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Cerca de 3 mil presos palestinos fazem greve de fome

A greve se deve ao Dia do Prisioneiro Palestino e em solidariedade com Samer Isaui, preso em greve de fome intermitente desde agosto

Prisão: dos cerca de 5 mil reclusos, 106 estão presos desde antes da assinatura dos Acordos de Oslo (1993) e 50 estão detidos há mais de 25 anos (Getty Images/Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 12h43.

Jerusalém - Cerca de 3 mil palestinos que estão em prisões israelenses rejeitaram, nesta quarta-feira, comer e beber por conta do Dia do Prisioneiro Palestino e em solidariedade com seu companheiro Samer Isaui, em greve de fome intermitente desde agosto, informou à Agência Efe a Autoridade Penintenciária Israelense.

Ziad Abu Ein, do Ministério de Assunto dos Presos da Autoridade Nacional Palestina (ANP), elevou o número de grevistas para cerca de 4.900, ou seja, praticamente todos os palestinos repartidos em mais de 27 prisões e centros de detenção israelenses.

Dos cerca de 5 mil reclusos, 106 estão presos desde antes da assinatura dos Acordos de Oslo (1993) e 50 estão detidos há mais de 25 anos, segundo dados divulgados pela Associação de Presos Palestinos.

Abu Ein explicou que o objetivo da greve de um dia é pressionar as autoridades israelenses para que reconsiderem a detenção administrativa, que permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados prender pessoas sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso e nem seu advogado conhecem. Na prisão de Hadarim, ao norte de Tel Aviv e com cerca de 150 reclusos palestinos, a greve não é somente de um dia, mas contínua até conseguir a libertação de Isaui, que foi detido pouco após ser liberado em outubro de 2011 em virtude de uma troca de presos com Israel pelo soldado Gilad Shalit.

Isaui pediu hoje, em carta aberta, a transformação do dia de apoio aos presos em um "dia de fúria e solidariedade".

"Peço para nossa nação árabe e muçulamana, assim como aos povos livres do mundo, que transformem 17 de abril de 2013 em um dia de fúria e solidariedade com os presos palestinos no mundo todo", diz a carta, divulgada através de seu advogado, segundo a agência palestina "Ma"an".


Neste ano, o Dia do Prisioneiro Palestino acontece em meio a um clima de grande tensão pela recente morte de dois palestinos sob custódia israelense e as prolongadas graves de fome realizadas por vários presos em protesto pela situação em que se encontram.

A ANP acusou Israel de negligência médica no caso de um dos mortos por câncer no mês passado, e de torturas durante um interrogatório, em fevereiro.

Israel rejeita essas alegações e ressalta que ambos os expedientes se encontram sob investigação.

O ministro de presos da ANP, Issa Qaraqe, denuncio no sábado passado que os centros médicos nas prisões israelenses não cumprem os parâmetros internacionais e que cerca de 1.400 reclusos palestinos sofrem com a falta de assistência.

Em um desses centros médicos está Isaui, que desde agosto ingere de forma intermitente líquidos, vitaminas e outros nutrientes, embora não coma alimentos sólidos, o que motivou sua internação no hospital da prisão de Ramle, perto de Tel Aviv.

O responsável do Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, remeteu uma carta à alta representante de Política Externa e Segurança da União Europeia, Catherine Ashton, na qual chama mais uma vez a atenção sobre a situação de Isaui.

"Sua saúde física se debilitou significativamente e sua vida está por um fio (...) Caso o Sr. Isaui morra, a comunidade internacional será responsável por sua tolerância com as ações horrendas que levaram a esta terrível situação", assinala a carta.

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Jerusalém - Cerca de 3 mil palestinos que estão em prisões israelenses rejeitaram, nesta quarta-feira, comer e beber por conta do Dia do Prisioneiro Palestino e em solidariedade com seu companheiro Samer Isaui, em greve de fome intermitente desde agosto, informou à Agência Efe a Autoridade Penintenciária Israelense.

Ziad Abu Ein, do Ministério de Assunto dos Presos da Autoridade Nacional Palestina (ANP), elevou o número de grevistas para cerca de 4.900, ou seja, praticamente todos os palestinos repartidos em mais de 27 prisões e centros de detenção israelenses.

Dos cerca de 5 mil reclusos, 106 estão presos desde antes da assinatura dos Acordos de Oslo (1993) e 50 estão detidos há mais de 25 anos, segundo dados divulgados pela Associação de Presos Palestinos.

Abu Ein explicou que o objetivo da greve de um dia é pressionar as autoridades israelenses para que reconsiderem a detenção administrativa, que permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados prender pessoas sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso e nem seu advogado conhecem. Na prisão de Hadarim, ao norte de Tel Aviv e com cerca de 150 reclusos palestinos, a greve não é somente de um dia, mas contínua até conseguir a libertação de Isaui, que foi detido pouco após ser liberado em outubro de 2011 em virtude de uma troca de presos com Israel pelo soldado Gilad Shalit.

Isaui pediu hoje, em carta aberta, a transformação do dia de apoio aos presos em um "dia de fúria e solidariedade".

"Peço para nossa nação árabe e muçulamana, assim como aos povos livres do mundo, que transformem 17 de abril de 2013 em um dia de fúria e solidariedade com os presos palestinos no mundo todo", diz a carta, divulgada através de seu advogado, segundo a agência palestina "Ma"an".


Neste ano, o Dia do Prisioneiro Palestino acontece em meio a um clima de grande tensão pela recente morte de dois palestinos sob custódia israelense e as prolongadas graves de fome realizadas por vários presos em protesto pela situação em que se encontram.

A ANP acusou Israel de negligência médica no caso de um dos mortos por câncer no mês passado, e de torturas durante um interrogatório, em fevereiro.

Israel rejeita essas alegações e ressalta que ambos os expedientes se encontram sob investigação.

O ministro de presos da ANP, Issa Qaraqe, denuncio no sábado passado que os centros médicos nas prisões israelenses não cumprem os parâmetros internacionais e que cerca de 1.400 reclusos palestinos sofrem com a falta de assistência.

Em um desses centros médicos está Isaui, que desde agosto ingere de forma intermitente líquidos, vitaminas e outros nutrientes, embora não coma alimentos sólidos, o que motivou sua internação no hospital da prisão de Ramle, perto de Tel Aviv.

O responsável do Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, remeteu uma carta à alta representante de Política Externa e Segurança da União Europeia, Catherine Ashton, na qual chama mais uma vez a atenção sobre a situação de Isaui.

"Sua saúde física se debilitou significativamente e sua vida está por um fio (...) Caso o Sr. Isaui morra, a comunidade internacional será responsável por sua tolerância com as ações horrendas que levaram a esta terrível situação", assinala a carta.

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