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Brasil quer o fim da biopirataria

Ministra do meio ambiente defende a criação de uma legislação internacional para cuidar do assunto

Conferência da ONU sobre biodiversidade em Nagoya, no Japão (Jiji Press/AFP)

Conferência da ONU sobre biodiversidade em Nagoya, no Japão (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 11h34.

Nagoya - A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, disse nesta terça-feira em uma conferência da ONU que a preservação da biodiversidade depende da negociação de um acordo para acabar com a biopirataria nos países em desenvolvimento.

Para Teixeira, garantir um acordo vinculante que acabe com a "biopirataria" é indispensável para que se alcance um pacto mais amplo nas negociações, que acontecem esta semana na cidade japonesa de Nagoya.

Precisamos de um acordo para um protocolo ABS", disse a ministra à AFP, referindo-se ao Acordo de Acesso e Compartilhamento de Lucros (ABS, na sigla em inglês).

"É muito importante que consigamos ainda este ano. Para nós, é inaceitável que ainda não tenhamos uma legislação formal" (para o ABS).

Delegados de mais de 190 países participam na conferência de Nagoya, cuja função é discutir o 'modus vivendi' da raça humana, a destruição da natureza e quem está liderando a corrida da extinção.

Um rascunho do texto proposto lista 20 metas a serem alcançadas nos próximos 10 anos, como a proteção de florestas e mares, a redução dos níveis de poluição e recuperar ecossistemas degradados.

O Brasil, no entanto, insistiu que nenhum objetivo será estabelecido até que os países ricos assinem um acordo ABS.

Por quase duas décadas, os países ricos resistiram à consolidação de um pacto como este.

"É preciso entender a necessidade de compartilhar os lucros", disse a ministra à AFP em Nagoya.

"Para haver um acordo sobre a biodiversidade, é importante proteger, é importante ter um uso sustentável, mas também é importante dividir os lucros", indicou.

Questionada sobre a possibilidade de que as negociações terminem em fracasso na sexta-feira, Teixeira disse que "sempre há um risco".

Ela disse, no entanto, que é otimista.

"Acho que conseguiremos alcançar um acordo", afirmou.

"Sou uma otimista, então... espero que sim. Trabalhei duro para isso".

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