Brasileiro morre enquanto atuava pelas forças ucranianas, e mãe lamenta: “Orgulho será eterno”
Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, afirmou estar 'à disposição para prestar assistência consular aos familiares do brasileiro'
Agência de notícias
Publicado em 9 de julho de 2024 às 09h55.
Última atualização em 9 de julho de 2024 às 10h00.
O brasileiro Murilo Lopes Santos, de 26 anos, natural do município de Castro, no interior do Paraná, morreu enquanto fazia parte das forças ucranianas que combatem a invasão da vizinha Rússia no país. Em suas redes sociais, a mãe do jovem, Rosângela Pavin, lamentou a perda precoce.
“Com tantas atrocidades e tristezas de uma guerra, buscava sempre um jeito de descontrair e alegrar seus companheiros tornando o que estavam vivendo algo mais leve e suportável pra todos. Esse era você, meu herói”, publicou Rosângela.
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, afirmou estar “à disposição para prestar assistência consular aos familiares do brasileiro” e disse que, por questões legais, “não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.
Em uma das postagens, Rosângela lembrou que Murilo “amava os animais”, publicando alguns registros do filho acompanhados de dois gatos.
Ela também compartilhou o registro de um vídeo no qual ele e outros voluntários brasileiros na Ucrânia aparecem cantando a música “Sinônimos”, de Chitãozinho e Xororó.
“Meu herói, meu orgulho por você será eterno, assim como meu amor e minha saudade”, disse a mãe. "Desde que ele saiu, ele nunca se desligou completamente. Ele fazia cursos online, aprendeu a língua, ele falava várias línguas. Ele fez o itinerário, comprou as passagens, foi sozinho, organizou tudo", afirmou Rosângela ao g1.
Ao menos, 5 brasileiros morreram no combate entre Ucrânia e Rússia
Murilo foi pelo menos a quinta morte de um brasileiro no combate no Leste Europeu, que dura mais dois anos. Embora o Brasil não tenha enviado tropas, cidadãos viajaram para o Leste Europeu para atuar nos embates — boa parte deles pela Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, grupo paramilitar de estrangeiros organizado pelo governo local.
- Antônio Hashitani, 25 anos: Natural de Curitiba, era estudante de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) quando trancou a matrícula para se engajar em projetos humanitários. Participou de ações na África antes de ir Ucrânia. Ele atuava ao lado de um grupo paramilitar em Bakhmut quando foi morto, em agosto de 2023.
- André Luis Hack Bahi, 44 anos: Natural de Porto Alegre (RS), ele morreu em 4 de junho de 2022. Ele estava na Ucrânia desde o início do conflito, pela Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Segundo o g1, ele teria sido atingido ao se arriscar pelo fogo cruzado para resgatar outros dois combatentes. André deixou sete filhos.
- Douglas Rodrigues Búrigo, 40 anos: Natural de São José dos Ausentes (RS), ele morreu em julho de 2022. Estava na Ucrânia havia dois meses e atuava ao lado do Exército ucraniano em Kharkiv quando foi atingido durante um ataque aéreo. Segundo a família, a ideia de Búrigo era prestar serviço humanitário, mas, ao chegar lá, acabou por se engajar na linha de frente.
- Thalita do Valle, 39 anos: Natural de Ribeirão Preto (SP), a brasileira também morreu em julho de 2022, em Kharkiv. Segundo o g1, a causa do falecimento foi asfixia decorrente de um incêndio no bunker em que se abrigava. Ele havia chegado ao país apenas três semanas antes para atuar ao lado da Legião Estrangeira Ucraniana.