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Chavismo investe contra oposição apesar de apelo de Maduro

Deputados lançaram uma ofensiva judicial contra uma deputada e dois prefeitos da oposição radical,

Manifestantes opositores ao governo entram em confronto com Guarda Nacional durante protesto em Caracas, em 20 de março de 2014 (Juan Barreto/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 22h22.

Caracas - O chavismo lançou nas últimas horas uma ofensiva judicial contra uma deputada e dois prefeitos da oposição radical, apesar dos contínuos apelos por diálogo feitos pelo presidente Nicolás Maduro em meio aos protestos que sacodem a Venezuela há um mês e meio.

O prefeito de San Cristóbal - capital do estado de Táchira e foco da onda de protestos que sacode a Venezuela - foi detido na quarta-feira pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) por fomentar uma "rebelião civil" e instigar à violência, informou o ministro do Interior, Miguel Rodríguez.

O ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, explicou que as detenções feitas na noite de quarta-feira de Daniel Ceballos, prefeito de San Cristóbal (estado de Táchira, oeste), e do prefeito de San Diego (Carabobo, norte), Enzo Scarano, aconteceram como parte de ações para evitar desordens públicas nos protestos.

"Isto é um ato de justiça diante de um prefeito que não apenas deixou de cumprir as obrigações que a lei e a Constituição impõem, mas que facilitou e apoiou toda a violência irracional que desencadeada na cidade de San Cristóbal", afirmou o ministro.

Rodríguez Torres informou que ambos foram levados para a prisão militar de Ramo Verde, no subúrbio de Caracas, e que o prefeito de San Diego foi condenado a 10 meses de prisão e teve seus direitos políticos cassados.

Na terça-feira, a maioria chavista da Assembleia Nacional aprovou um pedido de investigação da Procuradoria contra a deputada opositora María Corina Machado, também acusada de promover a violência na onda de protestos.


Nesta quinta, Maduro ameaçou outro líder da oposição, Ramón Muchacho, prefeito do município de Chacao, epicentro dos protestos em Caracas há mais de um mês.

"Não vai tremer o pulso se (o Supremo Tribunal) nos derem ordem para detê-lo", advertiu Maduro, ao recordar os piquetes e pneus queimados no distrito do leste de Caracas.

A ofensiva contrasta com o apelo ao diálogo nacional que Maduro tem feito há várias semanas para a oposição, que condiciona sua participação ao cumprimento de uma série de condições pelo governo, entre elas a libertação das mais de 100 pessoas que permanecem detidas por episódios de violência ligados aos protestos.

O líder opositor Henrique Capriles acusou Maduro de colocar fogo na situação e disse que o presidente "será responsável pelo que acontecer no país".

Durante a tarde, grupos de manifestantes enfrentaram com pedradas efetivos do Batalhão de Choque, que responderam com gás lacrimogêneo, durante um protesto que reuniu cerca de três mil pessoas no município opositor de Baruta, no leste de Caracas.

Os manifestantes, estudantes universitários em sua maioria, começaram a se reunir por volta do meio-dia, exatamente para denunciar a ofensiva judicial contra os líderes opositores, no âmbito dos protestos que varrem a Venezuela há um mês e meio.

Protestos também foram registrados nesta quinta-feira em praças da cidade de San Diego e houve alguns confrontos entre policiais e manifestantes.


Maduro acusa os líderes opositores de promoverem "um golpe de Estado" com os protestos contra a insegurança, a falta de produtos e a inflação.

Em um mês e meio, 31 pessoas morreram nos protestos na Venezuela.

Líderes opositores detidos

Daniel Ceballos foi o segundo dirigente da Vontade Popular a ser detido por promover a violência na onda de protestos contra o governo de Maduro, iniciada em San Cristóbal no dia 4 de fevereiro.

Leopoldo López, principal liderança da Vontade Popular, está em uma prisão militar desde 18 de fevereiro, também por promover a violência ligada aos protestos.

Rodríguez explicou que o Sebin realizará a "respectiva apresentação (de Ceballos) ao tribunal".

María Machado e Leopoldo López são os principais promotores da "Saída", a estratégia de ocupar as ruas da Venezuela para obter o fim do governo de Nicolás Maduro.

López, acusado inicialmente de homicídio e terrorismo, foi detido por ordem da Procuradoria sob a acusação de "incêndio intencional, instigação pública, dano à propriedade pública e formação de quadrilha".

Machado é acusada pelos deputados chavistas de "instigação ao crime, traição à pátria e homicídio".

A Venezuela vive desde o início de fevereiro um período de agitação social que já deixou 31 mortos e 400 feridos. As manifestações contra o governo de Maduro apontam diretamente para a inflação fora de controle, a falta de produtos básicos e a alta criminalidade no país.

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Caracas - O chavismo lançou nas últimas horas uma ofensiva judicial contra uma deputada e dois prefeitos da oposição radical, apesar dos contínuos apelos por diálogo feitos pelo presidente Nicolás Maduro em meio aos protestos que sacodem a Venezuela há um mês e meio.

O prefeito de San Cristóbal - capital do estado de Táchira e foco da onda de protestos que sacode a Venezuela - foi detido na quarta-feira pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) por fomentar uma "rebelião civil" e instigar à violência, informou o ministro do Interior, Miguel Rodríguez.

O ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, explicou que as detenções feitas na noite de quarta-feira de Daniel Ceballos, prefeito de San Cristóbal (estado de Táchira, oeste), e do prefeito de San Diego (Carabobo, norte), Enzo Scarano, aconteceram como parte de ações para evitar desordens públicas nos protestos.

"Isto é um ato de justiça diante de um prefeito que não apenas deixou de cumprir as obrigações que a lei e a Constituição impõem, mas que facilitou e apoiou toda a violência irracional que desencadeada na cidade de San Cristóbal", afirmou o ministro.

Rodríguez Torres informou que ambos foram levados para a prisão militar de Ramo Verde, no subúrbio de Caracas, e que o prefeito de San Diego foi condenado a 10 meses de prisão e teve seus direitos políticos cassados.

Na terça-feira, a maioria chavista da Assembleia Nacional aprovou um pedido de investigação da Procuradoria contra a deputada opositora María Corina Machado, também acusada de promover a violência na onda de protestos.


Nesta quinta, Maduro ameaçou outro líder da oposição, Ramón Muchacho, prefeito do município de Chacao, epicentro dos protestos em Caracas há mais de um mês.

"Não vai tremer o pulso se (o Supremo Tribunal) nos derem ordem para detê-lo", advertiu Maduro, ao recordar os piquetes e pneus queimados no distrito do leste de Caracas.

A ofensiva contrasta com o apelo ao diálogo nacional que Maduro tem feito há várias semanas para a oposição, que condiciona sua participação ao cumprimento de uma série de condições pelo governo, entre elas a libertação das mais de 100 pessoas que permanecem detidas por episódios de violência ligados aos protestos.

O líder opositor Henrique Capriles acusou Maduro de colocar fogo na situação e disse que o presidente "será responsável pelo que acontecer no país".

Durante a tarde, grupos de manifestantes enfrentaram com pedradas efetivos do Batalhão de Choque, que responderam com gás lacrimogêneo, durante um protesto que reuniu cerca de três mil pessoas no município opositor de Baruta, no leste de Caracas.

Os manifestantes, estudantes universitários em sua maioria, começaram a se reunir por volta do meio-dia, exatamente para denunciar a ofensiva judicial contra os líderes opositores, no âmbito dos protestos que varrem a Venezuela há um mês e meio.

Protestos também foram registrados nesta quinta-feira em praças da cidade de San Diego e houve alguns confrontos entre policiais e manifestantes.


Maduro acusa os líderes opositores de promoverem "um golpe de Estado" com os protestos contra a insegurança, a falta de produtos e a inflação.

Em um mês e meio, 31 pessoas morreram nos protestos na Venezuela.

Líderes opositores detidos

Daniel Ceballos foi o segundo dirigente da Vontade Popular a ser detido por promover a violência na onda de protestos contra o governo de Maduro, iniciada em San Cristóbal no dia 4 de fevereiro.

Leopoldo López, principal liderança da Vontade Popular, está em uma prisão militar desde 18 de fevereiro, também por promover a violência ligada aos protestos.

Rodríguez explicou que o Sebin realizará a "respectiva apresentação (de Ceballos) ao tribunal".

María Machado e Leopoldo López são os principais promotores da "Saída", a estratégia de ocupar as ruas da Venezuela para obter o fim do governo de Nicolás Maduro.

López, acusado inicialmente de homicídio e terrorismo, foi detido por ordem da Procuradoria sob a acusação de "incêndio intencional, instigação pública, dano à propriedade pública e formação de quadrilha".

Machado é acusada pelos deputados chavistas de "instigação ao crime, traição à pátria e homicídio".

A Venezuela vive desde o início de fevereiro um período de agitação social que já deixou 31 mortos e 400 feridos. As manifestações contra o governo de Maduro apontam diretamente para a inflação fora de controle, a falta de produtos básicos e a alta criminalidade no país.

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