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Brexit sem acordo pode provocar mais de 12 mil mortes, diz estudo

O aumento das cardiopatias estaria relaciona a redução da ingestão de frutas e verduras por parte dos britânicos após o Brexit e a alta nos preços

Brexit: grande parte das frutas e verduras consumidas no Reino Unido foi importada em 2017 (Jack Taylor/Getty Images)
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EFE

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 08h17.

Última atualização em 29 de janeiro de 2019 às 08h25.

Londres - Um Brexit sem acordo poderia provocar 12.400 mortes a mais na próxima década na Inglaterra por cardiopatias e doenças vasculares cerebrais, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "BMJ Open", versão online do "British Medical Journal".

A análise, a cargo de especialistas da Universidade Imperial College de Londres, justificou o aumento das mortes por esses tipos de patologias à possível redução de ingestão de frutas e verduras por parte dos britânicos pelo aumento dos preços derivados da saída da União Europeia.

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Grande parte das frutas consumidas no Reino Unido em 2017 foi importada (84%), assim como 48% das verduras, e o custo destas transações aumentará significativamente depois da saída do Reino Unido da UE, segundo indicaram os responsáveis do relatório.

Os investigadores analisaram quatro possíveis cenários do Brexit e concluíram que o mais prejudicial seria o de uma saída sem acordo, que causaria mais de 12.000 mortes por doenças cardiovasculares na próxima década.

Seus cálculos mostraram que uma saída abrupta do bloco comunitário provocaria o maior aumento no preço destes produtos importados, com as bananas, por exemplo, custando 17% a mais, as frutas cítricas aumentando 14% e os tomates, quase 15%.

A ingestão de frutas e verduras em mais da metade da população britânica já se encontra abaixo dos níveis recomendados, mas esta cairia ainda mais se o divórcio com a UE não for amigável, acrescentaram.

Os britânicos comeriam 11,4% menos frutas e cerca de 9% menos verduras, o que derivaria nesse aumento de mortes que ascenderiam a 12.400 a mais entre 2021 e 2030, um aumento de aproximadamente 2%.

"O governo britânico deveria considerar cuidadosamente as consequências na saúde da população nas próximas negociações do Brexit, particularmente, as mudanças adversas nos sistemas alimentícios", concluíram.

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