O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad: Washington não quer que o Irã, de Ahmadinejad, aliado de Assad, se envolva nas negociações sobre crise síria (©AFP/Arquivo / Vanderlei Almeida)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2012 às 14h57.
Washington - A Casa Branca rejeitou nesta terça-feira a ideia de que o Irã possa desempenhar um papel "positivo" na crise síria, exposta um pouco antes pelo emissário internacional Kofi Annan durante uma visita a Teerã.
"Não acredito que ninguém possa dizer seriamente que o Irã tenha tido um efeito positivo nos acontecimentos na Síria", disse o porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, a jornalistas no avião presidencial Air Force One, que leva Obama a Iowa (centro).
Annan, que está em visita a Teerã nesta terça-feira para discutir a evolução dos acontecimentos na Síria, afirmou que espera que o Irã se junte aos esforços por uma solução, algo que os governos ocidentais e a oposição síria rejeitaram até o momento. Eles acusam Teerã de apoiar militarmente o regime de Damasco, do qual é seu principal aliado.
"Existe o risco de que a crise síria saia do controle e se estenda para a região", destacou Annan durante uma breve entrevista coletiva à imprensa. Neste contexto, "o Irã pode desempenhar um papel positivo", afirmou Annan, que indicou que continuará "trabalhando" com os líderes iranianos.
Carney disse que está de acordo com o plano Annan para pôr fim à violência na Síria e criar um governo de transição, mas explicou que Washington continua "cético em relação à vontade do presidente Bashar al-Assad de cumprir os compromissos assumidos" e que "se colocar ao lado de Assad equivale a se colocar ao lado de um tirano e ficar no lado errado".