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Califórnia introduz ação contra decisão de Trump de eliminar DACA

O recurso sustenta que o governo Trump "violou a Constituição e as leis federais quando rescindiu o DACA"

Apoio ao DACA: "Na Califórnia não só os apoiamos e valorizamos, lutamos por eles" disse o procurador (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 21h58.

Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 22h00.

O procurador-geral da Califórnia, Xavier Becerra, introduziu nesta segunda-feira uma ação contra a decisão do presidente americano, Donald Trump , de eliminar um programa que protege jovens em situação ilegal e que chegaram ao país ainda menores.

O recurso sustenta que o governo Trump "violou a Constituição e as leis federais quando rescindiu o DACA", a Ação Diferida para os Chegados na Infância, indicou um comunicado do gabinete de Becerra.

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"Um em cada quatro destes 'dreamers' (sonhadores, como são denominados os beneficiários do programa) do DACA tem a Califórnia como seu lar e não é coincidência que este grande estado seja a sexta maior economia do mundo", informou o procurador, acompanhado de dois beneficiários do programa em Sacramento.

"Na Califórnia não só os apoiamos e valorizamos, lutamos por eles" e "não permitiremos a Donald Trump destruir as vidas de jovens imigrantes que fazem da Califórnia e do nosso país um lugar forte", acrescentou Becerra, filho de imigrantes mexicanos e primeiro latino a chegar na Califórnia a esta posição, equivalente a um secretário de Justiça.

Dos 800.000 jovens que se beneficiaram deste programa criado pelo ex-presidente Barack Obama em 2012, 200.000 vivem na Califórnia.

A denúncia foi introduzida em uma corte da Califórnia, juntamente com os estados de Minnesota (norte), Maryland e Maine (nordeste).

Trump, que chegou ao poder com um discurso anti-imigração, disse que os "dreamers" não deviam se preocupar sobre os próximos seis meses.

Mas o recurso adverte, por exemplo, que a informação que os beneficiários do DACA proporcionaram "de boa fé" ao governo para entrar no programa seja usada agora contra eles para deportá-los, "violando a quinta emenda (da Constituição) ao devido processo", segundo o comunicado.

"A vasta maioria"

Milhares de pessoas marcharam este domingo em Los Angeles contra a decisão de Trump e manifestações similares foram registradas nos últimos dias em outras cidades, inclusive Nova York e Washington.

"A vasta maioria dos americanos coincide em que os 'dreamers' devem ficar. É tempo de lutar da forma como pudermos e em múltiplas frentes", destacou Becerra.

Uma consulta do site Politico mostrou que 76% dos americanos apoiam a regularização dos "dreamers".

Ao rescindir o programa, Trump forçou o Congresso a reabrir o polêmico debate da reforma migratória, que já fracassou em 2001, 2006 e 2013.

Em julho foi apresentado um projeto de lei bipartidário, chamado "Dream Act", que permitiria aos imigrantes que cresceram nos Estados Unidos obter residência legal permanente e finalmente a cidadania.

Dezesseis procuradores-gerais de 15 estados e da capital já tinham apresentado, há uma semana, outra ação que argumentava que o governo tinha violado a Constituição, ao discriminar os jovens DACA de origem mexicana, que representam 78% do total.

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