Ban afirma que "Aleppo é agora um sinônimo de inferno"
Ban disse que as Nações Unidas estão "mobilizando todos os recursos" para tentar que as partes continuem com o processo de evacuação
EFE
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 16h44.
Nações Unidas - O secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que "Aleppo é agora um sinônimo de inferno" e pediu medidas urgentes para que se realize a evacuação de civis dessa cidade na Síria .
Ban disse que as Nações Unidas estão "mobilizando todos os recursos" para tentar que as partes continuem com o processo de evacuação, paralisado hoje após a saída de milhares de pessoas.
O secretário-geral da ONU explicou em entrevista coletiva que entre os evacuados havia 194 pacientes que foram transferidos a hospitais em diferentes lugares.
Segundo disse, as Nações Unidas e seus parceiros humanitários estão preparados para continuar imediatamente com as operações para ajudar à população e ressaltou que os combates entre as distintas facções sírias "devem deter-se".
Ban falou enquanto o Conselho de Segurança da ONU iniciava uma reunião de emergência a portas fechadas para abordar a situação em Aleppo.
A França anunciou hoje que nessa reunião apresentará aos demais membros um projeto de resolução a fim de garantir que a população possa ser evacuada de forma segura e sob supervisão internacional.
O embaixador francês na ONU, François Delattre, disse aos jornalistas que a ideia é que o pessoal das Nações Unidas que está na região possa monitorar o cessar-fogo e a evacuação.
A iniciativa, acrescentou Delattre, procura também garantir que a ajuda humanitária possa chegar a todos os que a necessitam e que se protejam os hospitais e as equipes médicas.
Delattre declarou que buscará uma rápida aprovação e antecipou que, se não houver consenso no Conselho de Segurança, seu país é partidário de que se convoque uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU para abordar a questão.
Em sua entrevista coletiva de hoje, Ban apontou a divisão entre as potências internacionais como um dos fatores-chave na crise síria.
O secretário-geral da ONU destacou que a insistência de muitos em proteger seus "interesses pessoais ou nacionais" permitiu a morte de centenas de milhares de pessoas e facilitou o avanço dos extremistas.