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China fez instalação no Mar do Sul que abriga mísseis, dizem EUA

Acontecimento levanta expectativas sobre a reação dos EUA, após suas promessas de endurecer com os chineses em relação ao Mar do Sul da China

Navio de guerra chinês no Mar do Sul da China: país reivindica quase todas as águas, pelas quais circula um terço do comércio marítimo mundial (foto/Reuters)
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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 10h07.

Washington - A China praticamente finalizou a construção de quase duas dezenas de estruturas em ilhas artificiais no Mar do Sul da China que parecem projetadas para abrigar mísseis terra-ar de longa distância, disseram duas autoridades dos Estados Unidos à Reuters, o que foi considerado um teste precoce ao presidente norte-americano, Donald Trump.

O acontecimento deve levar muitos a questionarem se e como os EUA irão reagir, dadas suas promessas de endurecer com Pequim em relação ao Mar do Sul da China.

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A China reivindica quase todas as águas, pelas quais circula um terço do comércio marítimo mundial. Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã também têm reivindicações no local. O governo Trump classificou a construção de ilhas chinesas no Mar do Sul da China como ilegal.

Construir as estruturas de concreto com tetos retráteis nos recifes de Subi, Mischief e Fiery Cross, parte da cadeia de Ilhas Spratly, onde a China já instalou pistas de voo de uso militar, pode ser considerado uma escalada militar, disseram as autoridades dos EUA nos últimos dias, falando sob condição de anonimato.

"Não é típico dos chineses construir nada no Mar do Sul da China só por construir, e estas estruturas lembram outras que abrigam baterias SAM, então a conclusão lógica é que são para isso", disse um funcionário de inteligência norte-americano, referindo-se a mísseis terra-ar.

Outro funcionário disse que as edificações parecem ter 20 metros de comprimento por 10 metros de altura.

O porta-voz do Pentágono disse que os EUA continuam comprometidos com a "não-militarização do Mar do Sul da China" e pediu a todos os envolvidos que adotem ações consistentes com a lei internacional.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse nesta quarta-feira que está a par do relato, embora não tenha dito se a China planeja instalar mísseis nos recifes.

"A China realizar atividades normais de construção em seu próprio território, inclusive montando instalações de defesa territorial necessárias e apropriadas, é um direito normal de nações soberanas, segundo a lei internacional", disse ele aos repórteres.

Na audiência no Senado em que foi confirmado no posto no mês passado, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, provocou a ira da China ao dizer que Pequim não deveria ter acesso às ilhas que está construindo no Mar do Sul da China.

Mais tarde Tillerson suavizou a linguagem, e Trump reduziu ainda mais as tensões prometendo honrar a já antiga política de "uma China" endossada por seu país em um telefonema ao presidente chinês, Xi Jinping, no dia 10 de fevereiro.

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