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China critica visita de Shinzo Abe a santuário

China condenou visita do primeiro-ministro japonês ao santuário Yasukuni, onde se homenageia, entre outros, criminosos de guerra durante a invasão japonesa

Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe: "protestamos e condenamos energicamente os atos do líder japonês", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês (Toru Hanai/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 08h27.

Pequim - O governo chinês manifestou nesta quinta-feira seu "forte condenação" à visita surpresa do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao santuário Yasukuni, onde se homenageia, entre outros, criminosos de guerra durante a invasão japonesa à China e outros países da Ásia Oriental.

"Protestamos e condenamos energicamente os atos do líder japonês", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, poucos instantes depois que Abe entrou no santuário xintoísta, situado em uma área central de Tóquio.

"Se Abe realmente quer melhorar sua relação com seus vizinhos chineses e mostrar verdadeiro respeito, deveria ir ao Memorial do Massacre de Nankín", acrescentou Gang em entrevista coletiva.

O Massacre de Nankín (dezembro de 1937-janeiro de 1938) aconteceu durante as seis semanas que durou a tomada dessa cidade oriental chinesa, então capital do país, e para Pequim é o principal símbolo dos crimes de guerra cometidos pelo governo imperialista japonês na Segunda Guerra Mundial.

Um museu, que inclui parte de uma vala comum na qual se mostram restos dos massacrados, lembra este fato nessa cidade próxima a Xangai.

Gang também ressaltou a coincidência do gesto de Abe com o dia no qual China celebra o aniversário de 120 anos do nascimento de Mao Tsé-tung e lembrou que o "Grande Timoneiro" lutou contra a invasão japonesa.

"O presidente Mao disse então que China é um grande país que tinha a Justiça em suas mãos e o apoio popular, por isso que a vitória final (contra o Japão) seria nossa", rememorou o porta-voz.


Gang também respondeu a declarações de Abe após sua visita a Yasukuni nas quais explicava que sua ação não era destinada a provocar os países vizinhos, mas uma demonstração de respeito aos caídos em guerra pelo Japão, um país livre e democrático

"A visita é, precisamente, uma blasfêmia contra a democracia, a paz e a liberdade", assegurou o porta-voz chinês.

Fontes diplomáticas japonesas informaram que a vice-primeira-ministra chinesa Liu Yandong cancelou um encontro previsto com parlamentares japoneses, em aparente represália pela visita de Abe a Yasukuni.

A visita é a primeira de um chefe de governo japonês ao controvertido santuário desde 2006, e coincide com a celebração na China do 120º aniversário do nascimento de Mao Tsé-tung.

O gesto de Abe acrescenta tensão à já muito deteriorada relação entre Pequim e Tóquio, enfrentadas há mais de um ano pelas ilhas Diaoyu/Senkaku, controladas pelo Japão, mas que a China reivindica há décadas.

O Japão foi deliberadamente ignorado pelo presidente da China, Xi Jinping, na agenda exterior de seu primeiro ano no cargo, e a imprensa oficial do regime comunista assegurou hoje que a diplomacia japonesa em 2013 foi "antichinesa".

No ano que termina "Abe viajou ao exterior 13 vezes, a mais de 20 países, e propôs políticas para conter a China quando se reuniu com altos líderes, incluindo os de Estados Unidos, França e 10 países do sudeste asiático", criticou hoje o jornal "China Daily".

O santuário Yasukuni presta homenagem às vítimas de conflitos protagonizados pelo Japão nos séculos 19 e 20, entre eles 14 oficiais do exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial que foram julgados e condenados por crimes de guerra cometidos durante a invasão da Ásia Oriental.

Nos primeiros anos da década passada, o então primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi (2001-2006) visitou com frequência o santuário, o que suscitou a ira da China e outros países que foram invadidos pelo Japão nos anos 1930 e 1940, como as duas Coreias.

Desde então, os chefes de governo japonês tinham se abstido de realizar estas visitas em prol de melhorar a relação com os países vizinhos.

Abe, que também foi chefe de governo entre 2006 e 2007, nunca tinha visitado Yasukuni como primeiro-ministro, mas o fez em mais de uma ocasião quando foi ministro porta-voz no gabinete de Koizumi.

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Pequim - O governo chinês manifestou nesta quinta-feira seu "forte condenação" à visita surpresa do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao santuário Yasukuni, onde se homenageia, entre outros, criminosos de guerra durante a invasão japonesa à China e outros países da Ásia Oriental.

"Protestamos e condenamos energicamente os atos do líder japonês", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, poucos instantes depois que Abe entrou no santuário xintoísta, situado em uma área central de Tóquio.

"Se Abe realmente quer melhorar sua relação com seus vizinhos chineses e mostrar verdadeiro respeito, deveria ir ao Memorial do Massacre de Nankín", acrescentou Gang em entrevista coletiva.

O Massacre de Nankín (dezembro de 1937-janeiro de 1938) aconteceu durante as seis semanas que durou a tomada dessa cidade oriental chinesa, então capital do país, e para Pequim é o principal símbolo dos crimes de guerra cometidos pelo governo imperialista japonês na Segunda Guerra Mundial.

Um museu, que inclui parte de uma vala comum na qual se mostram restos dos massacrados, lembra este fato nessa cidade próxima a Xangai.

Gang também ressaltou a coincidência do gesto de Abe com o dia no qual China celebra o aniversário de 120 anos do nascimento de Mao Tsé-tung e lembrou que o "Grande Timoneiro" lutou contra a invasão japonesa.

"O presidente Mao disse então que China é um grande país que tinha a Justiça em suas mãos e o apoio popular, por isso que a vitória final (contra o Japão) seria nossa", rememorou o porta-voz.


Gang também respondeu a declarações de Abe após sua visita a Yasukuni nas quais explicava que sua ação não era destinada a provocar os países vizinhos, mas uma demonstração de respeito aos caídos em guerra pelo Japão, um país livre e democrático

"A visita é, precisamente, uma blasfêmia contra a democracia, a paz e a liberdade", assegurou o porta-voz chinês.

Fontes diplomáticas japonesas informaram que a vice-primeira-ministra chinesa Liu Yandong cancelou um encontro previsto com parlamentares japoneses, em aparente represália pela visita de Abe a Yasukuni.

A visita é a primeira de um chefe de governo japonês ao controvertido santuário desde 2006, e coincide com a celebração na China do 120º aniversário do nascimento de Mao Tsé-tung.

O gesto de Abe acrescenta tensão à já muito deteriorada relação entre Pequim e Tóquio, enfrentadas há mais de um ano pelas ilhas Diaoyu/Senkaku, controladas pelo Japão, mas que a China reivindica há décadas.

O Japão foi deliberadamente ignorado pelo presidente da China, Xi Jinping, na agenda exterior de seu primeiro ano no cargo, e a imprensa oficial do regime comunista assegurou hoje que a diplomacia japonesa em 2013 foi "antichinesa".

No ano que termina "Abe viajou ao exterior 13 vezes, a mais de 20 países, e propôs políticas para conter a China quando se reuniu com altos líderes, incluindo os de Estados Unidos, França e 10 países do sudeste asiático", criticou hoje o jornal "China Daily".

O santuário Yasukuni presta homenagem às vítimas de conflitos protagonizados pelo Japão nos séculos 19 e 20, entre eles 14 oficiais do exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial que foram julgados e condenados por crimes de guerra cometidos durante a invasão da Ásia Oriental.

Nos primeiros anos da década passada, o então primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi (2001-2006) visitou com frequência o santuário, o que suscitou a ira da China e outros países que foram invadidos pelo Japão nos anos 1930 e 1940, como as duas Coreias.

Desde então, os chefes de governo japonês tinham se abstido de realizar estas visitas em prol de melhorar a relação com os países vizinhos.

Abe, que também foi chefe de governo entre 2006 e 2007, nunca tinha visitado Yasukuni como primeiro-ministro, mas o fez em mais de uma ocasião quando foi ministro porta-voz no gabinete de Koizumi.

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