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Banco do Vaticano facilitou lavagem de dinheiro

Investigação durou 3 anos e apontou que o funcionamento do banco do Vaticano facilita a lavagem, segundo documentos confidenciais citados por jornais italianos

Sede do Instituto para as Obras Religiosas, o Banco do Vaticano: investigação mostra que transitou dinheiro de origem duvidosa por algumas das 19.000 contas do banco, que pertencem tanto a religiosos quanto a laicos que trabalham no Vaticano (Gabriel Bouys/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2013 às 13h46.

O funcionamento do banco do Vaticano facilita a lavagem de dinheiro, afirmam os responsáveis por uma investigação que durou três anos sobre esta instituição bancária, segundo documentos confidenciais citados por dois jornais italianos neste sábado.

O Instituto para as Obras Religiosas (IOR, nome oficial do banco) não realizou controles suficientes sobre seus clientes e autorizou os titulares de contas a transferirem somas grandes em nome de terceiros, segundo as mesmas fontes.

"Existe um risco elevado no modo de funcionamento do IOR, que, ao não identificar seus clientes com precisão, pode ser utilizado para dissimular operações ilegais", escrevem os investigadores em um documento citado pelo Corriere della Sera.

Também acusam os bancos italianos que aceitaram transferências do IOR sem terem verificado a origem dos fundos, que depois foram transferidos a outros bancos.

"O IOR pode facilmente se converter em um vetor de lavagem de dinheiro de origem criminosa", destacam os investigadores.

Também contradisseram as declarações do IOR que afirmam que todos os seus clientes são congregações religiosas ou membros do clero.

"Também há pessoas particulares que, pelo fato de contarem com uma relação privilegiada com a Santa Sé, podem efetuar depósitos de dinheiro e abrir contas", explicaram.

Esta investigação foi realizada com base nas transferências de 23 milhões de euros realizadas em setembro de 2010 pelo banco do Vaticano para o organismo de crédito italiano Credito Artigiano, três milhões dos quais foram transferidos ao Banco de Fucino e 20 milhões ao JP Morgan Frankfurt.

A transferência destes fundos foi aprovada por Paolo Cipriani, que na época era diretor-geral do IOR, e por seu vice, Massimo Tulli. Desde então, ambos renunciaram e os investigadores estão decididos a abrir um procedimento judicial contra eles.

Segundo o La Repubblica, estes dois indivíduos também são acusados de realizar outras dez transferências ao JP Morgan.

O papa Francisco criou uma comissão investigadora sobre o banco e afirma que prepara uma profunda restruturação da instituição bancária, uma das mais secretas do mundo, que está no centro de vários escândalos financeiros, no âmbito de reformas mais amplas da burocracia do Vaticano.

Neste sábado, o papa pediu que os católicos não temam a reforma das "estruturas antigas e frágeis" da Igreja católica, como a burocracia e o banco do Vaticano.

"Na vida cristã e na Igreja também há estruturas antigas e frágeis. Devemos renová-las", declarou o sumo pontífice durante uma missa privada para os Guardas Suíços, segundo o site da Rádio Vaticano.

"Não devemos ter medo de abandonar as estruturas frágeis que nos aprisionam", aconselhou.

O Vaticano iniciou uma reforma de suas finanças para poder figurar na "lista branca" dos Estados que respeitam as regras da luta contra a lavagem de dinheiro.

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O funcionamento do banco do Vaticano facilita a lavagem de dinheiro, afirmam os responsáveis por uma investigação que durou três anos sobre esta instituição bancária, segundo documentos confidenciais citados por dois jornais italianos neste sábado.

O Instituto para as Obras Religiosas (IOR, nome oficial do banco) não realizou controles suficientes sobre seus clientes e autorizou os titulares de contas a transferirem somas grandes em nome de terceiros, segundo as mesmas fontes.

"Existe um risco elevado no modo de funcionamento do IOR, que, ao não identificar seus clientes com precisão, pode ser utilizado para dissimular operações ilegais", escrevem os investigadores em um documento citado pelo Corriere della Sera.

Também acusam os bancos italianos que aceitaram transferências do IOR sem terem verificado a origem dos fundos, que depois foram transferidos a outros bancos.

"O IOR pode facilmente se converter em um vetor de lavagem de dinheiro de origem criminosa", destacam os investigadores.

Também contradisseram as declarações do IOR que afirmam que todos os seus clientes são congregações religiosas ou membros do clero.

"Também há pessoas particulares que, pelo fato de contarem com uma relação privilegiada com a Santa Sé, podem efetuar depósitos de dinheiro e abrir contas", explicaram.

Esta investigação foi realizada com base nas transferências de 23 milhões de euros realizadas em setembro de 2010 pelo banco do Vaticano para o organismo de crédito italiano Credito Artigiano, três milhões dos quais foram transferidos ao Banco de Fucino e 20 milhões ao JP Morgan Frankfurt.

A transferência destes fundos foi aprovada por Paolo Cipriani, que na época era diretor-geral do IOR, e por seu vice, Massimo Tulli. Desde então, ambos renunciaram e os investigadores estão decididos a abrir um procedimento judicial contra eles.

Segundo o La Repubblica, estes dois indivíduos também são acusados de realizar outras dez transferências ao JP Morgan.

O papa Francisco criou uma comissão investigadora sobre o banco e afirma que prepara uma profunda restruturação da instituição bancária, uma das mais secretas do mundo, que está no centro de vários escândalos financeiros, no âmbito de reformas mais amplas da burocracia do Vaticano.

Neste sábado, o papa pediu que os católicos não temam a reforma das "estruturas antigas e frágeis" da Igreja católica, como a burocracia e o banco do Vaticano.

"Na vida cristã e na Igreja também há estruturas antigas e frágeis. Devemos renová-las", declarou o sumo pontífice durante uma missa privada para os Guardas Suíços, segundo o site da Rádio Vaticano.

"Não devemos ter medo de abandonar as estruturas frágeis que nos aprisionam", aconselhou.

O Vaticano iniciou uma reforma de suas finanças para poder figurar na "lista branca" dos Estados que respeitam as regras da luta contra a lavagem de dinheiro.

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