Travessia do Rio Ribeira de Iguape: nova fase da barragem custará R$ 37, 6 mi (André Penner)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 07h39.
Iguape, SP – A última etapa da Barragem do Valo Grande, em São Paulo, deve começar no segundo semestre deste ano, segundo previsão do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) do governo de São Paulo. Para a conclusão das obras, com a instalação das comportas, devem ser feitos estudos de topografia, qualidade da água e avaliação ambiental da região. O custo estimado para essa fase da obra é de R$ 37, 6 milhões.
Segundo o Daee, até agora foram concluídos 58% da restauração das estruturas da barragem, erguida na década de 90. A previsão é que os trabalhos iniciados há cerca de oito meses e que custaram R$ 8,6 milhões sejam encerrados em abril.
Sobre a avaliação dos impactos ambientais e sociais da obra, o órgão respondeu que a represa pretende reduzir os efeitos das inundações nas várzeas do Rio Ribeira de Iguape. “ E, ao mesmo tempo, visa à preservação ambiental da Região Estuarino-Lagunar do Mar Pequeno, à jusante da obra, com benefícios socioeconômico e ambientais aos territórios abrangidos pelos municípios de Iguape, Ilha Comprida e Cananeia”.
O Daee garantiu que seguirá as recomendações do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e buscará as licenças de instalação e operação no órgãos competentes.
A represa deverá corrigir a infiltração de água doce que acabou com boa parte dos manguezais de Iguape. O problema ocorreu devido ao alargamento, ao longo de cerca de 150 anos, do Valo Grande. O canal foi construído com 4,4 metros de largura, como atalho do Rio Ribeira para o transporte de arroz para o Porto de Iguape. Atualmente a passagem tem cerca de 200 metros.
A primeira tentativa de fechar o valo ocorreu em 1978 e durou até 1983, quando o canal foi reaberto. Durante esse período, os manguezais foram capazes de se recuperar e espécies que haviam desaparecido da região voltaram a viver no estuário da cidade, como lembra o funcionário público aposentado Moisés de Andrade. “Quando fecharam tinha ostra, marisco e camarão”, recorda.
Entretanto, as enchentes acima da represa acabaram por pressionar pela reabertura do valo. “Inundou para lá” - diz, apontando para além da barragem. “Teve que abrir para a água passar”.