.

Em 1978, em uma ocasião como esta, Deng Xiaoping lançou sua grande modernização da economia chinesa.

"Agora que disseram o que tinham que dizer, os novos dirigentes farão o que devem fazer. O verdadeiro teste começa agora", afirma Yao Wei, uma economista do banco francês Société Générale em Hong Kong.

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