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Ativistas são detidos após receberem sementes de maconha

O Parlamento uruguaio discute atualmente a legalização do comércio e da produção de maconha

Maconha: casal recebeu sementes de diferentes tipos de cannabis em um pacote que chegou por correio da Espanha (Paula Bronstein/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 21h00.

Montevidéu - Dois ativistas da legalização da maconha no Uruguai foram detidos e estão à disposição da justiça após receberem sementes de cannabis vindas da Espanha, confirmaram nesta quarta-feira fontes policiais.

O Parlamento uruguaio discute atualmente a legalização do comércio e da produção de maconha. Os detidos são a presidente da Associação de Estudos sobre a Cannabis do Uruguai e um sócio fundador, que é seu marido.

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O casal recebeu sementes de diferentes tipos de cannabis em um pacote que chegou por correio aéreo proveniente da Espanha. O consumo de maconha não é passível de punição no Uruguai, mas a produção e o comércio são considerados crimes.

Como parte do procedimento policial foi feita uma revista na casa do casal, onde foram encontradas plantas de maconha. Os detidos foram colocados à disposição da justiça.

O governo uruguaio apresentou ao Parlamento no mês de agosto um plano com o qual pretende legalizar o comércio de maconha e fazer com que o Estado se encarregue da sua produção e distribuição com o objetivo de 'tirar parte do mercado' das máfias do narcotráfico.

O tema gerou polêmica tanto em nível nacional quanto internacional e a iniciativa do presidente José Mujica recebeu críticas e apoio do exterior.

Mujica disse que, caso seja aprovada a iniciativa, o país vai plantar 150 hectares de cannabis para atender a demanda dos consumidores.


'Já se passaram 50 anos de repressão policial e estamos fracassando', afirmou o presidente, que também anunciou sua intenção de realizar referendos sobre o tema e caso a população rejeite a proposta prometeu suspendê-la.

Pesquisas privadas realizadas antes do anúncio de Mujica indicaram que 60% dos uruguaios são contra a descriminalização da produção e do comércio de maconha.

Segundo dados oficiais, 300 mil pessoas, quase 10% da população do país, admitem ter consumido maconha alguma vez e entre 127 e 150 mil fazem isso regularmente, gerando um negócio de US$ 75 milhões anuais.

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