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Austrália se queixa de tratamento a condenados à morte

Fotos de um policial indonésio posando sorrindo com os dois prisioneiros provocaram indignação no país

Carro blindado supostamente transportando dois australianos: (REUTERS/Beawiharta)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 09h38.

Sydney/Jacarta - A Austrália se queixou do tratamento dado pela Indonésia a dois traficantes de drogas que estão prestes a ser executados, e pretende apresentar um protesto formal, após um chefe de polícia indonésio ser fotografado sorrindo ao lado dos homens, disseram autoridades australianas nesta sexta-feira.

A execução de Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31, elevou a tensão diplomática entre a Austrália e a Indonésia, após repetidos apelos por misericórdia feitos pelo governo australiano.

Os australianos estão entre 11 presos, na maioria estrangeiros, que deverão ser executados na ilha-prisão de Nusakambangan. O grupo dos outros países inclui cidadãos do Brasil, França, Filipinas, Gana e Nigéria.

A dupla australiana foi transferida da prisão em Bali na quarta-feira, algemada e sob forte vigilância, e levada em um veículo blindado, primeiro para embarcar em um voo para Java e, em seguida, para uma curta viagem de balsa até a ilha-prisão.

Fotos de um policial de alta patente posando com os dois homens a bordo do voo para Java e cercados por agentes de segurança usando balaclava provocaram indignação na Austrália.

"O Departamento de Relações Exteriores e Comércio conversou com o embaixador indonésio e apresentou uma queixa sobre o tratamento. Não são apenas as fotografias, é o tratamento global dos dois rapazes", disse uma porta-voz da ministra das Relações Exteriores Julie Bishop.

"A ministra das Relações Exteriores está buscando uma reunião com o embaixador da Indonésia", disse a porta-voz. Não foi definido um horário para o encontro.

Já a ministra de Relações Exteriores da indonésia, Retno Marsudi, declarou que o governo está ciente da queixa mais recente da Austrália e não quer prejudicar o relacionamento com "nossos amigos".

"Entendemos o pedido porque é parte do esforço de todos os governos para proteger seus cidadãos", disse ela a jornalistas. "No entanto, mais uma vez, esta é uma questão da soberania da lei de outro país. Por favor, também respeitem isso."

Plano de troca rejeitado

Na quinta-feira a Indonésia rejeitou uma proposta de Bishop para uma troca de prisioneiros, em um esforço de última hora do governo australiano para salvar as vidas de Chan e Sukumaran, dizendo não haver base jurídica para isso na lei indonésia.

A Austrália não tem pena de morte e uma pesquisa recente do Instituto Lowy, órgão com sede em Sydney, mostrou que quase dois terços da população desaprova as execuções.

A Indonésia deve decidir sobre a data das execuções dentro de alguns dias.

O presidente indonésio, Joko Widodo, adotou uma posição dura contra os traficantes de drogas e outros presos no corredor da morte, negando apelos de clemência.

As execuções foram retomadas em 2013, depois de um hiato de cinco anos.

Cidadãos do Brasil, Malauí, Holanda, Nigéria e Vietnã estão entre os já executados por um pelotão de fuzilamento.

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Sydney/Jacarta - A Austrália se queixou do tratamento dado pela Indonésia a dois traficantes de drogas que estão prestes a ser executados, e pretende apresentar um protesto formal, após um chefe de polícia indonésio ser fotografado sorrindo ao lado dos homens, disseram autoridades australianas nesta sexta-feira.

A execução de Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31, elevou a tensão diplomática entre a Austrália e a Indonésia, após repetidos apelos por misericórdia feitos pelo governo australiano.

Os australianos estão entre 11 presos, na maioria estrangeiros, que deverão ser executados na ilha-prisão de Nusakambangan. O grupo dos outros países inclui cidadãos do Brasil, França, Filipinas, Gana e Nigéria.

A dupla australiana foi transferida da prisão em Bali na quarta-feira, algemada e sob forte vigilância, e levada em um veículo blindado, primeiro para embarcar em um voo para Java e, em seguida, para uma curta viagem de balsa até a ilha-prisão.

Fotos de um policial de alta patente posando com os dois homens a bordo do voo para Java e cercados por agentes de segurança usando balaclava provocaram indignação na Austrália.

"O Departamento de Relações Exteriores e Comércio conversou com o embaixador indonésio e apresentou uma queixa sobre o tratamento. Não são apenas as fotografias, é o tratamento global dos dois rapazes", disse uma porta-voz da ministra das Relações Exteriores Julie Bishop.

"A ministra das Relações Exteriores está buscando uma reunião com o embaixador da Indonésia", disse a porta-voz. Não foi definido um horário para o encontro.

Já a ministra de Relações Exteriores da indonésia, Retno Marsudi, declarou que o governo está ciente da queixa mais recente da Austrália e não quer prejudicar o relacionamento com "nossos amigos".

"Entendemos o pedido porque é parte do esforço de todos os governos para proteger seus cidadãos", disse ela a jornalistas. "No entanto, mais uma vez, esta é uma questão da soberania da lei de outro país. Por favor, também respeitem isso."

Plano de troca rejeitado

Na quinta-feira a Indonésia rejeitou uma proposta de Bishop para uma troca de prisioneiros, em um esforço de última hora do governo australiano para salvar as vidas de Chan e Sukumaran, dizendo não haver base jurídica para isso na lei indonésia.

A Austrália não tem pena de morte e uma pesquisa recente do Instituto Lowy, órgão com sede em Sydney, mostrou que quase dois terços da população desaprova as execuções.

A Indonésia deve decidir sobre a data das execuções dentro de alguns dias.

O presidente indonésio, Joko Widodo, adotou uma posição dura contra os traficantes de drogas e outros presos no corredor da morte, negando apelos de clemência.

As execuções foram retomadas em 2013, depois de um hiato de cinco anos.

Cidadãos do Brasil, Malauí, Holanda, Nigéria e Vietnã estão entre os já executados por um pelotão de fuzilamento.

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