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Cameron defende reforma da imprensa apesar de oposição

Boa parte dos jornais são contra o novo marco regulador

Jornais britânicos destacaram a morte do repórter que entregou o caso das escutas: a imprensa britânica foi recentemente golpeada pelo escândalo das escutas (Miguel Medina/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 09h44.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido , David Cameron, defendeu nesta terça-feira a reforma de imprensa apresentada pelos partidos políticos apesar da oposição de boa parte dos jornais, que pediram assessoria jurídica para decidir se irão aderir ao novo marco regulador.

Em um ato realizado em Londres, Cameron disse que o sistema estipulado pelos três grandes partidos britânicos, apresentado ontem no Parlamento, "funcionará e perdurará", apesar de ter recebido duras críticas de alguns meios de comunicação.

Os grupos "The Daily Mail", "The Sun", "The Times", "The Telegraph", "The Daily Star" e "The Daily Express" afirmaram que analisarão com seus advogados se ratificarão o sistema que pela primeira vez regulará a imprensa escrita no Reino Unido.

Por meio de um comunicado, os jornais disseram que existem "assuntos polêmicos" na iniciativa apresentada pelo governo com apoio partidário, que contempla a criação de um organismo de auto-regulação supervisado por um órgão capaz de impor multas e exigir correções.

Os jornais se queixam de que não estiveram presentes nas negociações que possibilitaram um acordo de última hora nesta segunda-feira entre conservadores, trabalhistas e liberais-democratas, mas apenas representantes de associações de vítimas dos abusos da imprensa.

Outros jornais, como "The Guardian" e "The Independent", mostraram-se mais abertos à proposta política, apesar de ainda não terem declarado suas intenções.

Associações de imprensa argumentaram que o sistema será muito custoso pois facilitará a cobrança de indenizações. Após longas negociações, os três grandes partidos britânicos assinaram um acordo de auto-regulação que não precisará ser sancionado, o que era uma exigência dos trabalhistas. No entanto, várias emendas ao texto inicial ainda deverão ser propostas.


A fórmula escolhida para regular a imprensa britânica, golpeada pelo escândalo das escutas, é um estatuto aprovado pela rainha Elizabeth II que pretende proteger os cidadãos preservando ao mesmo tempo a liberdade de expressão.

Os jornais e sites que aderirem ao novo marco regulatório, o que será feito de maneira voluntária, terão benefícios em casos de disputa e por isso os meios que não ratificarem o sistema receberão punições maiores. O programa prevê também um serviço de arbitragem na justiça.

"Estou convencido de que fizemos um sistema que é prático, que funcionará, que protegerá a liberdade de imprensa, mas que também oferecerá um sistema de auto-regulação forte para as vítimas", afirmou hoje Cameron.

A reforma é uma resposta às recomendações feitas em novembro do ano passado pela Comissão Leveson, formada pelo governo para propor mudanças na imprensa após o escândalo das escutas ilegais.

A crise levou ao fechamento, em julho de 2011, do jornal sensacionalista "The News of the World", do grupo do magnata Rupert Murdoch. Vários funcionários da publicação foram presos por realizar escutas ilegais, inclusive de personalidades famosas.

O juiz Brian Leveson concluiu que a comissão de auto-regulação que existia até então, presidida por diretores de jornais, tinha fracassado, por isso recomendou a criação de um novo sistema com supervisão independente e amparado pela lei.

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Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido , David Cameron, defendeu nesta terça-feira a reforma de imprensa apresentada pelos partidos políticos apesar da oposição de boa parte dos jornais, que pediram assessoria jurídica para decidir se irão aderir ao novo marco regulador.

Em um ato realizado em Londres, Cameron disse que o sistema estipulado pelos três grandes partidos britânicos, apresentado ontem no Parlamento, "funcionará e perdurará", apesar de ter recebido duras críticas de alguns meios de comunicação.

Os grupos "The Daily Mail", "The Sun", "The Times", "The Telegraph", "The Daily Star" e "The Daily Express" afirmaram que analisarão com seus advogados se ratificarão o sistema que pela primeira vez regulará a imprensa escrita no Reino Unido.

Por meio de um comunicado, os jornais disseram que existem "assuntos polêmicos" na iniciativa apresentada pelo governo com apoio partidário, que contempla a criação de um organismo de auto-regulação supervisado por um órgão capaz de impor multas e exigir correções.

Os jornais se queixam de que não estiveram presentes nas negociações que possibilitaram um acordo de última hora nesta segunda-feira entre conservadores, trabalhistas e liberais-democratas, mas apenas representantes de associações de vítimas dos abusos da imprensa.

Outros jornais, como "The Guardian" e "The Independent", mostraram-se mais abertos à proposta política, apesar de ainda não terem declarado suas intenções.

Associações de imprensa argumentaram que o sistema será muito custoso pois facilitará a cobrança de indenizações. Após longas negociações, os três grandes partidos britânicos assinaram um acordo de auto-regulação que não precisará ser sancionado, o que era uma exigência dos trabalhistas. No entanto, várias emendas ao texto inicial ainda deverão ser propostas.


A fórmula escolhida para regular a imprensa britânica, golpeada pelo escândalo das escutas, é um estatuto aprovado pela rainha Elizabeth II que pretende proteger os cidadãos preservando ao mesmo tempo a liberdade de expressão.

Os jornais e sites que aderirem ao novo marco regulatório, o que será feito de maneira voluntária, terão benefícios em casos de disputa e por isso os meios que não ratificarem o sistema receberão punições maiores. O programa prevê também um serviço de arbitragem na justiça.

"Estou convencido de que fizemos um sistema que é prático, que funcionará, que protegerá a liberdade de imprensa, mas que também oferecerá um sistema de auto-regulação forte para as vítimas", afirmou hoje Cameron.

A reforma é uma resposta às recomendações feitas em novembro do ano passado pela Comissão Leveson, formada pelo governo para propor mudanças na imprensa após o escândalo das escutas ilegais.

A crise levou ao fechamento, em julho de 2011, do jornal sensacionalista "The News of the World", do grupo do magnata Rupert Murdoch. Vários funcionários da publicação foram presos por realizar escutas ilegais, inclusive de personalidades famosas.

O juiz Brian Leveson concluiu que a comissão de auto-regulação que existia até então, presidida por diretores de jornais, tinha fracassado, por isso recomendou a criação de um novo sistema com supervisão independente e amparado pela lei.

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