Campanha para pagar multa de Ai Weiwei supera US$ 1 milhão
Os fãs do artista consideram a acusação de evasão de impostos como uma represália do governo pela oposição de Ai Weiwei ao regime chinês
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2011 às 10h28.
Pequim - Os desafiadores fãs do artista dissidente Ai Weiwei enviaram até esta quarta-feira mais de US$ 1 milhão para ajudá-lo a pagar uma multa de US$ 2,4 milhões pela suposta evasão de impostos, acusação que consideram uma represália por sua oposição ao regime chinês.
Um das voluntárias da campanha, Liu Yanping, informou que nesta terça receberam US$ 1,04 milhão para ajudar a pagar a multa que vence em 15 de novembro.
Ao todo, 24.130 pessoas enviaram quantias, tanto pelo Alipay, um sistema de pagamento online, quanto pelo cartão bancário, segundo Liu.
O jornal oficial Global Times publicou nesta quarta uma nota assinada pelo comentarista Shan Renping em sua edição em mandarim na qual sugeria que a campanha de ajuda a Weiwei poderia constituir uma 'arrecadação ilegal de fundos' e que o apoio ao artista não representa o sentimento geral do 'público chinês'.
Alguns internautas agradeceram a Renping por 'fazer publicidade gratuita' da campanha, enquanto outros chamaram o editor do jornal, Hu Xijin, de 'eunuco Hu', por publicar o artigo conforme as ordens do regime chinês.
Já Weiwei, de 54 anos, que foi detido ilegalmente por 81 dias em abril sem qualquer acusação, disse pela internet que as quantias enviadas são 'empréstimos sem juros' e não doações .
O esclarecimento do artista, que se declarou inocente das acusações, indica, segundo especialistas em direito, que Weiwei está recebendo assessoria legal e tenta evitar que o regime cobre impostos pelas 'doações' e lance novas acusações de crimes financeiros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, desistiu de se pronunciar sobre a suposta ilegalidade da campanha, o que indica, na avaliação de observadores, que a China teme aumento ao apoio ao artista, que conta com mais de 100 mil seguidores em sua conta no Twitter.
Os simpatizantes de Weiwei consideram que, com sua campanha, estão exercendo seu direito de 'voto' nas chamadas 'eleições' locais que estão acontecendo nestes dias, que proibiu a participação de muitos candidatos não filiados ao Partido Comunista da China (PCCh), que governa o país desde 1949.
A mãe do artista, a poetisa Gao Ying, de 79 anos, divulgou que vai hipotecar sua casa de Pequim para ajudar o filho a pagar a multa, a qual considera uma represália pela dissidência política de Weiwei, semelhante a que seu falecido marido, o poeta revolucionário Ai Qing, sofreu.
A detenção de Weiwei em abril gerou a condenação de Governos e grupos de direitos humanos, pelo ativista ser o mais ilustre entre os diversos dissidentes, intelectuais, advogados e artistas detidos desde fevereiro pelo regime para evitar qualquer influência da 'Primavera Árabe' em seu território.
Pequim - Os desafiadores fãs do artista dissidente Ai Weiwei enviaram até esta quarta-feira mais de US$ 1 milhão para ajudá-lo a pagar uma multa de US$ 2,4 milhões pela suposta evasão de impostos, acusação que consideram uma represália por sua oposição ao regime chinês.
Um das voluntárias da campanha, Liu Yanping, informou que nesta terça receberam US$ 1,04 milhão para ajudar a pagar a multa que vence em 15 de novembro.
Ao todo, 24.130 pessoas enviaram quantias, tanto pelo Alipay, um sistema de pagamento online, quanto pelo cartão bancário, segundo Liu.
O jornal oficial Global Times publicou nesta quarta uma nota assinada pelo comentarista Shan Renping em sua edição em mandarim na qual sugeria que a campanha de ajuda a Weiwei poderia constituir uma 'arrecadação ilegal de fundos' e que o apoio ao artista não representa o sentimento geral do 'público chinês'.
Alguns internautas agradeceram a Renping por 'fazer publicidade gratuita' da campanha, enquanto outros chamaram o editor do jornal, Hu Xijin, de 'eunuco Hu', por publicar o artigo conforme as ordens do regime chinês.
Já Weiwei, de 54 anos, que foi detido ilegalmente por 81 dias em abril sem qualquer acusação, disse pela internet que as quantias enviadas são 'empréstimos sem juros' e não doações .
O esclarecimento do artista, que se declarou inocente das acusações, indica, segundo especialistas em direito, que Weiwei está recebendo assessoria legal e tenta evitar que o regime cobre impostos pelas 'doações' e lance novas acusações de crimes financeiros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, desistiu de se pronunciar sobre a suposta ilegalidade da campanha, o que indica, na avaliação de observadores, que a China teme aumento ao apoio ao artista, que conta com mais de 100 mil seguidores em sua conta no Twitter.
Os simpatizantes de Weiwei consideram que, com sua campanha, estão exercendo seu direito de 'voto' nas chamadas 'eleições' locais que estão acontecendo nestes dias, que proibiu a participação de muitos candidatos não filiados ao Partido Comunista da China (PCCh), que governa o país desde 1949.
A mãe do artista, a poetisa Gao Ying, de 79 anos, divulgou que vai hipotecar sua casa de Pequim para ajudar o filho a pagar a multa, a qual considera uma represália pela dissidência política de Weiwei, semelhante a que seu falecido marido, o poeta revolucionário Ai Qing, sofreu.
A detenção de Weiwei em abril gerou a condenação de Governos e grupos de direitos humanos, pelo ativista ser o mais ilustre entre os diversos dissidentes, intelectuais, advogados e artistas detidos desde fevereiro pelo regime para evitar qualquer influência da 'Primavera Árabe' em seu território.