Brasil e mais 10 países reagem a ideia de ação militar na Venezuela
A nota conjunta foi divulgada horas depois de o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmar que "não devemos descartar nenhuma opção."
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de setembro de 2018 às 14h38.
Última atualização em 16 de setembro de 2018 às 15h32.
Brasília - O Brasil e mais dez países latino-americanos integrantes do Grupo de Lima rechaçaram ontem, em nota conjunta, qualquer ação ou declaração que "implique uma intervenção militar ou o exercício da violência, a ameaça ou o uso da força na Venezuela ."
A nota conjunta foi divulgada horas depois de o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos ( OEA ), Luis Almagro, afirmar que "com respeito a uma intervenção militar para derrubar Nicolás Maduro, não devemos descartar nenhuma opção."
Apesar de ser um duro crítico do regime de Nicolás Maduro, Almagro não havia até então avançado para a hipótese militar.
O governo dos Estados Unidos vem pressionando os países da região a seguir por essa linha. Em setembro do ano passado, no período em que ocorreu a Assembleia-geral das Nações Unidas em Nova York, o presidente Donald Trump recebeu um grupo de mandatários da região. O presidente brasileiro Michel Temer era um dos convidados.
Segundo um dos presentes, Trump perguntou se eles tinham certeza que não queriam uma "solução militar" para a Venezuela. A oferta pegou a todos de surpresa e não estava claro se o americano estava falando sério ou brincando. De toda forma, a proposta foi rejeitada por todos. Foi dito a ele que a hipótese estava fora de cogitação. Eram convidados o então presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti.
Na nota de ontem, o Grupo de Lima, criado para discutir de forma articulada a crise venezuelana, reafirmou seu compromisso de contribuir para a volta da democracia naquele país com iniciativas no âmbito do direito internacional. Assinam a nota: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. (Lu Aiko Otta)