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China detém dezenas de ativistas pró-direitos humanos

Um escritório jurídico de Pequim, Beijing Fengrui, especializado na defesa dos direitos civis, foi o primeiro a chamar a atenção

O escritório jurídico de Pequim, Beijing Fengrui, especializado em direitos civis, foi o primeiro a chamar a atenção, depois que cinco de seus funcionários foram detidos (Greg Baker/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2015 às 13h36.

Cinquenta advogados chineses pró-direitos humanos foram detidos ou perseguidos pela polícia nos últimos dias, indicaram neste sábado ativistas e ONGs, em uma campanha que mostra um endurecimento da repressão de Pequim contra as vozes críticas.

Um escritório jurídico de Pequim, Beijing Fengrui, especializado na defesa dos direitos civis, foi o primeiro a chamar a atenção, depois que ao menos cinco de seus funcionários foram detidos.

Wang Yu, uma de suas experientes juristas, desapareceu na quinta-feira, depois de ter enviado uma mensagem aos seus amigos para avisá-los que indivíduos tentavam entrar em sua casa.

"Desde então, não tivemos notícias dela", declarou William Nee, um investigador instalado em Hong Kong , que trabalha para a ONG Anistia Internacional (AI).

Um dia depois, três policiais detiveram outro famoso advogado do Fengrui, Zhou Shifeng, em um hotel de Pequim, e o levaram preso depois de cobrir sua cabeça, contou uma testemunha.

Sua prisão ocorreu após uma colaboradora chinesa da revista alemã Die Zeit, que havia sido defendida por Zhou no outono (boreal), ter sido libertada depois de nove meses de detenção.

"Ao menos cinco funcionários do Fengrui foram detidos (...) com o pretexto de uma 'investigação', mas não foram acusados", explicou à AFP o advogado Zhang Qingfang, amigo dos presos.

"A repressão se estendeu muito" e atingiu muitas personalidades emblemáticas da luta pelos direitos humanos na China, disse Nee.

Intimidação

Segundo a AI, 50 advogados e ativistas foram vítimas desta vasta campanha de intimidação em todo o país.

"Em muitas cidades pessoas foram detidas interrogadas, desapareceram ou viram sua liberdade de movimento ser limitada", afirmou Nee.

Apenas a metade delas voltou para casa na noite de sábado, enquanto as outras seguiam provavelmente presas, acrescentou a AI.

Uma ONG chinesa, Weiquanwang (Rede de Defesa dos direitos), confirmava a amplitude desta campanha contra os advogados em todo o país, estimando em 57 o número de pessoas perseguidas pela polícia nas últimas 48 horas.

As forças de segurança detiveram na sexta-feira o famoso ativista Li Heping, depois de vasculhar sua casa e apreender seus computadores, segundo o jornal americano The New York Times.

Ele se tornou conhecido em casos de expropriações abusivas e havia defendido dissidentes como Chen Guangcheng, o ativista cego que conseguiu fugir aos Estados Unidos.

Liu Xiaoyuan, advogado do artista chinês Ai Weiwei e do intelectual uigur Ilham Tohti (condenado à prisão perpétua por suas ideias "separatistas"), também está entre os presos.

Por sua vez, Sui Muqing, reconhecido defensor dos direitos humanos na província meridional de Guangdong, foi preso na sexta-feira e acusado de "fomentar distúrbios e atiçar discórdias", uma vaga acusação utilizada pelas autoridades para calar as vozes críticas ao regime, segundo a mesma ONG.

Várias ONGs e especialistas denunciaram um endurecimento da repressão de Pequim contra os dissidentes, sob a presidência de Xi Jinping.

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Cinquenta advogados chineses pró-direitos humanos foram detidos ou perseguidos pela polícia nos últimos dias, indicaram neste sábado ativistas e ONGs, em uma campanha que mostra um endurecimento da repressão de Pequim contra as vozes críticas.

Um escritório jurídico de Pequim, Beijing Fengrui, especializado na defesa dos direitos civis, foi o primeiro a chamar a atenção, depois que ao menos cinco de seus funcionários foram detidos.

Wang Yu, uma de suas experientes juristas, desapareceu na quinta-feira, depois de ter enviado uma mensagem aos seus amigos para avisá-los que indivíduos tentavam entrar em sua casa.

"Desde então, não tivemos notícias dela", declarou William Nee, um investigador instalado em Hong Kong , que trabalha para a ONG Anistia Internacional (AI).

Um dia depois, três policiais detiveram outro famoso advogado do Fengrui, Zhou Shifeng, em um hotel de Pequim, e o levaram preso depois de cobrir sua cabeça, contou uma testemunha.

Sua prisão ocorreu após uma colaboradora chinesa da revista alemã Die Zeit, que havia sido defendida por Zhou no outono (boreal), ter sido libertada depois de nove meses de detenção.

"Ao menos cinco funcionários do Fengrui foram detidos (...) com o pretexto de uma 'investigação', mas não foram acusados", explicou à AFP o advogado Zhang Qingfang, amigo dos presos.

"A repressão se estendeu muito" e atingiu muitas personalidades emblemáticas da luta pelos direitos humanos na China, disse Nee.

Intimidação

Segundo a AI, 50 advogados e ativistas foram vítimas desta vasta campanha de intimidação em todo o país.

"Em muitas cidades pessoas foram detidas interrogadas, desapareceram ou viram sua liberdade de movimento ser limitada", afirmou Nee.

Apenas a metade delas voltou para casa na noite de sábado, enquanto as outras seguiam provavelmente presas, acrescentou a AI.

Uma ONG chinesa, Weiquanwang (Rede de Defesa dos direitos), confirmava a amplitude desta campanha contra os advogados em todo o país, estimando em 57 o número de pessoas perseguidas pela polícia nas últimas 48 horas.

As forças de segurança detiveram na sexta-feira o famoso ativista Li Heping, depois de vasculhar sua casa e apreender seus computadores, segundo o jornal americano The New York Times.

Ele se tornou conhecido em casos de expropriações abusivas e havia defendido dissidentes como Chen Guangcheng, o ativista cego que conseguiu fugir aos Estados Unidos.

Liu Xiaoyuan, advogado do artista chinês Ai Weiwei e do intelectual uigur Ilham Tohti (condenado à prisão perpétua por suas ideias "separatistas"), também está entre os presos.

Por sua vez, Sui Muqing, reconhecido defensor dos direitos humanos na província meridional de Guangdong, foi preso na sexta-feira e acusado de "fomentar distúrbios e atiçar discórdias", uma vaga acusação utilizada pelas autoridades para calar as vozes críticas ao regime, segundo a mesma ONG.

Várias ONGs e especialistas denunciaram um endurecimento da repressão de Pequim contra os dissidentes, sob a presidência de Xi Jinping.

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