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Biden ordenará abertura de porto em Gaza para entrega de ajuda humanitária pelo mar

Operação será coordenada junto por Israel, as Nações Unidas e organizações não governamentais humanitárias

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Agence France-Presse/AFP)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 7 de março de 2024 às 17h27.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , anunciará nesta quinta-feira, em seu discurso ao Congresso, a ordem para abertura de um porto na Faixa de Gaza para facilitar a entrega de ajuda humanitária pelo mar, informou um funcionário do alto-escalão do governo à imprensa americana.

— Hoje à noite, o presidente anunciará em seu discurso sobre o Estado da União que ordenou que as Forças Armadas dos EUA realizem uma missão de emergência para estabelecer um porto no Mediterrâneo, na costa de Gaza, que possa receber grandes navios que transportem alimentos, água, remédios e abrigos temporários — disse o funcionário aos repórteres.

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Segundo a autoridade, o porto terá um píer temporário com "capacidade para centenas de caminhões adicionais de assistência todos os dias". A operação será coordenada junto por Israel, as Nações Unidas e organizações não governamentais humanitárias, e as remessas de suprimentos chegarão a partir do Chipre.

Não ficou claro quando o porto começará a operar. Segundo uma outra autoridade, ouvida pela CNN americana, o projeto levará "algumas semanas para ser planejado e executado".

— As forças que serão necessárias para cumprir essa missão já estão na região ou começarão a se deslocar para lá em breve — ressaltou a fonte.

O anúncio não implica a presença de tropas dos EUA na Faixa de Gaza, já que os militares permanecerão em alto mar enquanto outros aliados executam a entrega, disseram as autoridades.

Embora as autoridades dos EUA afirmem que a entrega de ajuda por vias terrestres seja "a maneira mais eficiente e econômica de levar assistência", o anúncio de Biden ressalta a urgência do momento.

Também nesta quinta-feira, a Espanha anunciou uma doação de 20 milhões de euros à Agência da ONU para Refugiados Palestinos, em Gaza.

Após quase cinco meses de guerra entre Israel e Hamas, as Nações Unidas estimam que 2,2 milhões de pessoas, a grande maioria da população, estejam ameaçadas pela fome em Gaza, especialmente no norte, onde destruição, combates e saques tornam quase impossível o transporte de ajuda humanitária.

Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), quase 2,3 mil caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza em fevereiro, com uma média de 82 veículos por dia. O número é 50% menor que em janeiro. Antes do conflito atual, quando as necessidades da população eram menos urgentes, cerca de 500 caminhões entravam no enclave todos os dias.

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