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Campanha de Trump diz que processo de impeachment é positivo. Será?

Pesquisas mostram que Donald Trump não deve receber apoio forte da população como Bill Clinton, na década de 90

Donald Trump: presidente se tornará o terceiro presidente norte-americano a ter um impeachment aprovado na Câmara dos Deputados (Jonathan Ernst/Reuters)
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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 11h17.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 11h18.

São Paulo — A campanha do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, vê os esforços liderados pela oposição democrata para sujeitá-lo a um impeachment como um grande trunfo na busca do republicano pela reeleição em 2020, apostando que apoiadores e aqueles insatisfeitos com a política se sentirão motivados a votar nele em novembro.

Mas se o presidente republicano está esperando uma revolta pública como a vista contra o impeachment do presidente democrata Bill Clinton em 1998, por enquanto isso não aconteceu, mostraram dados da pesquisa Reuters/Ipsos nos últimos meses.

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Na verdade, o inquérito de impeachment da Câmara dos Deputados provocou uma campanha maior entre os democratas para responsabilizar Trump pelos esforços de pressionar a Ucrânia a investigar o rival político democrata Joe Biden, de acordo com uma análise de pesquisas realizadas todas as semanas desde 24 de setembro, quando o escândalo ucraniano veio à tona.

Nesta semana, Trump provavelmente se tornará o terceiro presidente norte-americano a ter um impeachment aprovado na Câmara dos Deputados quando o plenário da Casa de maioria democrata votar os artigos de impeachment que o acusam de abusar de seu cargo e de obstruir o inquérito do Congresso a respeito da questão.

Isso levaria a um julgamento no Senado controlado pelos republicanos, que dificilmente votaria pelo afastamento de Trump do cargo. Trump nega qualquer irregularidade e qualificou o inquérito de impeachment como uma farsa.

Desde que os democratas da Câmara iniciaram o inquérito de impeachment, a campanha de Trump vem enviando tópicos de debate para autoridades do Partido Republicano de todo o país na tentativa de transformar a crise em uma vantagem política, segundo assessores e um documento interno da campanha visto pela Reuters.

"Sempre que as pessoas tentam diminuir este presidente legítimo de qualquer maneira, seus eleitores reagem", disse o gerente da campanha de Trump, Brad Parscale, a repórteres na quinta-feira. O modelo adotado pelos republicanos daqui em diante pode ser o impeachment de 1998 contra Clinton.

À época, o instituto de pesquisa Gallup mostrou que a popularidade de Clinton cresceu em meio à polarização partidária durante os procedimentos da Câmara, chegando a 73% no momento da votação do impeachment.

Clinton, que teve o impeachment aprovado na Câmara por mentir sobre um relacionamento sexual que teve com uma estagiária da Casa Branca, emergiu politicamente mais forte depois de ser absolvido em um julgamento no Senado no início de 1999.

Já o índice de aprovação de Trump pairou em torno de 40% o ano inteiro, mudando pouco nos últimos três meses.

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