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Ativistas pró-Moscou na Ucrânia pedem ajuda à Rússia

Insurgentes pró-Moscou passaram à ofensiva no leste da Ucrânia, e pediram a ajuda de Vladimir Putin, que expressou preocupação

Miliciano pró-Rússia invade uma delegacia regional na Ucrânia: "pedimos à Rússia para nos proteger", disse liderança de grupo pró-Moscou (Alexey Kravtsov/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 13h27.

Slaviansk - Insurgentes armados pró-Moscou passaram à ofensiva nesta segunda-feira no leste da Ucrânia , e pediram a ajuda de Vladimir Putin , que expressou sua "preocupação", enquanto o governo pró-europeu de Kiev buscava uma solução política e apelava à ONU.

Diante de ataques, aparentemente coordenados, realizados desde sábado por ativistas pró-russos e grupos de homens armados em uniformes sem identificação, o país de 46 milhões de habitantes é mais do que nunca ameaçado por uma secessão entre o leste de língua russa e o centro e oeste voltados para a Europa.

Apesar de Kiev anunciar uma "grande operação antiterrorista" para recuperar o controle, centenas de manifestantes pró-russos atacaram e tomaram as sedes da polícia e da prefeitura de Gorlivka, cidade de 250.000 habitantes na província de Donetsk, que faz fronteira com a Rússia.

Nenhuma atividade militar ucraniana foi observada nas diferentes partes da região até o momento.

Em Slaviansk, cidade símbolo das recentes tensões onde grupos armados pró-russos ocuparam no sábado edifícios da polícia e dos serviços de segurança, a situação permanece sob o controle dos insurgentes.

"Muitos pedidos de ajuda"

Um de seus líderes, Vyatcheslav Ponomarev, apelou diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, que mobilizou 40.000 soldados na fronteira, de acordo com a Otan, e prometeu defender "a todo custo" as populações russas da ex-URSS.

"Pedimos à Rússia para nos proteger e não para permitir o genocídio do povo de Donbass (leste da Ucrânia). Pedimos ao presidente Putin que nos ajude", declarou.

De acordo com o Kremlin, Putin recebeu "inúmeros pedidos" de ajuda das regiões do leste da Ucrânia e observa a situação com "grande preocupação".

Em frente à prefeitura de Slaviansk é possível observar uma dúzia de homens armados, vestindo o mesmo uniforme e com ar muito profissional. Outros, a bordo de caminhões militares, fortalecem as defesas em torno da cidade, com equipamentos de guerra, baterias anti-aéreas e anti-tanques.


No centro da cidade, mil pessoas se reuniram, prometendo permanecer no local até que haja um referendo sobre a anexação à Rússia.

Os pró-Moscou exigem a anexação, ou pelo menos uma "federalização" da Constituição da Ucrânia para dar mais poderes às regiões.

Pela primeira vez, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, aceitou nesta segunda-feira a possibilidade de um referendo para determinar o status político do país, como resposta às tensões com o leste pró-Moscou.

A mudança inesperada aconteceu poucas horas depois do fim do prazo do ultimato apresentado por Turchynov aos separatistas para que entregassem as armas e abandonassem os prédios públicos ocupados no sudeste do país.

"Nos últimos dias se falou muito sobre um referendo nacional. Não somos contrários à celebração de um referendo em toda a Ucrânia que, se o Parlamento decidir, poderia acontecer no mesmo dia das eleições presidenciais", declarou Turchynov durante uma reunião de líderes dos grupos políticos no Parlamento.

"Tenho certeza de que a maioria dos ucranianos se pronunciará a favor de uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unida", completou o presidente interino.

Mas ao contrário da sugestão do presidente ucraniano sobre um possível referendo nacional, os manifestantes separatistas exigem consultas locais, que teriam mais chances de resultados favoráveis.

"Guerra contra seu povo"

Turchynov também convidou a ONU a unir-se à "operação antiterrorista" do exército do país no leste do país.

"Nós receberemos sua ajuda para realizar uma operação conjunta antiterrorista no leste da Ucrânia, onde insurgentes pró-russos, alguns armados, tomaram o controle de prédios públicos em várias localidades", declarou Turtchynov durante uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, segundo a presidência.

Já Moscou ordenou que as autoridades de Kiev, no poder após a revolta que derrubou no final de fevereiro um regime pró-russo, para parar "a guerra contra (seu) próprio povo".

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a pedido de Moscou, foi realizada no domingo sem resultados.

Os ocidentais acusam Moscou de instigar os distúrbios, citando semelhanças com o que ocorreu em março na Crimeia, anexada à Rússia após a intervenção de grupos armados russos.

Moscou rejeita por sua vez toda a responsabilidade pela escalada da tensão.

Esta tensão promete comprometer as negociações previstas para quinta-feira em Genebra entre Estados Unidos, UE, Rússia e Ucrânia, para tentar encontrar uma solução à pior crise desde o fim da Guerra Fria.

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Diante de ataques, aparentemente coordenados, realizados desde sábado por ativistas pró-russos e grupos de homens armados em uniformes sem identificação, o país de 46 milhões de habitantes é mais do que nunca ameaçado por uma secessão entre o leste de língua russa e o centro e oeste voltados para a Europa.

Apesar de Kiev anunciar uma "grande operação antiterrorista" para recuperar o controle, centenas de manifestantes pró-russos atacaram e tomaram as sedes da polícia e da prefeitura de Gorlivka, cidade de 250.000 habitantes na província de Donetsk, que faz fronteira com a Rússia.

Nenhuma atividade militar ucraniana foi observada nas diferentes partes da região até o momento.

Em Slaviansk, cidade símbolo das recentes tensões onde grupos armados pró-russos ocuparam no sábado edifícios da polícia e dos serviços de segurança, a situação permanece sob o controle dos insurgentes.

"Muitos pedidos de ajuda"

Um de seus líderes, Vyatcheslav Ponomarev, apelou diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, que mobilizou 40.000 soldados na fronteira, de acordo com a Otan, e prometeu defender "a todo custo" as populações russas da ex-URSS.

"Pedimos à Rússia para nos proteger e não para permitir o genocídio do povo de Donbass (leste da Ucrânia). Pedimos ao presidente Putin que nos ajude", declarou.

De acordo com o Kremlin, Putin recebeu "inúmeros pedidos" de ajuda das regiões do leste da Ucrânia e observa a situação com "grande preocupação".

Em frente à prefeitura de Slaviansk é possível observar uma dúzia de homens armados, vestindo o mesmo uniforme e com ar muito profissional. Outros, a bordo de caminhões militares, fortalecem as defesas em torno da cidade, com equipamentos de guerra, baterias anti-aéreas e anti-tanques.


No centro da cidade, mil pessoas se reuniram, prometendo permanecer no local até que haja um referendo sobre a anexação à Rússia.

Os pró-Moscou exigem a anexação, ou pelo menos uma "federalização" da Constituição da Ucrânia para dar mais poderes às regiões.

Pela primeira vez, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, aceitou nesta segunda-feira a possibilidade de um referendo para determinar o status político do país, como resposta às tensões com o leste pró-Moscou.

A mudança inesperada aconteceu poucas horas depois do fim do prazo do ultimato apresentado por Turchynov aos separatistas para que entregassem as armas e abandonassem os prédios públicos ocupados no sudeste do país.

"Nos últimos dias se falou muito sobre um referendo nacional. Não somos contrários à celebração de um referendo em toda a Ucrânia que, se o Parlamento decidir, poderia acontecer no mesmo dia das eleições presidenciais", declarou Turchynov durante uma reunião de líderes dos grupos políticos no Parlamento.

"Tenho certeza de que a maioria dos ucranianos se pronunciará a favor de uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unida", completou o presidente interino.

Mas ao contrário da sugestão do presidente ucraniano sobre um possível referendo nacional, os manifestantes separatistas exigem consultas locais, que teriam mais chances de resultados favoráveis.

"Guerra contra seu povo"

Turchynov também convidou a ONU a unir-se à "operação antiterrorista" do exército do país no leste do país.

"Nós receberemos sua ajuda para realizar uma operação conjunta antiterrorista no leste da Ucrânia, onde insurgentes pró-russos, alguns armados, tomaram o controle de prédios públicos em várias localidades", declarou Turtchynov durante uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, segundo a presidência.

Já Moscou ordenou que as autoridades de Kiev, no poder após a revolta que derrubou no final de fevereiro um regime pró-russo, para parar "a guerra contra (seu) próprio povo".

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a pedido de Moscou, foi realizada no domingo sem resultados.

Os ocidentais acusam Moscou de instigar os distúrbios, citando semelhanças com o que ocorreu em março na Crimeia, anexada à Rússia após a intervenção de grupos armados russos.

Moscou rejeita por sua vez toda a responsabilidade pela escalada da tensão.

Esta tensão promete comprometer as negociações previstas para quinta-feira em Genebra entre Estados Unidos, UE, Rússia e Ucrânia, para tentar encontrar uma solução à pior crise desde o fim da Guerra Fria.

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