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Atentados na Nigéria ameaçam ajuda humanitária a refugiados

Na região em que opera o grupo jihadista Boko Haram, os deslocados sofrem diariamente com ataques armados

Nigéria: em julho houve 190 incidentes de segurança desse tipo, um número que supera o total de ataques registrados entre maio e junho (Scott Nelson/Getty Images)
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EFE

Publicado em 16 de agosto de 2017 às 11h48.

Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 11h49.

Genebra - A série de atentados ocorridos ontem no nordeste da Nigéria , inclusive o ataque contra um acampamento de deslocados, reflete como a insegurança está ameaçando a ajuda humanitária na região em que opera o grupo jihadista Boko Haram, disse nesta quarta-feira o Conselho Norueguês para Refugiados (CNR).

Esta organização civil, uma das mais respeitadas do mundo em seu campo de ação, advertiu que, com a intensificação da ofensiva militar, os grupos armados decidiram "procurar alvos mais fáceis", em particular áreas que abrigam deslocados.

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Segundo o CNR, em julho houve 190 incidentes de segurança desse tipo, um número que supera o total de ataques registrados entre maio e junho.

"Acampamentos como o que acaba de ser atacado, onde vivem mulheres e crianças deslocadas, se transformaram em alvos indiscriminados, e povoados que antes eram considerados seguros, agora são atacados", apontou o responsável do programa do CNR na Nigéria, Ernest Mutanga.

Os atentados de ontem deixaram pelo menos 27 mortos e 80 feridos, em uma série de explosões simultâneas em um mercado e na entrada de um acampamento de deslocados, próximos um ao outro, na cidade de Mandari.

Outros graves ataques contra deslocados ocorreram nas últimas semanas, como o de 23 de julho, quando um terrorista suicida causou a morte de três pessoas e deixou outras 17 feridas.

Nesse mesmo dia, foi evitado outro ataque quando as forças de segurança mataram uma mulher que estava escalando as barreiras de um acampamento de deslocados com o objetivo de perpetrar um ataque.

Por conta de ameaças diretas, o CNR se viu forçado a suspender temporariamente suas atividades em certas zonas do nordeste da Nigéria, o que afetou a distribuição de alimentos, água e ajuda adicional a centenas de pessoas.

Tal fato coincide com o início da temporada de chuvas, o que já começou a dificultar o acesso da ajuda humanitária a uma região que sofre uma grave crise alimentar.

Teme-se que o número de 4,2 milhões de pessoas que se encontram atualmente à beira de uma situação de fome suba para 5,2 milhões no final de agosto.

"Precisamos que o governo da Nigéria aumente a proteção dos civis nos acampamentos de deslocados. É sua responsabilidade essencial", apontou Mutanga.

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