Bandeira da China: segundo especialista em estudos muçulmanos na Universidade de Ningxia, o termo Aiyi lembraria o nome árabe Aisha (Thinkstock/Thinkstock)
AFP
Publicado em 27 de setembro de 2018 às 09h13.
A China alterou o nome do rio Aiyi, por, segundo o governo, soar "árabe demais", trocando-o por outro, "muito mais chinês" - informou a imprensa oficial nesta quinta-feira (27).
O Aiyi, um afluente do rio Amarelo de 180 quilômetros, cruza Ningxia, uma região autônoma do norte, que tem mais de um terço de população muçulmana.
Em plena campanha de "padronização" das religiões, o governo regional decidiu que o rio se chamaria agora Diannong, anunciou o escritório regional de temas civis, citado pela imprensa local na segunda-feira.
De acordo com o jornal nacional "Global Times", a decisão afeta "um nome com sonoridade árabe para substituí-lo por um nome chinês, com o objetivo de reforçar a cultura chinesa tradicional".
O termo Aiyi lembraria o nome árabe Aisha, explica ao jornal Wang Genming, especialista em estudos muçulmanos na Universidade de Ningxia.
O regime do presidente Xi Jinping está realizando uma política de "padronização" das religiões, que impõe, por exemplo, que nas igrejas e nas mesquitas a Constituição do país e a bandeira vermelha fiquem à mostra.
Em Xinjiang, até um milhão de muçulmanos uigures, ou cazaques, são, ou foram, internados em centros de reeducação política, após os atentados islamistas, ou separatistas, cometidos nesta vasta região do noroeste, segundo associações de defesa dos direitos humanos.