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Chile lidera energia renovável com o deserto mais ensolarado

O governo da presidente Michelle Bachelet aprovou 76 projetos solares e eólicos desde que assumiu o poder

Energia solar: a energia renovável agora é mais barata que a eletricidade vendida no mercado à vista do Chile (Sean Gallup/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 13h59.

Santiago - Com o deserto mais ensolarado da Terra, uma costa varrida pelos ventos e fontes limitadas de combustível fóssil, o norte do Chile se tornou o principal mercado do mundo para energia renovável.

O governo da presidente Michelle Bachelet aprovou 76 projetos solares e eólicos desde que assumiu o poder, no dia 11 de março. Produtores de energia renovável estão buscando contratos para entregar eletricidade a minas administradas por empresas como a Anglo American Plc e a BHP Billiton Ltd., que consomem um terço da energia do país.

A energia renovável agora é mais barata que a eletricidade vendida no mercado à vista do Chile e, com a expectativa de que a demanda global por cobre aumente, também crescerá a necessidade de energia nas minas do remoto deserto do Atacama. Os projetos eólicos e solares que vêm sendo aprovados exigirão até US$ 7 bilhões para serem concluídos.

“O Chile é o mercado com o mais alto nível de atividade do mundo”, disse Ben Warren, chefe da equipe de energias renováveis da Ernst Young LLP, em entrevista por telefone, de Londres.

A Pattern Energy Group Lp, unidade de desenvolvimento de capital fechado associada à Pattern Energy Group Inc., concluiu em agosto o maior parque eólico da América Latina, o projeto El Arrayán, de 115 megawatts.

A Pattern, com sede em São Francisco, tem um contrato para fornecer energia para a empresa de mineração Antofagasta Plc, que tem sede em Londres, e para sua mina de cobre Los Pelambres, localizada no alto da Cordilheira dos Andes, a 129 quilômetros de distância do parque eólico. A produtora também está planejando um parque solar na região do Atacama.

‘País favorito’

“O Chile é o nosso país favorito”, disse o CEO da Pattern Energy, Michael Garland, em entrevista. “Tem uma boa economia, um ambiente político estável e é uma espécie de ilha energética com poucas fontes nativas de energia”.

O Chile importa mais de 90 por cento de seus combustíveis fósseis e paga as tarifas de eletricidade mais altas da América Latina. Cinco anos de seca esgotaram os reservatórios das hidrelétricas, tornando o Chile mais dependente do carvão e do diesel para administrar as plantas de energia.

O potencial do país para energia renovável pode compensar a queda na rede energética, disse Carlos Finat, diretor da Acera, a associação da indústria de energia renovável do Chile. O Chile tem 6.400 quilômetros de costas com ventos.

E tem 137 vulcões que estão sendo avaliados como locais potenciais para usinas de energia geotérmica pela Enel SpA, da Itália, e pela Mighty River Power Ltd., da Nova Zelândia. E o deserto do Atacama é o lugar mais seco e mais ensolarado da Terra, bastante adequado para projetos solares.

Isso impulsionou Bachelet a anunciar uma série de medidas criadas para aliviar a crise de energia, incluindo planos para um terceiro terminal de gás natural liquefeito para importar combustível dos campos de xisto dos EUA.

O Chile já tem uma lei em vigor que exige que os usuários industriais de energia, incluindo as empresas de mineração, obtenham 20 por cento de sua energia de fontes renováveis até 2025.

Empresas de mineração como a Anglo, a BHP e a Codelco, que é estatal, estão estudando investir mais de US$ 100 bilhões em uma nova geração de minas de cobre e precisam garantir um fornecimento confiável de energia.

Projetos solares

A Solarpack Corp. Tecnológica começou a operar em setembro um projeto solar de 25 megawatts que abastecerá a mina de cobre de Collahuasi, da Anglo American e da Glencore Plc.

A SunEdison Inc. concluiu em junho o projeto Amanecer, de 100 megawatts, o maior do Atacama, para fornecer às minas de minério de ferro da Cap SA. A empresa com sede em St. Peters, Missouri, EUA, poderá investir até US$ 1 bilhão em projetos fotovoltaicos na região.

Ela anunciou, em 3 de setembro, um contrato para vender energia do parque solar Javiera, de 69,5 megawatts, para a mina de cobre Los Pelambres, de Antofagasta.

“Apesar de sermos um mercado pequeno, nós atraímos todos os players porque temos taxas de crescimento significativas”, disse Finat. “Temos regras econômicas claras e estabilidade política. E há uma quantidade gigante de fontes energéticas renováveis inexploradas”.

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Santiago - Com o deserto mais ensolarado da Terra, uma costa varrida pelos ventos e fontes limitadas de combustível fóssil, o norte do Chile se tornou o principal mercado do mundo para energia renovável.

O governo da presidente Michelle Bachelet aprovou 76 projetos solares e eólicos desde que assumiu o poder, no dia 11 de março. Produtores de energia renovável estão buscando contratos para entregar eletricidade a minas administradas por empresas como a Anglo American Plc e a BHP Billiton Ltd., que consomem um terço da energia do país.

A energia renovável agora é mais barata que a eletricidade vendida no mercado à vista do Chile e, com a expectativa de que a demanda global por cobre aumente, também crescerá a necessidade de energia nas minas do remoto deserto do Atacama. Os projetos eólicos e solares que vêm sendo aprovados exigirão até US$ 7 bilhões para serem concluídos.

“O Chile é o mercado com o mais alto nível de atividade do mundo”, disse Ben Warren, chefe da equipe de energias renováveis da Ernst Young LLP, em entrevista por telefone, de Londres.

A Pattern Energy Group Lp, unidade de desenvolvimento de capital fechado associada à Pattern Energy Group Inc., concluiu em agosto o maior parque eólico da América Latina, o projeto El Arrayán, de 115 megawatts.

A Pattern, com sede em São Francisco, tem um contrato para fornecer energia para a empresa de mineração Antofagasta Plc, que tem sede em Londres, e para sua mina de cobre Los Pelambres, localizada no alto da Cordilheira dos Andes, a 129 quilômetros de distância do parque eólico. A produtora também está planejando um parque solar na região do Atacama.

‘País favorito’

“O Chile é o nosso país favorito”, disse o CEO da Pattern Energy, Michael Garland, em entrevista. “Tem uma boa economia, um ambiente político estável e é uma espécie de ilha energética com poucas fontes nativas de energia”.

O Chile importa mais de 90 por cento de seus combustíveis fósseis e paga as tarifas de eletricidade mais altas da América Latina. Cinco anos de seca esgotaram os reservatórios das hidrelétricas, tornando o Chile mais dependente do carvão e do diesel para administrar as plantas de energia.

O potencial do país para energia renovável pode compensar a queda na rede energética, disse Carlos Finat, diretor da Acera, a associação da indústria de energia renovável do Chile. O Chile tem 6.400 quilômetros de costas com ventos.

E tem 137 vulcões que estão sendo avaliados como locais potenciais para usinas de energia geotérmica pela Enel SpA, da Itália, e pela Mighty River Power Ltd., da Nova Zelândia. E o deserto do Atacama é o lugar mais seco e mais ensolarado da Terra, bastante adequado para projetos solares.

Isso impulsionou Bachelet a anunciar uma série de medidas criadas para aliviar a crise de energia, incluindo planos para um terceiro terminal de gás natural liquefeito para importar combustível dos campos de xisto dos EUA.

O Chile já tem uma lei em vigor que exige que os usuários industriais de energia, incluindo as empresas de mineração, obtenham 20 por cento de sua energia de fontes renováveis até 2025.

Empresas de mineração como a Anglo, a BHP e a Codelco, que é estatal, estão estudando investir mais de US$ 100 bilhões em uma nova geração de minas de cobre e precisam garantir um fornecimento confiável de energia.

Projetos solares

A Solarpack Corp. Tecnológica começou a operar em setembro um projeto solar de 25 megawatts que abastecerá a mina de cobre de Collahuasi, da Anglo American e da Glencore Plc.

A SunEdison Inc. concluiu em junho o projeto Amanecer, de 100 megawatts, o maior do Atacama, para fornecer às minas de minério de ferro da Cap SA. A empresa com sede em St. Peters, Missouri, EUA, poderá investir até US$ 1 bilhão em projetos fotovoltaicos na região.

Ela anunciou, em 3 de setembro, um contrato para vender energia do parque solar Javiera, de 69,5 megawatts, para a mina de cobre Los Pelambres, de Antofagasta.

“Apesar de sermos um mercado pequeno, nós atraímos todos os players porque temos taxas de crescimento significativas”, disse Finat. “Temos regras econômicas claras e estabilidade política. E há uma quantidade gigante de fontes energéticas renováveis inexploradas”.

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