China e EUA moderam tom na economia mas não em direitos humanos
EUA pregam maior cooperação econômica mas criticam repressão chinesa à dissidentes
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 20h21.
Washington - Autoridades dos Estados Unidos criticaram duramente na segunda-feira a China por causa da repressão a dissidentes, mas adotaram um tom mais brando ao citarem a necessidade de cooperação econômica, no primeiro de dois dias de reuniões.
"Temos uma vigorosa divergência na área dos direitos humanos", disse o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, no início do chamado Diálogo Estratégico e Econômico. Segundo ele, o governo Obama vai continuar expressando suas preocupações junto a Pequim.
O diálogo, que tem um trilho econômico e outro diplomático, tem como objetivo fazer com que as duas maiores economias mundiais gerenciem, ainda que sem resolverem, suas tensões.
O vice-premiê chinês, Wang Qishan, falando na abertura do evento na sede do Tesouro dos EUA, afirmou que, embora a economia global esteja lentamente se fortalecendo, "a situação é ainda complexa e repleta de incertezas."
O terremoto no Japão, o excesso de liquidez no mercado financeiro global e a instabilidade no Oriente Médio "foram todos eles fatores que abalaram seriamente a confiança dos mercados", disse Wang.
A China, maior credor dos EUA, tem uma legítima preocupação de que suas vastas reservas internacionais de divisas, grande parte dela em dólares, se ressinta com a desvalorização da moeda norte-americana.
Os chineses evitaram críticas diretas aos dirigentes dos EUA, mas usaram palavras suaves para lembrar-lhes que Pequim está vigilante.
"Já nos acostumamos a flutuações entre as taxas de câmbio", disse o presidente do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, a jornalistas. "Ao mesmo tempo, temos notado que o Departamento do Tesouro dos EUA vem repetidamente salientando a ideia de que um dólar forte é do interesse dos Estados Unidos e o do mundo."
A maioria das reuniões acontece a portas fechadas, mas em uma sessão inaugural de 45 minutos ambas as partes citaram temas familiares.
Os EUA pressionaram Pequim a respeito do câmbio e de direitos humanos, enquanto a China expressou preocupação com a política fiscal dos EUA.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, admitiu que seu país precisa controlar o endividamento, mas também reiterou o apelo à China para que alimente seu crescimento com menos exportações e com mais consumo doméstico.
A China reagiu às habituais queixas dos EUA de que o iuan estaria desvalorizado, dando às empresas chinesas uma vantagem desleal no mercado global. O ministro chinês do Comércio, Chen Deming, afirmou que as estatísticas comerciais provam isso.
"Do ponto de vista do comércio, os temores do Ocidente e as preocupações a respeito do renminbi chinês (outro nome do iuan) são infundados, porque ao longo dos últimos três anos o superávit comercial da China vem caindo continuamente", afirmou Chen a jornalistas.
Washington - Autoridades dos Estados Unidos criticaram duramente na segunda-feira a China por causa da repressão a dissidentes, mas adotaram um tom mais brando ao citarem a necessidade de cooperação econômica, no primeiro de dois dias de reuniões.
"Temos uma vigorosa divergência na área dos direitos humanos", disse o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, no início do chamado Diálogo Estratégico e Econômico. Segundo ele, o governo Obama vai continuar expressando suas preocupações junto a Pequim.
O diálogo, que tem um trilho econômico e outro diplomático, tem como objetivo fazer com que as duas maiores economias mundiais gerenciem, ainda que sem resolverem, suas tensões.
O vice-premiê chinês, Wang Qishan, falando na abertura do evento na sede do Tesouro dos EUA, afirmou que, embora a economia global esteja lentamente se fortalecendo, "a situação é ainda complexa e repleta de incertezas."
O terremoto no Japão, o excesso de liquidez no mercado financeiro global e a instabilidade no Oriente Médio "foram todos eles fatores que abalaram seriamente a confiança dos mercados", disse Wang.
A China, maior credor dos EUA, tem uma legítima preocupação de que suas vastas reservas internacionais de divisas, grande parte dela em dólares, se ressinta com a desvalorização da moeda norte-americana.
Os chineses evitaram críticas diretas aos dirigentes dos EUA, mas usaram palavras suaves para lembrar-lhes que Pequim está vigilante.
"Já nos acostumamos a flutuações entre as taxas de câmbio", disse o presidente do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, a jornalistas. "Ao mesmo tempo, temos notado que o Departamento do Tesouro dos EUA vem repetidamente salientando a ideia de que um dólar forte é do interesse dos Estados Unidos e o do mundo."
A maioria das reuniões acontece a portas fechadas, mas em uma sessão inaugural de 45 minutos ambas as partes citaram temas familiares.
Os EUA pressionaram Pequim a respeito do câmbio e de direitos humanos, enquanto a China expressou preocupação com a política fiscal dos EUA.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, admitiu que seu país precisa controlar o endividamento, mas também reiterou o apelo à China para que alimente seu crescimento com menos exportações e com mais consumo doméstico.
A China reagiu às habituais queixas dos EUA de que o iuan estaria desvalorizado, dando às empresas chinesas uma vantagem desleal no mercado global. O ministro chinês do Comércio, Chen Deming, afirmou que as estatísticas comerciais provam isso.
"Do ponto de vista do comércio, os temores do Ocidente e as preocupações a respeito do renminbi chinês (outro nome do iuan) são infundados, porque ao longo dos últimos três anos o superávit comercial da China vem caindo continuamente", afirmou Chen a jornalistas.